INFLAÇÃO E OS VILÕES SÃO, LUZ COMBUSTÍVEIS E ALIMENTOS

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Cenas tétricas e que chocam. É aqui no Brasil, nos nossos narizes. E não é apenas uma consequência da pandemia mundial, mas uma realidade triste e que nos ataca diretamente. Em Cuiabá, no Mato Grosso, há alguns dias vimos filas enormes, correria e a distribuição de pedaços de ossos com retalhos de carne em açougues da cidade. 

Um dos açougues, que distribui os ossos há dez anos, diz que isso antes apenas uma vez por semana, mas, agora, são três. A crise só fez a fila crescer.”Tem gente que pega e já come cru, ali mesmo”, se registra Samara Rodrigues de Oliveira, dona do local. 

Desde que começou a pandemia o arroz ficou 56% mais caro e o preço do feijão preto aumentou 71%. A saída para muitos brasileiros tem sido os grãos de segunda linha, como arroz fragmentado e feijão bandinha, que vem quebrados e com mais impureza. 

Na escalada do sofrimento temos uma inflação que cresce assustadoramente. E os grandes vilões são, pela ordem: Energia elétrica, seguida de combustíveis e derivados de petróleo em geral, alimentos e mais recentemente os serviços. 

Preparem-se para outros tantos que estão chegando: com os aluguéis e também os remédios. Há quem já sinta na carne esses novos aumentos, pois os salários baixos e os ganhos cada vez mais escassos comprometem a situação dos mais carentes, principalmente, atinge diretamente a classe média e nem arranha os lucros das grandes fortunas. 

A própria agência oficial do governo anunciava esta semana queatualmente em 4,25% ao ano, a taxa Selic interfere direta e indiretamente no dia a dia dos brasileiros.  

Definida como os juros básicos da economia, essa taxa serve de base para os demais juros cobrados nas operações de crédito e em boa parte dos investimentos em renda fixa. Na prática, a Selic representa a origem de diversos processos que regem a economia e é o principal instrumento do Banco Central (BC) para segurar a inflação. 

 Quando os juros básicos sobem, como ocorre desde março, as taxas dos demais empréstimos se elevam, tornando mais difícil o acesso ao crédito. Isso impacta tanto o consumo, principalmente de bens duráveis (carros, eletrodomésticos) como os investimentos das empresas. 

Conforme o cálculo dos economistas, a Selic de 6,5% ao ano seria considerada neutra (sem impacto sobre a produção e o consumo). Desde 2018, o Banco Central tem praticado uma política monetária estimulativa, com a Selic abaixo do nível que impediria a inflação de subir, para estimular o emprego e o crescimento.  

O auge dessa política ocorreu entre agosto do ano passado e março deste ano, quando a Selic caiu para 2% ao ano, o menor nível da história. 

Como a taxa Selic influencia diretamente a remuneração de diversas aplicações, qualquer mudança afeta a rentabilidade desses recursos. 

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