COLUNA MANO PRESNER: E O BATONZINHO VERMELHO DA SIMONI?OU PARA ESQUECER AS TRISTEZAS DA GUERRA INDECENTE?

SIMON

nesta coluna. Simpática, comunicativa, Simoni não perde a oportunidade de freqüentar os veículos de comunicação da cidade quando surge alguma dúvida em relação à atuação da companhia que dirige. O povo gosta dela.

Tudo corria bem até que a Prefeitura de Cascavel entrou em uma economia de guerra. O excesso de gastos, a falta de planejamento financeiro e a completa irresponsabilidade do prefeito, quebraram a prefeitura, colocando em risco até a pontualidade tradicional dos pagamentos de salários.

Com a falta de dinheiro, as broncas se avolumam. Para não gastar muito tempo do leitor, basta dizer que até o prefeito critica sua equipe, e com tristeza temos que reconhecer: Paranhos tem razão. Está ruim mesmo!

Menos por culpa da equipe, muito mais pelo prefeito demagogo e despreparado.

Aí, numa área onde o prefeito sempre mandou, desmandou e escravizou, a Câmara Municipal, até os vereadores que sempre tiveram uma pequena cota nas migalhas do Executivo, se rebelaram. Querem respeito, vejam só, depois de anos de capachismo.

E nessas picuinhas domésticas, eis que o presidente da Câmara, nosso prezado Alécio Espínola, antes fiel escudeiro do Paranhos, hoje só escudeiro, distribuiu para meia Cascavel um vídeo onde critica setores do ex-chefe. E nesse embalo, ao queixar-se da TRANSITAR, meio que misturou as bolas e disse:

“Não suporto mais mandar ofícios pedindo à Simoni que tome providências para atender a população. Ela joga no lixo, e aí veste aquele seu casaquinho, passa um batonzinho vermelho e vai para a imprensa dizer que está resolvendo tudo, sem citar os vereadores…”.

O BATONZINHO II

A Simoni reagiu: “MACHISTA! ”

Distribuiu para outra metade da cidade um vídeo, onde deu uma belíssima esculachada no Alécio, desviando dos assuntos profissionais, partindo para o tema da igualdade, empoderamento, etc.…O episódio, mais pra cômico que para a coisa séria, trouxe algumas inverdades.

O Alécio sabe que a Simoni e os secretários não atendem os vereadores por ordem do Paranhos. Só deu uma simulada na indignação para acalmar os colegas que querem a continuidade das migalhas.

-A Simoni disse que não tem sobrenome famoso. Tem sim: Teixeira Soares, engenheiro de ferrovias, deu nome à belíssima cidade ao lado de Irati, onde morei. Mário Soares, ex-presidente de Portugal, alto padrão. O Jô Soares, que dispensa comentários. O nosso Levi Soares, patrimônio moral de Cascavel. O Luizito Suárez, que na verdade é Soares. A Elza Soares, que cantava samba como poucas. E, claro, a nossa presidente que usa, e fica muito bem, seu batonzinho vermelho e trabalha muito lá na Transitar.

-A Simoni disse que é uma sobrevivente, não é importante, sua mãe era uma Maria Ninguém. Mentira: sua mãe deve, ou devia, sem gente boa, pois gerou uma filha inteligente, bem-educada e de personalidade forte.

Acontece, Simoni, que, assim como os Silva, também temos os Soares daqui e os Soares de lá. Eu e Simoni, que não nascemos ricos, não estamos prefeitos e nem somos da turma dos Orleans e Bragança, somos dos Preisner e dos Soares daqui. Por enquanto.

Dito isso, apresento a vocês o final do imbróglio, em primeira mão: vai dar tudo certo. O Paranhos vai dar um pito no Alécio, a Fabíola vai pedir pra Simoni sossegar o pito, e vai ficar tudo como era dantes, no quartel.

E para não ficar muita rasgação de seda, vamos criticar os dois. O Alécio, para fazer uma crítica não tinha nada que se engraçar com o casaquinho e com o batom da nossa Presidente. E a Simoni podia muito bem ter respondido o porquê de não atender os vereadores capa, digo, parceiros do seu chefe, ao invés de aparecer com um tratado sobre o machismo, totalmente inoportuno e ultrapassado, que não condiz com suas atitudes e nem com seu desempenho moderno. É isso aí.

                                       BRASÃO DOS SOARES: MAIS HUMILDE ERA CONDE!

JÁ VI MILHARES DE VEZES ANTES

Já escrevi, vale um replay, face à reclamação dos vereadores de Cascavel, que disseram amém a tudo que o Paranhos ordenou e agora querem ser respeitados. Nessa bronca toda, dos vereadores para cima dos secretários (para evitar levar um esporro do Paranhos), uma constatação, um exemplo que assisti milhares de vezes aqui no Oeste.

É muito comum encontrarmos, quando procuramos uma Prefeitura, um prefeito solícito, educado, esforçando-se para agradar a pessoa que o procura. Político esperto transforma em seu eleitor cada pessoa que encontra na sua frente, seja pobre, rico, um líder, um pé-rapado, negro, branco, japa, alemão, o escambau. O político só vê o voto, e sabe que os anos de poder passam rápido. É a hora da formiguinha estocar votos.

Mas o que eu mais encontrei pela frente foram secretários prepotentes. Não estou aqui citando nenhum em especial, estou dando uma estatística apenas. O cara não tem votos nem para síndico do seu prédio, não tem muitos amigos, não tem talento para a vida pública, e aí é convidado pelo prefeito para uma função meio importante.

Muitos desses acreditam que estão no cargo por mérito. Outros porque o prefeito descobriu neles um talento oculto, uma vocação escondida. Outros porque o prefeito tem um plano que envolve um desses, nem sempre muito republicano. E aí, a cada contrariedade do dia a dia, é um tal de “estou de saco cheio disso…”, “não dependo disso para viver, estou perdendo dinheiro aqui…”, e outras caipirices mentirosas nessa linha. Os caras esquecem que cada pessoa que entrar na prefeitura tem sair como um fã do prefeito, se não pelo atendimento, pelo esforço e pela educação. Ao contrário, a maioria desses não tem nenhum conhecimento, nenhuma influência, e zero espírito público. Sem muito esforço, poderia citar uns CINCO MIL, no estalo.

Num caso como o da Cascavel atual, quando o prefeito proibiu qualquer gasto, porque a prefeitura está devendo até as calças, bastaria o secretário prepotente chamar o vereador, ou ligar, dizendo claramente: “estamos em dificuldades! Não tem como atender seu pedido! ”.

Sei que parece meio estranho escrever isso agora, depois do próprio prefeito ter esculhambado seus secretários e diretores. Mas sem dúvida é o que deveria ter sido feito, tivéssemos uma prefeitura minimamente bem administrada. Mas não: o secretário que pensa que é secretário por mérito próprio, e que ficava de saco cheio por ser obrigado a atender meros vereadores, segundo sua cabecinha, aproveita a oportunidade dada pelo prefeito e solta toda sua virulência no pobre edil.

Para não ficar tão ruim, informo que esse tipo de secretário burro, fora do esquadro, que se acha importante sem ter um único voto, é encontrado no Brasil inteiro, não é privilégio nosso.

ESTA NOTA TEM MIL E UMA UTILIDADES

A nota acima, dos secretários municipais, pode ser usada livremente pelos leitores em outras esferas. Os meus amigos podem aplicar os mesmos termos em muitos secretários estaduais, ministros do governo federal, presidentes de autarquias, ministros do STJ e, claro, ministros do Supremo. Nenhum deles tem um voto popular, mas todos acreditam que a democracia, o governo e a população em geral não sobrevivem sem eles.

RECOMENDAÇÃO DE ARTIGO

Numa das últimas REVISTAS VEJA, aquela que tinha a Preta Gil na capa, o jornalista com 20 anos de Rede Globo, José Casado, faz artigo muito especial sobre a reação da Direita na América Latina. Citou de passagem Dante Alighieri: “os piores lugares do inferno estão reservados àquele que se declaram, neutros em tempos de crise”.

Mas eu queria mesmo citar o trecho final, onde o Casado reproduz frases do Ronaldo Caiado, governador de Goiás, citando alguns países onde o narcotráfico já é um dos cinco maiores empregadores:

“Infelizmente, não querem ver. No entanto, o narcotráfico está avançando com parlamentares do narcotráfico, magistrados do narcotráfico e advogados do narcotráfico. Antes, o tráfico queria parcerias com os governos: hoje, quer assumir os governos”.

OPINIÃO MINHA: não é por acaso que ex-defensores do PCC e do Comando Vermelho estão progredindo em cortes altas, tentando liberar, no início de forma tímida, aborto e drogas. Estão assumindo altos cargos no Legislativo, etc…

Se aceitar esta sugestão, leia. Até a VEJA de vez em quando dá uma dentro.

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