Após ruptura, PMDB dirá que partilha de cargos é o ‘mensalão da Dilma’

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Aliados do vice-presidente Michel Temer (PMDB) planejam responder aos
ataques que a decisão da sigla de romper com o governo Dilma Rousseff
suscitou nos últimos dias. A estratégia também prevê a formulação de
críticas públicas à articulação da petista de oferecer cargos e emendas em
troca de votos contra o impeachment. As informações são de Daniela Lima na
Folha de S. Paulo

Nos bastidores, peemedebistas têm dito que essa trama configuraria “a
versão do mensalão de Dilma” e que joga por terra o discurso de que a
petista não coaduna com a corrupção, enterrando a imagem de “faxineira” que
catapultou seu primeiro mandato.

Os aliados de Temer acreditam que Dilma irá insuflar a rejeição da
população ao “barganhar abertamente cargos para manter o mandato” não
poupando nem áreas estratégicas como a Saúde.

Conselheiros do vice dizem ainda que Temer não cairá na tentação de
competir com o governo na oferta de cargos a possíveis aliados para se
diferenciar da petista. Sem as mesmas armas, no entanto, como fazer para
evitar que Dilma conquiste os votos que precisa para barrar o impeachment
na Câmara?

A ala do partido que trabalha pelo afastamento conta com dois fatores.
Primeiro, a mobilização popular. Líderes de movimentos de rua contrários ao
PT fizeram, com o apoio de parlamentares pró-impeachment, um mapeamento dos
endereços residenciais e dos escritórios políticos de deputados favoráveis
a Dilma em suas cidades.

Com isso, pretendem fazer uma série de pequenos protestos para expor o
apoio à petista e constrangê-los a mudar de opinião diante de sua base
eleitoral.

O outro fator que ainda dá esperanças à ala pró-impeachment é a
infidelidade da base de Dilma. Segundo esse grupo, os deputados sabem que,
ainda que a presidente derrube o primeiro pedido de impeachment no plenário
da Câmara, continuará com uma base mínima, insuficiente para governar, o
que só agravaria a crise.

A contraofensiva da ala que é aliada a Temer decorre de dois movimentos: os
ataques abertos de integrantes do governo ao vice e a reprimenda tardia que
o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fez à decisão do PMDB de
romper com o governo.

Dois dias após a reunião que sacramentou o desembarque da sigla, Renan
afirmou à imprensa que o movimento não foi “inteligente”. O vice-presidente
Michel Temer se irritou com a declaração. Ele telefonou para o líder do
PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), e disse que a atitude era
desnecessária.

Temer ainda insinuou que Renan foi desleal, lembrando que o acordo que
definiu o formado da reunião do desembarque foi fechado na casa do
presidente do Senado –e na presença de Eunício.

Os três decidiram na residência oficial de Renan que o ato seria rápido
–teve três minutos– e que o fim da aliança seria aprovado por aclamação,
para não expor a minoria dissidente no partido pró-Dilma

(foto: Reuters)

*link matéria*
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/04/1756886-apos-ruptura-pmdb-dira-que-partilha-de-cargos-e-o-mensalao-da-dilma.shtml
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