Lava Jato e Zelotes se aproximam de Requião

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As duas últimas etapas das Operações Lava Jato e Zelotes, comandadas pela
Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, se aproximaram de outro
político paranaense. Desta vez é o senador Roberto Requião (PMDB). Hoje
(sexta-feira), a PF cumpriu mandados judiciais na sede da CR Almeida em
Curitiba – empreiteira com ligações com Requião. Um dos controladores da
empreiteira é Marcelo Beltrão Almeida – filho de Cecílio Rego Almeida -,
filiado ao PMDB e que fez diversas campanhas do senador. Na última
campanha, de 2014, Marcelo Almeida doou R$ 700 mil para Requião. Também foi
diretor-presidente do Detran-PR nos dois últimos governos de Requião
(2003-2010).

Marcelo Almeida foi candidato ao Senado pelo PMDB na chapa de Requião. Fez
465.263 votos (8,73%) e gastou R$ 6,4 milhões – 99,9% bancados pelo próprio
bolso. A empresa, do qual Marcelo fazia parte, também controlava trechos
dos pedágios explorados nas rodovias do Paraná. Requião se elegeu com o
mote “baixa ou acaba”, mas durante seu governo assinou aditivos de reajuste
nas tarifas do pedágio e abriu mão de obras previstas nos contratos com as
concessionárias. Agora a empreiteira do amigo de Requião é investigada por
pagar propinas em obras ferroviárias pelo país.

Outras empresas investigadas pela Lava Jato também doaram para Requião. A
OAS repassou R$ 500 mil na campanha de 2014, quando o peemedebista disputou
e perdeu a eleição ao governo do Paraná. A Galvão Engenharia repassou R$
150 mil para Requião em 2010 na disputa ao Senado. E a Engevix doou R$ 100
mil para campanha de Requião em 2006. As três empreiteiras são investigadas
pela Lava Jato em esquemas de propinas e corrupção em obras da Petrobras.

Já a sexta fase da Operação Zelotes, deflagrada nesta quinta-feira, 25,
passou a investigar o Grupo Gerdau acusado de sonegação de imposto. Segundo
a PF, o grupo fechou contratos com escritórios de advocacia que atuaram de
maneira ilícita para manipular o andamento de julgamentos e decisões no
Carf. A suspeita é que o grupo, com atividades em 14 países, tenha tentado
interferir no Carf no pagamento de multas que somam R$ 1,5 bilhão. O dono
do grupo, André Gerdau, prestou depoimento ainda na quinta-feira na Polícia
Federal em São Paulo.

O grupo Gerdau é um dos maiores financiadores de Requião nas quatro últimos
campanhas. No total foram repassados R$ 900 mil para o senador do PMDB: R$
200 mil 2002, R$ 300 mil em 2006, R$ 200 mil em 2010 e R$ 200 mil em 2014.

(foto: PMDB/divulgação)

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