Queiroga defende autonomia para realização de lockdown

image_2021-05-07_163036

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga depôs na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia de Covid-19 nesta quinta-feira (6). Ele disse que está de acordo que estados e municípios tenham autonomia para fazer lockdown. “Isso tem sido feito. Claro que eu concordo”

“Está sendo elaborado um protocolo sobre isso. Estamos assistindo uma queda no número de casos. Estados e municípios estão flexibilizando tudo. Fazemos um pouco de cada uma dessas ações e gera um impacto menor do que tivemos”, afirmou Queiroga.

O ministro negou a uma suposta guerra química vinda da China, por meio do novo coronavírus, como sugerido pelo presidente na véspera. Bolsonaro não citou a China, mas deixou isso subentendido.

“Desconheço indicio de guerra química vinda da China. As relações com a China, pelo que entendo, são excelentes. O Brasil e China são muito sólidos e a relação com embaixador chinês tem sido muito boa”, ressaltou Queiroga.

“O presidente da república não fez menção à China, então espero que as relações continuem muito boas e não tenhamos impacto em tratativas com o país.”

O ministro da Saúde afirmou que o país precisa acelerar o programa de imunização contra a Covid-19, ter mais vacinas, mas ressaltou que há uma dificuldade mundial para que até doses já contratadas sejam entregues.

“É preciso ter mais doses para acelerar a vacinação. Precisa de mais ativismo do nosso governo, que tem ocorrido sob liderança do ministro das Relações Exteriores, Carlos França. Temos dialogado permanentemente com embaixada da China, da Índia, do Reino Unido, dos EUA”, disse Queiroga.

“Temos que adotar o pragmatismo para ter os insumos que são fundamentais. Estamos em diálogo com todas as instancias que podem nos ajudar nisso.”

Queiroga garantiu que, ao todo, o governo tem 430 milhões estão contratadas. “E mais 100 milhões com a Fiocruz, que não tem contrato, mas estão asseguradas dentro da encomenda tecnológica feita pelo Ministério.”

E está na iminência de fechar um novo contrato para o fornecimento de mais 100 milhões de doses pela Pfizer, com entrega de 35 milhões já em setembro.

Para Queiroga, as declarações do presidente Jair Bolsonaro contrárias às vacinas contra Covid-19 não prejudicam a campanha nacional de imunização.

“Essa são posições externadas pelo presidente da República que eu penso que não tem impacto na campanha de vacinação. A população brasileira, mais de 85%, em pesquisas, mostram que querem receber a vacinação e o governo enviou uma Medida Provisória ao Congresso alocando mais de R$ 20 bilhões para aquisições de vacinas”, disse o ministro.

“Minha opinião é que estamos implementando uma campanha de vacinação que está sendo bem-sucedida (…) é isso que posso dizer.”

Também garantiu que não sofre influência da família do presidente da República. “Nossa gestão é autônoma.”

Sobre o uso da cloroquina em pacientes com Covid-19, também descartou: “Não. Essa é uma questão técnica que tem que ser enfrentada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). Eu sou instancia final decisória, e posso ter que dar um posicionamento acerca disso”, disse Queiroga.

Queiroga disse também que “não houve qualquer tipo de pressão” sobre uso de qualquer remédio e que está em elaboração um protocolo clínico para substituir a atual orientação sobre o uso de cloroquina.

Ele também afirmou que não autorizou e não tem conhecimento sobre a distribuição do remédio na sua gestão.

Compartilhe