fonte:Josias de Souza//
José Dirceu informou à Justiça Federal do Paraná que fechou sua empresa, a JD Assessoria e Consultoria Ltda.. As atividades da firma foram encerradas em dezembro de 2014, anotou o advogado de Dirceu, Roberto Podval, em correspondência dirigida ao juiz da Lava Jato, Sérgio Moro.
Considerando-se o faturamento da JD, é como se o proprietário José Dirceu matasse uma galinha dos ovos de ouro. Entre 2006 e 2012, a empresa faturou R$ 29 milhões —ou uma média de R$ 4,8 milhões por ano. Parte dessa dinheirama veio de empresas pilhadas no escândalo da Petrobras.
Coisa de R$ 8,78 milhões.
Dirceu enfia sua próspera consultoria no saco num instante em que seus advogados guerreiam no Judiciário para tentar impedir que o juiz Moro quebre seus sigilos bancário e fiscal. Deseja-se saber se a JD prestou mesmo consultoria à clientela ou se apenas simulou contratos para dar aparência legal a propinas extraídas de obras da Petrobras.
“Diante da notória influência de José Dirceu de Oliveira e Silva no Partido dos Trabalhadores e da prévia verificação de que as empreiteiras teriam se valido de consultorias fictícias para pagamento de propinas, razoáveis as razões para a decretação da quebra de sigilo bancário e fiscal diante dos lançamentos de pagamentos identificados”, escreveu Sérgio Moro numa de suas manifestações.
“Alguns contratos [de José Dirceu] apresentam algumas inconsistências […] Enfim, há várias inconsistências que necessitam ser esclarecidas com o aprofundamento das investigações, sendo imprescindíveis as quebras de sigilo fiscal e bancário”, anotou o magistrado noutro trecho.