COLUNA DE OGIER BUCHI : OS ESPOLIADORES

FSETETE

Escrevo esta coluna no sexto dia de novembro do ano da graça de 2025, e desde logo quero epigrafar que da graça, efetivamente, este ano nada tem.

O título que encima o comentário pode remeter o meu estimado leitor à ideia que tão somente me refiro aos espoliadores petistas do Governo Central. Por óbvio, não me refiro tão-somente a estes ineptos, porquanto como diria Cícero “a justiça é a rainha de todas as virtudes”Via de consequência, circunscrever o comentário tão somente aos citados seria insuperável injustiça. O grande fato é que os espoliadores estão em todos os segmentos da vida deste nosso amado país; e não só na vida pública.

Por certo, o exercício da política, de alguma forma já elastece o tecido moral dos seus praticantes, mas esquecer os funcionários públicos que, em magotes, participam das falcatruas, seja beneficiando-se economicamente, seja – e ainda que sem benefício direto – com as garantias trabalhistas obtidas ainda que sua lassidão obstrua o bom andamento do trabalho, não raras vezes regiamente pago seria trágico.

Destes últimos, há que enfatizar que seja no Judiciário, ou no serviço público em geral, o seu desprezo ao devido cumprimento do dever provoca o sentimento que a cidadania consubstancia no seu âmago, a saber, o sentimento do abandono e quiçá, até mesmo, do desprezo que os amanuenses têm para com o dever, e, sobretudo, o respeito ao próximo.

Digo isso com experiência própria, porque obter resposta do Estado a qualquer proposta de relação republicana é uma via-crúcis que exige pertinácia, paciência e, sobretudo enorme cautela, para que não sejamos tentados – não raras vezes – a de posse de um trinta e oito cano serrado, fazer justiça com as próprias mãos, a um patife que representa o Estado, inobstante não passe de um ladravaz inepto.

Não são poucas as oportunidades em que concentro meu pensamento neste tipo de pessoas que vicejam na esfera pública e que batem no peito e contam história, além de apontar os viciados e imundos dedos para terceiros, fazendo ao mesmo tempo um auto julgamento e citando-se como exemplo de boa conduta e bem-fazer.

É muito comum que nesta qualificação se inclua nome de funcionário público de alto coturno, como seja, por exemplo, o Alexandre de Moraes. Todavia, o meu comentário engloba todas as pessoas que atrapalham e enlameiam a vida pública deste país, o que transforma o Brasil num Estado cartorial, desde sua descoberta.

Na categoria dos que provocam o título, é comum que o sentimento popular dedique capítulo de destaque em especial, para os chefes de Estado, a título nacional, regional e municipal. Claro, com a preocupação da imprensa, isto é muito comum, e obteve uma especial relevância com o advento de o quinto poder, que é a internet e/ou a rede social.

Se o amigo leitor esquece, os três poderes são os constitucionais, o quarto também lembrado que é o MP, e o quinto seria, por decorrência, a imprensa; mas esta já comprada em sua quase totalidade, deixa de ter a representatividade histórica, e é substituída na sua condição pela rede social.

É óbvio que também escreverei sobre os destes poderes, mas antes de chegar a eles, é preciso enfatizar que eles só existem – e só são possíveis – porque são legitimados pela única e efetiva esfera de poder legitimante, a saber, o próprio povo.

Escrevo isso, porque estas categorias que citei só estão onde estão porque a construção legislativa do Estado e no período eleitoral, voto popular, produzem a legitimação.

Então, volto à análise e a faço olhando para mim mesmo, na condição de povo, e me pergunto, porque me falta a coragem necessária para uma vez só utilizar aquele pau de fogo que já supracitei?

O leitor deve se perguntar: “mas por que tanta revolta?”. Elementar, meu caro leitor. Nada que ocorra ou aconteça é capaz de, de alguma forma, modificar o status quo que está vigente em nosso país, e que não tem, no meu modesto vislumbre, qualquer chance de mudar.

Destaco, que isto é tão verdadeiro que a eliminação de 121 marginais ligados ao narcotráfico, inobstante tenha o apoio absoluto dos pesquisados, foi capaz de produzir a prisão de um só chefe dos narcotraficantes. Nem mesmo aquele, o indigitado Doca – que em tese seria o principal procurado na dita operação – foi preso.

Cá para mim, a tal operação em questão, portanto, foi malsucedida e frustrada. Quanto ao dano colateral das vidas perdidas da soldadesca da narcotraficância, nada há a lamentar, porquanto o risco é uma opção de cada um deles – como de fato a mãe de um clarificou.

A operação toda, há que destacar, portanto, o insucesso pela falta da prisão do capo, e pela morte de quatro brasileiros que cumpriam seu dever legal.

De novo, nos remetemos ao título “Os Espoliadores”, porquanto os de dentro e de fora do Estado se protegem, e morre os da infantaria, do tráfico e da força legal.

ESPOLIADORES

Ao mesmo tempo em que a Nação faz questão de avalizar o trabalho da polícia, avaliza também o trabalho da CPMI daqueles outros traficantes, piores que os supracitados, aqueles traficantes de paletó e gravata (ou não) que traficam a aposentadoria dos brasileiros.

Por incrível que possa parecer, nem um desses marginais de sindicatos, partidos políticos, ou força similar, levou uma bala advinda daquela arma que já citei nesta coluna. E se dão ao desfrute, inclusive, de ameaçar parlamentares da CPMI, como aconteceu com o vagabundo que é deputado estadual do Amazonas que ameaçou de morte o vice relator da dita CPMI.

Pessoalmente, eu entendo que qualquer atividade humana demanda determinadas qualidades, e o comprometimento e a empatia talvez sejam as que mereçam maior destaque. Mas, em tempo de confronto ideológico e guerra santa contra o narcotráfico, me parece imperioso destacar que quem quer que seja que ocupe posição tem compromisso com as qualidades que destaquei. E imagino que o parlamentar não se deixará arrefecer mediante a sordidez.

Penso, honestamente, que nesta etapa o Brasil tem o dever de fazer uma escolha, e separar os criminosos dos honestos. Os reais espoliadores daqueles que produzem.

ESPOLIADORES

Logo acima, escrevi ser necessário a coragem. Portanto, é dotado dela que dentre os espoliadores, o de maior destaque é o daquele que ocupa o mais destacado cargo, a saber, o ex-convicto e jamais absolvido Lulle da Silva. É esta diferença que deve balizar o entendimento de um e todos; não há como flexibilizar o sentimento de repulsa e repúdio aos espoliadores. Este país enfrenta historicamente gente similar a esse Lulle, como Pero Vaz pedindo emprego para o genro, e todos os outros que vieram depois dele.

Esta construção sociológica nos impele a esse dilema, ao drama atual, que é confrontar a sociedade produtiva que nos leva a ser a décima economia do mundo, e a ser um povo admirado por diferentes conquistas, e ao mesmo tempo, ser representado na COP30 por gente da catadura de Lulle e Janja.

A COP30 E OS ESPOLIADORES

Corolário maior a esta coluna não poderia haver, àquele que não passasse por essa reunião mundial que congrega destacados representantes da categoria. Fundamental lembrar que Macron, além de ser o protótipo do espoliador, é presidente de uma nação que historicamente espoliou o continente africano, entre outros, e fez suas tentativas aqui no nosso amado Brasil. Ainda bem que, pelo menos, sua conquista territorial foi malograda! HAHAHAHAHAHA…

Já o Príncipe inglês também representa os espoliadores da Coroa Britânica, embora este seja dotado de simpatia pessoal, o que é deveras estranho, pois trata-se no fundo de um inglês. Em relação aos espoliadores interna corporis, é cabível lembrar que a Itaipu Binacional foi espoliada em seu patrimônio financeiro em uma quantia incalculável na “festa de bode” em comento.

Qualquer que seja a conclusão desta COP, ela já é desprovida de amparo internacional, face à ausência de lideranças significativas na lista de presenças. O Brasil tem a representação que se poderia esperar no tempo em que a seringueira que mora em São Paulo, Marina é ministra, e o casal maior se destaca pelas bazofias do octogenário e a fogosidade dançarina de Janja.

Lastimo que Stanislaw Ponte Preta não esteja vivo e da mesma forma Ibrahim Sued, porquanto estes dois destaques de imprensa teriam a verve e a competência para enquadrar o Véio da Lancha e a sua Sexagenária Dançarina.

PASSEIO REGIONAL

Lembrando da brilhante frase de Norberto Bobbio que na democracia também é relevante respeitar as minorias, é relevante destacar nesta etapa que minorias se alevantam e tendem a quebrantar lideranças havidas como intocáveis até há poucos dias.

Começo pela brilhante tacada de Requião Filho, que aparentemente treinou bem snooker dos seus tempos de acadêmico de Direito da Universidade de Brasília. Conseguiu agregar num tempo em que os opostos só fazem desagregar, o PT de Gleisi/Arilson, o que desde logo lhe garante forte apoio financeiro e números relevantes quando se trata de agregar a campanha regional à campanha nacional de Lulle, como foi no caso do progenitor dele em 2002.

Menosprezar todo o eleitorado de Lulle/esquerda no Paraná é desconhecer números históricos, e praticar a estultice condenável do “já ganhou”. Ora, com o crescimento da polarização é mais uma vez demonstrada a incompetência da direita de oferecer uma chapa consolidada com tempo hábil para aprofundar o trabalho, cresce nas loterias e casas de aposta o nome de Requião Filho.

Sob o espectro que lidera a corrida, a saber grupo de Moro, percebeu-se a escalação de Toninho Vandscher, vulgo o Toninho da Retaliação. Apesar do respeito pessoal que tenho pelo histórico de Toninho, creio que qualquer assunto que remeta à Fazenda Rio Grande é inóspito nesta etapa, e Toninho representa historicamente o município.

Claro que eu sei que ao fundo está a caligrafia de Ricardo Barros, e do presidente nacional do Progressistas, que é o piauiense Cirão da Massa.

A estratégia do rabo de arraia pode ser perigosa e consolidar a já consistente liderança do juiz, até porque uma vez juiz, sempre juiz.

Já na frente governamental, a pesquisa do dia que dá liderança ao Governador é um bálsamo para os nervos daqueles que se perfiliam a ele, e esperam uma definição porquanto “quem sabe faz a hora” e segurar a decisão para o último momento pode até ser uma demonstração de cautela – mas nem sempre cautela e caldo de galinha resolvem a questão, e a espera pode ser fatal.

ORAÇÃO DE OGIER BUCHI: Em homenagem aos familiares do presidente eterno do Colorado, meu amigo Joaquim Cirino dos Santos, e de D. Nory Barrozo.

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