A cúpula do PT do Paraná tentou minimizar a denúncia do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em depoimento ao Ministério Público Federal, de que a senadora Gleisi Hoffmann (PT) recebeu R$ 1 milhão em recursos desviados da estatal para sua campanha ao Senado em 2010. “Tem um cara preso, um bandido, que cita nomes de outros como sendo bandidos. Não tem prova e publica-se como verdade”, disse o presidente estadual do partido e deputado federal eleito, Enio Verri, ao Bem Paraná.
Verri foi chefe de gabinete de Paulo Bernardo, marido de Gleisi Hoffmann, no Ministério do Planejamento, à época em que ocorreu o repasse para a campanha de 2010 dos petistas paranaenses. Tanto Verri como Gleisi e André Vargas (presidente do PT em 2010) foram candidatos naquela eleição – deputado estadual, senadora e deputado federal.
Gleisi também negou as denúncias, afirmando não conhecer Costa, nem o doleiro Alberto Youssef, outro dos operadores do esquema que preso pela operação Lava Jato, fez acordo de delação premiada com o MPF. Segundo o ex-diretor, o repasse teria sido feito à pedido de Youssef. A informação foi revelada pelo jornal O Estado de São Paulo no último domingo.
Na agenda do delator do Petrolão estava escrito ‘PB 1 milhão’, referindo-se segundo o jornal paulista ao ministro Paulo Bernardo (o PB), que recebeu através de um emissário em Curitiba o valor para ser usado na campanha petista do Paraná.
Não é a primeira vez que Ênio Verri usa o cargo de presidente do PT para minimizar as denúncias contra o PT paranaense – primeiro foi no caso do pedófilo ex prefeito de Realeza e assessor de Gleisi na Casa Civil – Eduardo Gaievski, depois no enrolado caso da fuga do condenado mensaleiro Henrique Pizzolatto para a Itália através do Paraguai e na terceira vez com o atual deputado federal André Vargas, que foi companheiro de dobrada de Verri em várias cidades paranaenses.
Sempre as provas não são conclusivas ou ele admite não saber da vida privada dos companheiros de partido e gestão política partidária.