Falta muito tempo para a indicação definitiva dos partidos dos seus candidatos a prefeito, vice e vereadores. As convenções têm prazo final de 05 de agosto, e o registro na Justiça Eleitoral dos nomes, até 15 de agosto. Até a eleição, 06 de outubro, teremos uma campanha de 50 dias.
Algumas posições, porém, estão sólidas, e dificilmente serão alteradas até a eleição.
Mas entre os nomes sólidos, os favoritos, quais são seus vínculos, com quem eles têm compromissos? Caso sejam eleitos, a quem deverão favores, retribuições, gratidões?

RENATO SILVA MARCIO PACHECO EDGAR BUENO LILIAN PORTO
- O RENATO SILVA, obviamente, terá alguns compromissos com o Paranhos e seu grupo. Mesmo os secretários, assessores e diretores que estão torcendo o nariz para sua candidatura- e são muitos – e não podem reclamar para não perder o emprego, de salário generoso e que não teriam como repor na iniciativa privada. Muitos deles vivem o período áureo de sua vida, na parte financeira, e pensam em manter essa situação, claro. Renato deverá favores ao deputado Fernando Giacobbo (PL), que tentou a última cartada para a decolagem de sua candidatura, levando-o ao partido do Bolsonaro, e ao Governador Ratinho, que chutou o Gugu Bueno para escanteio, e também chutou o Márcio Pacheco, que lhe foi fiel na Assembléia todo o tempo. Renato terá alguns compromissos com a imprensa, que ao apoiar o candidato oficial vai querer continuar os tempos de vacas gordas que viveram nos últimos sete anos e meio, inimagináveis com outros candidatos. Com tantos compromissos, falta espaço para novas composições, por não ter muito o que oferecer em caso de vitória aos que estão chegando agora.
- MÁRCIO PACHECO: Quando foi defenestrado de seu antigo partido, o Republicanos, que era o mesmo do Renato Silva, por ordem direta do prefeito Paranhos e do Governador Ratinho, Márcio, com bons números nas pesquisas, logo arrumou novos amigos de infância. Já em campanha para o Senado, Ricardo Barros, um dos políticos mais inteligentes do estado, enxergou um futuro cabo eleitoral, poderoso, com fama de cumprir compromissos, e trouxe o Pacheco para o PP. O convite teve a aprovação do Evandro Roman, que tem em Cascavel o mando político do partido, por ter sido o candidato a federal mais votado do PP, e que é patrão e guru do atual presidente local, o Valdinei Silva, nomeado por ele, Roman. Se ganhar, governará com Roman, Valdinei, Alfredo Kaeffer e os vereadores da sua chapa.
- EDGAR BUENO faz uma campanha totalmente diferente das muitas outras que disputou. Sem grupo político, sem apoios das velhas raposas, sem gastos, sem promessas que só fazem os eleitores desconfiarem de políticos, após tantas mentiras que ouviu ao longo dos anos. Faz anos que vai às casas dos amigos e conhecidos, e seus compromissos são apenas com esse povo, que forma uma base que dificilmente muda o voto. Desde a primeira sondagem, vem liderando as intenções de voto, aumentando a diferença de forma lenta, mas constante.
- LILIAN PORTO, vereadora, tem compromissos apenas com sua ideologia. É uma vereadora séria, competente, não vendeu ao prefeito suas opiniões, e vota de acordo com suas convicções, que não são as minhas, pois defende idéias esquerdistas, sem radicalismo. Como parâmetro, lembro que Lula fez na última eleição 33% dos votos da cidade (58.872 votos) contra 110.000 votos do Bolsonaro. Os votos de esquerda devem definir o novo prefeito, no segundo turno que é quase uma certeza.
CNJ: JUÍZA GABRIELA HARDT
A estapafúrdia decisão de afastamento da Juíza Gabriela Hardt, que substituiu Sérgio Moro no comando na 13ª. Vara Criminal de Curitiba que prendeu dezenas de corruptos, corruptores e simpatizantes, determinada pelo Corregedor do CNJ, Luiz Felipe Salomão, foi derrubada de imediato pelo Supremo Tribunal, com direito a uma dura reprimenda do Presidente da Corte, Ministro Luiz Roberto Barroso. O motivo principal, segundo o Corregedor Salomão, foi a tentativa de criação de um fundo, para “administrar” as devoluções à Petrobrás de uma parte ínfima do que foi roubado. A sentença do Salomão foi um exemplo de uso abusivo e mentiroso da autoridade. A tentativa de criação do tal fundo foi de fato um absurdo, e nesta coluna opinei desta forma, mas o Salomão bem que podia ter evitado dizer que o dinheiro seria usado pelo MPF “para fins privados”. Atitudes exageradas, mentirosas, vindas de pessoas que têm a obrigação de agir com justiça, só desmoralizam o Judiciário. Como se não bastassem o Alexandre, o Fachin, o Toffoli, a Carmen Lúcia…
O JANTAR VERGONHOSO
Antes era escondido, agora jogaram o pudor no lixo. Um jantar esta semana reuniu a cúpula do poder no país, com finalidades claramente escuras, se é que isso é possível. Lula, Lewandowski e o AGU Jorge Messias, popular Bessias da Dilma, pelo lado do governo, e Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Flávio Dino e o dublê de ministro do STF e advogado pessoal do Lula, Cristiano Zanin, pelo lado da “Justiça”, confraternizaram na casa do Gilmar visando a estreitar ainda mais os já apertados laços entre o PT e o Judiciário. No cardápio, camarões tigre, salmão do Alaska, defesa contra o Musk e vingança contra Moro, Gabriela e os desembargadores do TRF-4, aquele de Porto Alegre que referendou as condenações dos ladrões da Petrobrás.
OESTE: ESTAMOS CONTRATANDO – PLENO EMPREGO
Comandada pela capital Cascavel, a região Oeste do Paraná apresenta índice próximo a zero no desemprego, com muitas empresas freando seu crescimento pela falta de mão de obra. Não existem trabalhadores e notem que a palavra “qualificado” não foi usada. Falta todo tipo de mão de obra.
No passado, numa das suas melhores atitudes, os governos Lula e Dilma deram um jeito de liberar recursos abundantes para a construção civil. A coisa funcionou muito bem no início: em poucos anos os recursos continuavam disponíveis nos bancos, em especial na Caixa, mas a construção civil refluiu, e não por falta de compradores, nada de mercado saturado. Faltou gente para trabalhar. Brincadeiras do tipo “qualquer meia-colher quer salário inicial de 5.000 e exige ser chamado de engenheiro…”, eram comuns, e não ficavam muito longe da realidade.
Não posso avaliar com precisão, para informar os leitores, da relação desta falta de empregados com o Bolsa Família, mas parece obvio que alguma relação tem. O que é fato indiscutível é a procura por funcionários em cooperativas, supermercados, indústrias, etc…
A taxa de desemprego no Brasil fechou o ano de 2023 em 7,8%, um percentual mais baixo que nos tempos de desastre econômico (Mantega comandando a economia, por exemplo, no governo Dilma, quando milhões de pequenas empresas beiravam a falência) mas ainda um número absurdo para o que nós vemos diariamente aqui no Paraná, especialmente no Oeste.
Sempre quis saber sobre a estatística do IBGE e do CAGED: quem são as pessoas que fazem parte desse percentual? A turma do Bolsa Família entra como desempregada? Os informais? E os aposentados? Os traficantes? Os cabos eleitorais do Paranhos encostados na prefeitura, recebendo sem nenhum esforço?
Na verdade, a gente só comenta esses assuntos por falta de outro melhor. É claro que jamais saberemos os números verdadeiros. Em 2021, o Brasil era o quarto país com maior desemprego, perto de 13%. No final de 2022, baixou para 10%, em plena pandemia. Jamais saberemos, vale mais a percepção de cada um. Aqui no Oeste as placas oferecendo empregos são um bom indicativo.
Não foi por acaso que o Lula brigou com vários partidos, bateu o pé, e para o principal cargo do IBGE a escolha foi pessoal, cota do presidente. As estatísticas vão chegar até o povão de acordo com o interesse político do nosso ilustre presidente.
CURTAS
BETO RICHA: Caso a população conhecesse os detalhes da prisão do Beto Richa às vésperas de uma eleição praticamente ganha para o Senado, em 2018, sua volta, agora que está inocentado de todas as acusações (mal) feitas contra ele, à prefeitura de Curitiba e quem sabe ao governo do estado, daqui dois anos, seria uma coisa fácil, na minha opinião. Como setores importantes da mídia não têm interesse na sua volta ao Executivo, deixam de divulgar suas seguidas vitórias nos tribunais, e com isso parte da população continua misturando o Beto com as quadrilhas que sangraram o Brasil e que foram condenados em processos justos, parte deles transmitidos pelas televisões, ao vivo, para quem quisesse assistir. A missão do Beto em outubro, se confirmar sua candidatura à prefeitura de Curitiba, não é fácil, mas é possível.
BETO RICHA II: Um deputado federal me disse esta semana, quando lhe perguntei sobre a disputa em 2026 para a sucessão do Ratinho Jr., que entre os prefeitos do interior é quase unânime a opinião de que a volta do Beto Richa seria muito positiva para o restabelecimento da distribuição justa dos recursos estaduais. Beto era municipalista, percorria o estado todo com freqüência, e o dinheiro dos impostos nunca foi repartido entre capital e interior de forma tão criteriosa como no seu governo.