Viúva de Janene é alvo de investigação da Kroll pela CPI da Petrobras

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A viúva do ex-deputado José Janene, Stael Fernanda Janene, é um dos alvos
da empresa de investigação Kroll, contratada pela CPI da Petrobras para
rastrear contas e ativos no exterior supostamente relacionados ao esquema
de corrupção da Petrobras. O nome dela como alvo da Kroll foi revelado
nesta quinta-feira (13) em reunião fechada da CPI da Petrobras. O
ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto também está na lista. As informações
são da Folha de S. Paulo.

Outro investigado é o lobista Julio Camargo, que disse em sua delação
premiada ter pagado US$ 5 milhões ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ). Caso sejam descobertas contas secretas de Camargo, Cunha pode
tentar desqualificar sua delação premiada.

O presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), havia levantado a
hipótese de que Janene, morto em 2010, estaria vivo ainda e chegou a
sugerir a exumação de seu corpo, mas acabou voltando atrás, sob críticas da
viúva e dos próprios integrantes da comissão.

O ex-deputado, que era um dos líderes do PP, é apontado por delatores como
o mentor do esquema de corrupção na diretoria de Abastecimento da
Petrobras, por meio do ex-diretor Paulo Roberto Costa. Segundo a Operação
Lava Jato, percentual dos contratos nessa diretoria abastecia partidos
políticos.

A inclusão de Stael como investigada pela Kroll, porém, mostra que a cúpula
da CPI suspeitava que Stael possuísse contas no exterior que pudessem ter
sido abastecidas com recursos desviados da Petrobras.

Não foram revelados detalhes, porém, sobre possíveis descobertas da
investigação a respeito da viúva.

Nesta quinta, a CPI discutiu se renovaria o contrato da Kroll para
aprofundar os indícios encontrados na primeira fase do trabalho, que custou
cerca de R$ 1 milhão.

A decisão sobre a renovação deve ser tomada na semana que vem. Os deputados
decidirão se querem priorizar apenas alguns dos 12 nomes investigados na
fase inicial, o que tornaria o contrato mais barato.

Segundo relatos de participantes da reunião fechada, o presidente da CPI,
deputado Hugo Motta (PMDB-PB), afirmou que o trabalho todo pode chegar a um
custo de R$ 10 milhões.

A Kroll, ainda segundo os relatos, também exigiu da CPI um cheque-caução
para o pagamento de possíveis indenizações que podem ser solicitadas pelas
pessoas que foram investigadas.

Os nomes investigados pela Kroll são: Stael Janene, viúva do ex-deputado
José Janene, João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, Renato Duque,
ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, ex-diretor, Pedro Barusco,
ex-gerente, Alberto Youssef, doleiro, Augusto Mendonça, empresário, Julio
Camargo, lobista, Eduardo Leite, executivo da Camargo Correa, Dalton
Avancini, executivo da Camargo Correa, Julio Faerman, ex-representante da
SBM, e Ricardo Pessoa, dono da UTC.

Fora Janene, Vaccari e Duque, todos os demais assinaram acordos de delação
premiada com o Ministério Público Federal.

O objetivo da contratação da Kroll é principalmente descobrir se os
delatores omitiram da Justiça informações sobre recursos que mantinham
guardados no exterior, o que poderia questionar a credibilidade de suas
delações. Com isso, os políticos investigados na Lava Jato, dentre eles o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), podem se beneficiar. O
contrato da Kroll foi articulado por Cunha.

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