Os insistentes avisos dados pela imprensa sadia de Cascavel, nos últimos anos, não foram ouvidos pelas autoridades que administram a cidade. Esses avisos não foram ouvidos pelos vereadores responsáveis pela fiscalização dos gastos do município, nem pelo Ministério Público, nem pelo Judiciário. A mídia ouviu, mas a grande maioria dela está no cabresto: se criticar, a verba milionária de propaganda será cortada.
Agora a realidade chega comprovada pelas ações dos (i) responsáveis pela situação.
A Prefeitura anuncia pretender a venda de todos os imóveis não construídos do município, atitude barrada parcialmente pelos juízes e promotores. A Prefeitura preocupa seriamente os fornecedores, com medo de não receber pelas suas vendas. A Prefeitura anuncia situação tão difícil que até os gastos insignificantes de um desfile de 7 de Setembro estão cancelados por falta de dinheiro.
É hora da população esquecer as suas inúmeras dificuldades por alguns segundos e refletir: quanto custa cada anúncio ufanista, infelizmente sem respaldo na realidade, tipo “Cascavel é a 2ª. Melhor Cidade do Brasil”?
Custa caro. Aliás, senhores promotores, bem mais que o mesmo comercial custaria a uma empresa privada, com donos que cuidam do seu dinheiro.
Nos municípios onde prefeitos sérios e capazes foram eleitos, a situação é equilibrada. Onde demagogos administram, o aperto é maior. Mas em nenhum desses municípios, nem mesmo onde prefeitos medíocres administram, se cogitou vender o patrimônio do povo, como se tenta fazer em Cascavel. Imaginem vocês o desespero financeiro.
Como eu não gosto muito do Paranhos, sugiro ao leitor checar minha opinião: basta pesquisar no Google se tem algum outro município vendendo seus imóveis para pagar a folha dos funcionários.
PAÍSES MENORES
Romeu Zema “O Brasil funciona como um produtor rural que começa a só dar tratamento bom para as vaquinhas que produzem pouco e deixa de lado as que produzem muito”. Romeu Zema, governador mineiro, referia-se aos privilégios na distribuição de recursos dados aos nordestinos, pelo governo federal. Ema deu um tiro no pé ao criticar as benesses dadas ao povo nordestino. No aspecto unicamente eleitoral, para quem pode ter a pretensão de uma disputa presidencial no futuro, foi uma declaração desastrosa. Em relação à realidade brasileira, foi uma frase totalmente inquestionável. Falou o que milhões de brasileiros gostariam de falar. A má notícia para quem se alinha com o último pensamento é que a situação, a partir desse governo Lula 3, o quadro vai piorar. A diferença na distribuição de privilégios vai aumentar. Lula, a menos que esteja com suas ideias prejudicadas, ou desaprendendo, vai mandar para um dos dois responsáveis pela sua vitória, o eleitorado nordestino, tudo que for possível, em sacrifício dos setores produtivos no Sul, sudeste e centro-oeste. O outro responsável pela vitória foi o TSE.Eu sei que todo leitor detesta siglas e números, mas desta vez, para complemento da nota, não dá para escapar.
Aí vão os números oficiais.
QUEM PAGOU O IMPOSTO EM 2022:
Sudeste 66%, Sul 14%, Centro-Oeste 10%. Total 90%.
Norte 3%, Nordeste 7%, total 10%.
Resumindo: os 16 estados do Norte/nordeste pagam 10% do total arrecadado pela União.
Os 10 outros estados pagam 90% do imposto do país.
E para onde vai o dinheiro? Veja a parte II.
PAÍSES MENORES II
Os estados do Norte/Nordeste receberam em 2022 modestos 69,3% do total. Pagam 10, recebem quase 70.O restante do país recebeu 30,7%. Pagou 90, recebeu 30 de volta.
Isso explica a fala do Romeu Zema. Não fossem os recursos do país majoritariamente remetidos aos nordestinos, teríamos um Brasil rico e desenvolvido formado pelos estados produtivos.
Como resolver isso? Não tem nenhuma possibilidade num futuro próximo, mas a análise dos 10 países com maior renda per capita do mundo pode dar um caminho, mesmo que seja apenas para sonhar acordado.
Com exceção dos Estados Unidos, com 340 milhões de habitantes, os outros nove com o povo mais rico são pequenos, nenhum deles chegando aos 10 milhões de habitantes. São eles, pela ordem: Luxemburgo, Suíça, Cingapura, Irlanda, Catar, Macau, Emirados Árabes unidos, Noruega, EUA e Brunei.
Um Brasil com metade do tamanho atual teria muito mais condição de crescer de forma controlada e mais justa, e ainda não seria o ideal. A divisão em países menores ficaria ainda melhor.
E negociando direitinho o oxigênio, o turismo e as reservas minerais da Amazônia, os estados do Norte/Nordeste poderiam se virar muitíssimo bem.
E já que falei em divisão territorial, vamos brincar um pouco.
PAÍSES MENORES III
O Norte e o Oeste do Paraná, quem sabe até incluindo aqueles gringos simpáticos do Sudoeste e aqueles galeguinhas bundudinhas da Praia Brava, entre Camboriú e Itajaí, formariam um estado espetacular, rico, produtivo, pronto para se desenvolver no estilo e no padrão europeu. Teríamos agricultura, turismo, indústrias, um Terceiro Setor forte. Mas também é difícil conseguir isso. Não tem como nos livrarmos dos sanguessugas de Curitiba, que levam fortunas a cada mês em impostos e devolvem quase nada.
De qualquer forma, como o Duka Siliprandi desertou para Santa Catarina, vou conversar com seu irmão, o meu estimado Dr. Chili, e começar minha campanha para governador do futuro Estado do Iguaçu. Depois eu passo os detalhes para vocês, e a relação dos curitibanos que serão bem-vindos. Poucos, adianto.
CURTAS ESPORTIVAS
RONALDINHO GAÚCHO: Nem terminou de se livrar de um nebuloso e estranho processo no Paraguai, nosso ídolo Ronaldinho se vê envolvido em denúncias sobre a máfia das apostas, no Brasil. Não está confirmado que alguns diretores do PT querem sua filiação. “Precisamos com urgência desse cara! Tem nosso perfil !!”.
SOMOS TODOS BOTAFOGO: Todos os torcedores do Brasil fazem corrente positiva para o Botafogo ganhar o Brasileirão. Virou o segundo time de todos nós. Tem motivo: se ganhar, não tem torcedor para te encher o saco no dia seguinte. Não se conhecem botafoguenses por aqui.
NOSSA IMPRENSA ESPORTIVA: O Corinthians tomou um passeio na terça-feira, de um time argentino que chegou a chutar seis bolas na trave. Classificou-se, e na entrevista pós-jogo os repórteres perguntavam ao Luxemburgo se não sentia vergonha pelo desempenho. Na quarta-feira (30), o Botafogo jogou muito bem, com muita dignidade, perdeu e voltou com o rabo entre as pernas, desclassificado. Os torcedores do Timão, diretamente interessados, não foram consultados se preferem jogar bonito e perder ou o contrário.
CASCAVEL É INCRÍVEL: Meu estimado amigo Xiquinho Zimmermann, hoje morando no céu, e que faz tanta falta aos seus amigos até hoje, sempre repetia que Cascavel tinha vocação para ser manchete. Ele achava, e eu concordava, que a cidade era diferenciada. Há várias décadas, uma matéria no Jornal Nacional mostrou que, naquele ano, um boom imobiliário levou às alturas o preço dos imóveis em Cascavel. E o JN fez uma comparação entre o preço de um terreno na Avenida Atlântica, no Rio, e um terreno na nossa Avenida Brasil. A diferença era mínima, para espanto geral. (Claro que anos depois o mercado regulou essa anomalia e os preços se distanciaram novamente, como era de se esperar.)
MAS VOLTANDO ÀS MANCHETES:
Que outra cidade você conhece que tem um campeão andando a 200 quilômetros, num caminhão da Fórmula Truck, e ganhando campeonatos aos 84 anos, como faz o Pedro Muffato?
Em que outra cidade um prefeito chamado Paranhos, 15 dias após assumir um mandato de prefeito, inaugura 2.000 casas no Residencial Riviera (deixadas prontas pelo antecessor) e faz festa, sem ninguém estranhar nada?
Em que outra cidade os vereadores concedem um título de Cidadão Honorário a um Bispo, o Lugo, presidente do Paraguai que enfrentava dezenas de processos por estupro?
Em que outra cidade os vereadores aprovam projeto obrigando os cavalos que conduziam as charretes que recolhiam o lixo e outros resíduos a usar fraldões, para não deixar o cocô pelas ruas?
Infelizmente as manchetes não são todas positivas. Em que outra cidade dois jovens pilotos de motos, que competiam na Moto 1000 GP, com o mesmo sobrenome, o Érico Veríssimo e o André Veríssimo, sem ser parentes, um morando em Olinda e outro em São Paulo, morrem após se envolver num acidente em que as outras dezenas de competidores nem se arranharam?
Em que outra cidade um empresário, lúcido e sem ser denunciado, ou questionado, nosso glorioso Chico Simeão, faz uma auto delação espontânea ao vivo numa televisão e conta que vai financiar todos os vereadores que aprovarem o seu projeto de aumento do perímetro urbano da cidade?
E que outra cidade o prefeito pretende vender todos os imóveis livres, do povo, para pagar os funcionários e todos acham normal?
O leitor concorda que por aqui, como na propaganda do Fenômeno e do Rivaldo, o jogo é outro, o intervalo é outro e o andar da carruagem é outro?