A pesquisa de origem e destino, feita pela Fipe/USP, mostrou que os passageiros que se deslocam entre as cidades da Região Metropolitana de Curitiba representam 31,2% das viagens dos ônibus da Rede Integrada de Transporte. Os dados foram apresentados nesta segunda-feira (17) pelo diretor de Transportes da Comec, André Fialho, e a consultora da Fipe, Vera Beznos.
Até agora, a Urbs e a Comec estimavam em 21,7% a participação do passageiro metropolitano na RIT. O novo porcentual deve alterar os cálculos do valor da tarifa técnica e do subsídio repassado ao sistema. “A ideia é mantermos a política de integração por meio do subsídio, mas agora temos uma ferramenta técnica para auxiliar a negociação com a prefeitura de Curitiba”, explicou Fialho. “Esses números também vão ajudar a estabelecer uma política tarifária mais perene, incluindo a isenção pelo Estado dos impostos que incidem sobre a tarifa”, afirmou.
Fialho ressalta que a pesquisa também aponta para a necessidade da integração entre linhas que ligam municípios da RMC sem passar pela capital. “O estudo captou a demanda dos passageiros com relação à integração de novas linhas. Observamos que muitos saem de sua cidade e vêm até Curitiba para então ir a outro município”, disse. “Vamos agora analisar a viabilidade econômica e técnica para incluir essas novas ligações e também estudamos a possibilidade de integrar outros municípios da RMC”, destacou.
De março a outubro deste ano, a Fipe analisou o deslocamento dos passageiros dos 14 municípios que fazem parte da RIT. Foram entrevistados 128.655 passageiros de todas as linhas da rede e também de linhas não integradas de Curitiba, Almirante Tamandaré, Araucária, Bocaiuva do Sul, Campo Largo, Campo Magro, Colombo, Contenda, Fazenda Rio Grande, Itaperuçu, Rio Branco do Sul, São José dos Pinhais, Pinhais e Piraquara. O número de entrevistados representa mais de 10% do total de passageiros da rede de transporte, que é de cerca de 1,2 milhão de pessoas por dia. Foi a primeira vez desde a criação da RIT, em 1979, que foi feito um levantamento desse porte e com essa metodologia. “A amostragem foi bastante significativa, pois incluiu as diferentes faixas de horário de ônibus e todas as linhas que compõem a RIT. Foram 666 locais de pesquisa”, explicou a consultora da Fipe.
Vera Beznos ressaltou que a aplicação da pesquisa foi feita em duas partes: nas estações tubo e terminais, a pesquisa foi feita na catraca, para acompanhar o passageiro que estava ingressando no sistema integrado. Já nas linhas de alimentadores, a abordagem foi com os passageiros já embarcados nos ônibus. “Outra preocupação foi acelerar o trabalho de campo para evitar fazer a amostragem durante a Copa do Mundo, que seria um período atípico no movimento de passageiros”, comentou a pesquisadora.