ALEP aprova relatório final da CPI da JMK que pede 19 indiciamentos

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Com 45 votos favoráveis, a Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) aprovou, na sessão remota desta terça-feira (28), o projeto de resolução nº 1/2020, que aprova o relatório final da CPI da JMK. “Uma grande vitória”, resumiu o deputado estadual Soldado Fruet (PROS), propositor e presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito instalada para investigar irregularidades no contrato do Governo do Paraná com a empresa responsável pelo gerenciamento da manutenção da frota do Estado de janeiro de 2015 a maio de 2019. “Ao contrário do que muitos torciam, esta CPI não acabou em pizza. Teve começo, meio e fim”, declarou o parlamentar. 

No início da sessão, o Soldado Fruet relembrou alguns trechos de depoimentos prestados à CPI e pediu o apoio dos colegas para a aprovação do relatório. “Foram seis meses de muito trabalho, dezenas de oitivas e mais de duzentas mil páginas de documentos requisitados que embasaram um relatório muito bem subsidiado, que pediu o indiciamento de 19 pessoas”, destacou. “Agora espero que os órgãos competentes, como o Ministério Público, tomem as providências cabíveis nas esferas civil e criminal para evitar novos desperdícios do dinheiro do povo e que a sociedade paranaense não seja mais prejudicada por contratos lesivos ao interesse público”, afirmou. 

PROBLEMAS – A CPI nasceu da vivência cotidiana do Soldado Fruet antes de ingressar na política. “Quando era policial, eu já sentia que tinha alguma coisa errada na manutenção da frota do Estado, porque via os preços abusivos cobrados em um simples conserto e era comum a gente fazer vaquinhas para consertar as viaturas da PM paradas em função das dificuldades e da demora do sistema oficial. Quando fui eleito deputado, dentro do papel de fiscalizar o Poder Executivo, pedi a abertura desta CPI para apurar as irregularidades no contrato do Governo do Paraná com a JMK”, comentou o deputado.  

Segundo o Soldado Fruet, a Polícia Militar do Paraná, instituição que serviu por 17 anos, foi uma das mais lesadas pela empresa que deveria gerenciar a frota oficial. “Durante a vigência deste contrato, pessoas morreram por falta de viaturas, como foi o caso da mulher assassinada pelo marido em Fazenda Rio Grande no começo de 2019. Vizinhos ligaram oito vezes para a PM pedindo socorro, mas os poucos veículos disponíveis estavam atendendo outras ocorrências e não foi possível salvar esta vida. O próprio governador admitiu na ocasião que faltava estrutura porque assumiu o cargo com 40% da frota parada devido aos problemas com a JMK”, relembrou. 

O presidente da CPI citou ainda que, por conta dos problemas na execução do contrato, donos de oficinas perderam bens, vários faliram e muitos cobram na Justiça os débitos da JMK. “Chegaram ao ponto de sequestrar viaturas para cobrar pagamento dos serviços realizados”, apontou. “Muitos já me falaram que esta CPI servirá de referência para outras que virão nesta Casa. O próprio governo entendeu falhas apontadas por esta comissão e passou a mudar a forma de fiscalização da manutenção na frota a partir do contrato emergencial”, ressaltou o Soldado Fruet. 

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