Em 8 anos, patrimônio de Gleisi cresce 200%

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A senadora Gleisi Hoffmann (PT) não tem o que reclamar da vida pública. Mesmo perdendo três das últimas quatro eleições, o patrimônio da petista deu um salto de 479,8 mil em 2006 (quando se candidatou pela primeira vez ao Senado) para R$ 1,4 milhão em 2014 (candidata ao governo do Paraná). O crescimento de 200% é se constata nas declarações de bens registradas por Gleisi na Justiça Eleitoral.

O interessante é que o patrimônio de Gleisi cresceu sem mesmo a petista trabalhar por quatro anos entre 2006 e 2010. Nesse período, a petista disputou três eleições: ao Senado em 2006 (perdeu para Alvaro Dias), á prefeitura de Curitiba em 2008 (perdeu para Beto Richa) e ao Senado, novamente, em 2010 quando foi eleita. Em 2006, Gleisi declarou um patrimônio de R$ 479.883,34 (um apartamento em construção na Travessa Ferreira do Amaral no valor de R$ 234.333,34 e um apartamento na Avenida Silva Jardim no valor de R$ 245 mil) em dois apartamento em Curitiba.

Em 2008, candidata à prefeita de Curitiba, Gleisi declarou R$ 623.951,00 em bens – o apartamento da Silva Jardim (R$ 245 mil), um apartamento na rua Natal Cecone (R$ 250 mil) e um Chevrolet/Tracker (R$ 59,9 mil). O apartamento em construção da Ferreira do Amaral já não consta na lista de bens de Gleisi. Neste ano, Gleisi omitiu na declaração o registro de sua empresa a FG Consultoria e nem os rendimentos auferidos.

Gleisi declarou patrimônio no valor de R$ 659.846,00 quando disputou o Senado pela segunda vez em 2010. Na lista de bens está somente o apartamento da Silva Jardim (R$ 245 mil) mais aplicações no fundo do Banco do Brasil (R$ 269.196,00), um veículo Honda CRV 2009 (R$ 88 mil), Corretora Petra (R$ 34.113,00) e dinheiro em conta no Banco do Brasil (R$ 23.037,00). O apartamento da Natal Cecone não consta na declaração.

Empreiteira – Quando apresentou sua declaração de bens para disputado ao governo em 2014, seu patrimônio dá um salto considerável. A petista declarou R$ 1.443.613,66 de patrimônio: apartamento da Silva Jardim (R$ 245 mil), um apartamento luxuoso no Residencial Quartier na rua José Cadilhe (R$ 1.110.113,66) e o Honda CVR (R$ 88 mil). O que se levanta suspeição é que o apartamento do Residencial Quartier, que ocupa um quarteirão no bairro Água Verde, em Curitiba, é um empreendimento da Camargo Corrêa e o primeiro e único construído pela empresa em Curitiba. E a empreiteira foi principal financiadora de duas campanhas de Glesi: em 2008 repassou R$ 500 mil e em 2010, mais R$ 1 milhão.

Outro fato curioso nas declarações de bens de Gleisi é que a petista se declara divorciada, apesar de casada com o ex-ministro das Comunicações, Paulo Bernardo (PT) e mãe de dois filhos. Gleisi também que explicar o que fez com os apartamentos da Ferreira do Amaral e Nata Cecone, se os vendeu. E o dinheiro acumulado no fundo do Banco Brasil. E ainda por que, seu apartamento na Silva Jardim, não valoriza passados oito anos.

“Nós somos como a mulher de César. Não basta ser honesta. É preciso parecer honesta. Temos de dar explicações. A mais plausível é se deixar à disposição – abrir o sigilo telefônico, bancário e fiscal que você tem, porque essas coisas não se evaporam, não desaparecem. Se há responsabilidades, paga-se por elas. Se não há, a sociedade isenta”, disse o deputado Tadeu Veneri (PT) quando o nome de Gleisi foi listado para responder inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal).

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