COLUNA MANO PREISNER; AÇÕES POSITIVAS DOS PRESIDENTES CIVIS APÓS 1985

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Em coluna recente, escrevi sobre erros dos presidentes pós regime militar, que explicavam, na minha opinião, as seguidas crises que impedem o desenvolvimento do país.

Em atenção à minha prezada Ana Karina Sartori – filha do Sérgio, meu amigo estimado que já está no céu – amiga da minha família, escrevo sobre as principais ações positivas dos presidentes, do Sarney até o atual.

Fui pesquisar no Google, e fiquei surpreso com algumas coisas que havia esquecido. Acredito que o leitor também vai ficar. É apenas um resumo breve.

SARNEY 1985/90:

 A chamada redemocratização era uma imposição fortíssima do país todo. Embora na minha opinião não tenha dado certo, pela roubalheira que se instalou e aumenta cada vez mais, Sarney não teve culpa, fez o que tinha que fazer. No seu governo foi criado o seguro-desemprego, o vale-transporte, o salário-mínimo dos servidores públicos. Foi tentado o Plano Cruzado, bem-intencionado, mas que acabou fracassando. Sarney terminou o mandato promulgando a Constituição Cidadã, do Ulisses.

COLLOR 1990/92:

Afastado por corrupção, Collor deixou legado positivo surpreendente. Abriu a economia. O Programa Nacional de Desestatização funcionou bem, inicialmente com empresas estaduais. Reduziu a máquina pública, extinguindo ministérios, demitindo servidores e cortou muitos gastos. Criou leis importantes: Código de Defesa do Consumidor, Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei do Regime Único dos Servidores, Lei de Improbidade Administrativa, além de ações que modernizaram o mercado, com quebra de monopólios e da reserva de mercado na informática.

Seus planos econômicos fracassaram e foi afastado do governo quando a inflação batia nos 1.200% a.a., e o PIB no seu período foi de 3,8 negativos.

ITAMAR FRANCO:

Na minha opinião, a história não lhe fez justiça. Assumindo o governo de um país devastado pela inflação de 1.200% ao ano, Itamar criou o único plano que funcionou após a saída dos militares. O Plano Real estabilizou a economia e controlou a inflação. Lançou o Plano de Combate à Fome e à Miséria. Criou o Ministério do Meio Ambiente. Deu incentivos fiscais para fabricação de carros populares, incluindo o Fusca que ficou famoso. Criador do programa espetacular de remédios genéricos. Criou o Saúde da Família. Duas Secretarias, de Cultura e de Ciência e Tecnologia ganharam o status de Ministérios. Privatizou a CSN, a Açominas e a Cosipa. Democrata, realizou plebiscito para definir o sistema de governo do país, que resultou na manutenção do Presidencialismo. Ninguém teve a coragem de acusá-lo de corrupção. Quando surgiram denúncias sobre os Anões do Orçamento, imediatamente apoiou a criação de uma CPI, que teve resultou na mudança completa dos critérios na elaboração dos orçamentos dos anos seguintes. Nos seus dois anos, o país cresceu quase 10% e a renda per capita 6,78%. Assumiu com inflação de 2.000% ao ano e entregou dois anos depois com 22,41% ao ano.

FERNANDO HENRIQUE:

Manteve o Plano Real do Itamar, com a hiperinflação sob controle, aumentando o poder de compra do brasileiro. Sua esposa, Dona Rute, criou programas sociais como o Bolsa Escola e o Bolsa Alimentação, que começaram timidamente. Modernização tecnológica, privatizou as telecomunicações e assim expandiu o acesso à Internet. A política de saúde no seu segundo mandato foi elogiada mundialmente, conduzida pelo José Serra, que aprovou a Lei dos Genéricos, com enormes benefícios aos pobres. Serra criou a Anvisa, expandiu muito o Saúde da Família. Quebrou as patentes de alguns medicamentos. Fernando Henrique entregou o governo com taxa de inflação média anual de 9,71 no primeiro mandato e 8,77 no segundo. A Lei de Responsabilidade Fiscal completa 25 anos e melhorou a gestão dos agentes públicos. Os bancos nadaram de braçada no seu período, atingindo os maiores lucros dessas instituições no planeta.

LULA:

O Bolsa Família foi uma ampliação dos programas anteriores do FHC, e se tornou uma das maiores iniciativas de transferência de renda do mundo. O sonho do FHC era um salário mínimo de 100 dólares, com Lula em determinados períodos o mínimo passou dos 300 dólares. O Minha Casa, Minha Vida facilitou o acesso à moradia popular para a turma de baixa renda. O programa Farmácia Popular foi um sucesso enorme. Criou o Prouni, o Fies e ampliou as universidades federais. Fortaleceu o mercado interno, e o Programa de Aceleração do Crescimento impulsionou investimentos em infraestrutura. Em dois mandatos, aparelhou a máquina estatal de forma inédita. Em oito anos, 2003 a 2010, o crescimento total foi de 32,62. No último ano de seu segundo mandato, a inflação foi de 5,90%.

DILMA ROUSSEF:

Continuou o Minha Casa, Minha Vida. Criou o Programa Mais Médicos, trazendo os médicos cubanos que atuariam em cidades onde os médicos brasileiros não tinham interesse em atender. Abriu linhas de financiamento para a construção de silos para armazenar grãos. Criou cinco universidades federais e 41 campi de institutos federais. Reduziu impostos sobre a conta de luz para indústria e consumidores em geral. Tentou reduzir na marra os juros cobrados pelos bancos públicos, mas foi boicotada pelas corporações da Caixa e do BB. Afastada pelo Congresso porque o país não suportava mais a política econômica do seu ministro Guido Mantega. Nos seus cinco anos e meio o país crescia a pífios 1% ao ano, com a economia colapsando em 2015 (menos 3,55) e 2016 (queda de 3,31%). As reservas cambiais do país diminuíram, em 2014, mais de US 104 Bilhões.

 MICHEL TEMER:

Habilidoso, conhecedor de todos os meandros da política da capital federal, Temer começou muito bem seu governo. Nos seus dois anos de governo, Temer reduziu a taxa de juros de 14,25% para 6,50% ao ano; a inflação acumulada nos últimos 12 meses caiu de 9,32% quando Temer assumiu para 2,76% em maio de 2018. Encerrou 2017 com inéditos 2,95%. Recuperou o equilíbrio da balança comercial, diminuiu muito pouco o desemprego, 13 para 12 milhões de pessoas. Em dois anos, entregou mais de um milhão de unidades habitacionais no Minha Casa Minha Vida. Privatizou os aeroportos de Porto Alegre, Florianópolis, Fortaleza, Salvador e Vitória. Balança comercial fechou 2017 com saldo positivo de RS 67 Bilhões, o maior em 29 anos. Aprovou a Lei das Estatais, e as maiores (Caixa, BB, Eletrobrás e Petrobras) passaram de um prejuízo de 32 Bilhões para um lucro de 28 Bilhões. Fez as esperadas reformas (Trabalhista e do Ensino Médio). No final, para coroar um inesperado bom governo, nomeou o Alexandre de Moraes, sendo, portanto, um dos maiores responsáveis pela desmoralização completa do STF.

BOLSONARO:

O clima de euforia com a mudança política gerou um número recorde de empresas abertas. Nos primeiros três anos, foram abertas 8 milhões de empresas, mesmo número dos 14 anos petistas. Reduziu tributos federais sobre a gasolina, etanol e diesel. Redução do IPI em até 35% para alguns produtos aqui fabricados. Na pandemia, quando foi proibido pelo STF de interferir nas ações, deu um show. Eu nunca tinha visto uma remessa de dinheiro para os estados e municípios em valores bilionários, com tanta agilidade. Na minha modesta opinião, foi o ponto alto do seu governo. Muitas prefeituras e alguns estados tiveram lucro com a pandemia. Suas ações foram atrapalhadas pelas suas bobagens negando a gravidade da doença, recebendo das esquerdas o glorioso título de genocida, depois de enfiar bilhões e bilhões nos estados e municípios. Deu reajuste de 33% para professores da educação básica. Perdoou até 99% da dívida de alunos com o Fies, beneficiando mais de um milhão de estudantes. Fez as escolas cívico-militares, um sucesso no Paraná. Passou o valor do Bolsa Família de R$ 190 para R$ 600. Continuou a recuperação das estatais iniciada pelo Temer, gerando um lucro espetacular em 2019, 2020 e 2021 superior a 366 Bilhões de reais. Privatizou 35 portos, 34 aeroportos, 7 rodovias, 6 ferrovias. Combateu a farra da Lei Rouanet. 

LULA III:

Aumento real do salário mínimo, com reajustes acima da inflação. Reativou o Programa Mais Médicos. Isenção do Imposto de Renda para quem ganha até 5.000 reais. Atuou na defesa dos direitos dos povos indígenas, em especial do povo Ianomâmi. Manteve o valor de 600 reais do Bolsonaro, mudando o nome do Programa Avança Brasil para o antigo Bolsa Família. Recebe críticas do João Pedro Stédile por ter paralisado a reforma agrária, e, segundo o líder dos Sem-Terra, em dois anos nenhuma desapropriação foi feita. Vinha em recuperação de sua imagem, em baixa até maio deste ano, até que discursou na Indonésia defendendo os traficantes, segundo ele, “vítimas dos usuários”. O decreto 12.686/25, que obriga os portadores de necessidades especiais a dividir a sala de aula comum, da rede pública ou privada, sem professores especializados, acabando com as APAES, pode ser outro golpe na sua recuperação.

FIM: Por enquanto, é isso aí. Esta nota tem mais informações que opiniões. O leitor tem, como sempre, direito à acréscimos, correção de erros e de mostrar opinião diferente.

AS IDIOTICES DA SEMANA NA NET (SÓ ATÉ ESTA QUARTA)

NO MÍNIMO ISSO- Presidente Lula garante às famílias dos mortos do morro do Alemão e Penha indenização e pensão vitalícia para compensar o dano causado pela Polícia. Um ministro do STF, possivelmente o Flávio Dino, conhecedor do sistema, vai calcular os valores do dano moral e dos lucros cessantes dos traficantes. As famílias dos quatro soldados mortos vão receber o salário do marido por algum tempo (desde que comprovem regularidade no casamento civil e religioso), salva de tiros no enterro e um certificado de Honra ao Mérito.

VAI FAZER MUITA FALTA- Os jornalistas que trabalham com futebol, em especial os bagrinhos que fazem mesas redondas em horários mortos, são campeões em tiradas humorísticas. Um deles se superou nesta terça, na ESPN: “a lista do Ancelotti é boa, mas faltou o Endrick…”

ALÔ ANCELOTTI!!- O Brasil campeão em 1958 na Suécia tinha Djalma Santos, Nilton Santos, Zito, Didi, Garrincha, Pelé. Em 1962, no Chile, tinha os mesmos Djalma e Nilton Santos, Zito, Didi, e Garrincha que incorporou o espírito do Pelé, machucado, e jogou pelos dois e mais uns dez. Em 1970, era covardia: Carlos Alberto, Gérson, Jairzinho, Pelé, Rivelino. Em 1994 ganhamos com o time mais fraquinho de todos: Taffarel, Jorginho, até o Zinho e o Dunga jogaram. Só que conseguiram que o Romário ficasse uma semana sem ir na zona e ele ganhou meio sozinho a Copa. Na nossa última vitória, outra covardia. Deveriam ter sido proibidos de competir: Roberto Carlos, Gilberto Silva, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo, Ronaldo Fenômeno. E agora a pergunta que precisa ser feita: Ô Ancelotti, só entre nós: você acha mesmo que vai ser campeão com Alisson, Wesley, Paquetá, Richarlison, Vitor Roque, e os anciões Casemiro, Marquinhos e Fabinho? Se essa craca ficar entre os oito, é porque o Ancelotti é meio mágico.        

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