Mesmo em menor número, as deputadas apresentam e aprovam mais projetos. A paranaense Christiane Yared (PL) está entre as parlamentares mais ativas da Casa
Ser minoria na Câmara Federal não impede que as brasileiras que enfrentam o desafio de entrar para a política sejam mais produtivas e aprovem mais projetos que seus colegas homens. Elas representam 15% do total de Deputados Federais, mas apresentam, e aprovam, bem mais propostas que eles, especialmente quando o assunto é Saúde e Educação. Os dados são de pesquisa da organização suprapartidária Vamos Juntas, colhidos a partir da análise da atuação feminina na Câmara dos Deputados entre 2015 e 2020 e divulgados para celebrar o Mês da Mulher.
Deputada Federal pelo Paraná desde 2015, Christiane Yared faz parte deste retrato bem iluminado sobre a representatividade da mulher na política. “Carregamos a missão de levar para a Câmara importantes pautas sociais e de representatividade. E não foi diferente nas votações de combate à pandemia”, pondera Yared, ressaltando a “garantia de duas cotas do auxílio emergencial para mulheres que são chefes de família”. Segundo dados do governo federal, 55% das pessoas que receberam o auxílio emergencial em 2020 são mulheres que sentiram o impacto da pandemia de forma ainda mais pesada, com a piora de indicadores que já davam conta da desigualdade, como as diferenças salariais.
Eleita sob a bandeira da segurança e da educação no trânsito e disposta a tornar as leis mais rigorosas para quem mata ao volante, o trabalho de Yared foi se ampliando para outras áreas de suma importância na vida do cidadão. Umas das mais ativas parlamentares, Yared apresentou mais de 25 projetos de lei – e teve três aprovados.
Entre os recursos de emendas destinadas ao Paraná, mais de R$300 milhões resultaram de ações de Christiane Yared. As áreas de Educação, Segurança e Saúde concentram sua atenção. “Transito é uma questão de Saúde Pública, que precisa da Educação para mudar a cultura do desrespeito que ainda impera entre os motoristas brasileiros. Todas essas questão que trato, como uso da cadeirinha, de não dirigir embriagado ou falando ao celular, tornar o crime do trânsito inafiançável, dizem respeito também à vida das mulheres, que perdem filhos, maridos, irmãos em acidentes terríveis”, diz Yared, lembrando que antes de se tornar deputada ouviu muitas mulheres chorarem a perda de seus amados, no Instituto Paz no Trânsito.
Yared também foi responsável pela articulação, junto a Secretaria da Mulher do Governo Federal, que destravou a instalação da Casa da Mulher Brasileira em Curitiba, em 2016. “É uma proposta que trouxe inovação no atendimento humanizado das mulheres e a unidade de Curitiba foi a terceira a funcionar no país, com serviços especializados que atendem aos mais diversos tipos de violência contra as mulheres”, lembra a deputada.
Em março, completa Yared, gostaríamos de apenas celebrar a mulher e suas tantas conquistas. “Mas é impossível ficarmos caladas diante da violência que ainda as atinge. Temos muitos avanços, mas também existe um longo caminho a percorrer e seguiremos firmes”, assegura.