Enquanto seguram a antecipação de metade do 13º salário dos aposentados, a
presidente Dilma Rousseff e os ministros da área econômica já receberam, em
julho, 50% de suas remunerações extra. No mês passado, o governo federal
pagou metade do 13º salário dos servidores da União, o que inclui a
presidente e sua equipe econômica. As informações são do Estadão.
Na folha de junho, paga em julho, consta o pagamento de R$ 15.467 a título
de gratificação natalina para a presidente, de acordo com dados do Portal
da Transparência. O valor corresponde à metade da remuneração bruta da
presidente, que é de R$ 30.934 mensais. O restante do 13º de Dilma e do
funcionalismo deverá ser pago em dezembro.
Os mesmos R$ 15.467 foram pagos para o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a
título de gratificação natalina. O ministro é um dos principais opositores
à antecipação do pagamento para os aposentados, por conta das dificuldades
de caixa enfrentadas pelo governo.
Responsável pelo orçamento da União, o ministro do Planejamento, Nelson
Barbosa, recebeu um pouco mais, R$ 15.559, porque acumula o salário de
ministro com o de professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O
ministro da Previdência Social, Carlos Gabas, que também é técnico
concursado do órgão, ganhou R$ 15.526. Já o ministro do Trabalho, Manoel
Dias, que acumula também a remuneração de auditor fiscal, recebeu R$ 16.881
de antecipação do 13º salário.
De acordo com o Ministério do Planejamento, o pagamento antecipado de
metade do 13º aos servidores da União em junho é previsto em um decreto de
1994, do então presidente Itamar Franco. Segundo o órgão, foram gastos R$
3,4 bilhões em junho com a antecipação. No caso dos aposentados da
Previdência Social, em 2006 foi feito um acordo entre o então presidente
Luiz Inácio Lula da Silva com as centrais sindicais para o pagamento de
parte da gratificação natalina em agosto.
Neste ano, porém, o governo havia decidido não fazer o pagamento antecipado
por conta das dificuldades enfrentadas para fechar as contas. Recuou por
conta do desgaste político e procura uma solução para fazer o pagamento a
partir de setembro. No ano passado, a Previdência gastou R$ 13,9 bilhões
para esse pagamento. Ao todo, mais de 27 milhões de beneficiários receberam
a antecipação.