O Tribunal de Contas da União (TCU) vai julgar nas próximas semanas um parecer técnico que pede a inabilitação do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) para ocupar cargos em comissão e funções de confiança na administração pública federal por um período de até oito anos. O motivo remonta à época em que ele foi ministro da Saúde no governo Michel Temer. Barros diz ser vítima de perseguição do TCU por “puro ativismo”. Segundo o parecer do TCU, obtido com exclusividade pela revista Veja, o parlamentar teria atuado para trazer uma fábrica de hemoderivados que estava em construção do Nordeste para Maringá, sua base eleitoral no Paraná, sem “qualquer justificativa plausível”. Para isso, Barros teria suspendido uma parceria entre a estatal Hemobrás e laboratórios privados para produção dos insumos. Os hemoderivados são medicamentos feitos à base de plasma humano para tratar doenças como hemofilia, revelou os dados o ric.com.br.
Barros pretendia fechar uma parceria com o Tecpar, estatal do governo do Paraná, para que os insumos fossem produzidos em Maringá. Para a equipe técnica do TCU, o ex-ministro teria desconsiderado potenciais prejuízos financeiros com o rompimento da associação entre a estatal e os laboratórios privados. Além disso, teria sido omisso ao supostamente ignorar uma oferta de investimentos de até 30 milhões de dólares do laboratório parceiro da Hemobrás no parque fabril que estava sendo construído em Pernambuco. No caso de Ricardo Barros, a penalidade não o impede de concorrer nas eleições de 2026, quando ele deve tentar o oitavo mandato de deputado. Nem o afasta do status de dono do caixa do Progressistas, posto para qual foi eleito recentemente.
BARROS E LUCIANO FRACARO AINDA REPERCUTE
Outro caso que publicaram recentemente foi que o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) fez lobby junto ao Banco Central (BC) e a três bancos comerciais em nome da financeira Sudacred. A empresa é alvo de milhares de ações contra cobranças indevidas de seguros nas contas de aposentados do INSS, via débito automático. Conforme o UOL apurou, Barros –que foi ministro da Saúde de Michel Temer e líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara– tentou evitar que os bancos interrompessem os débitos automáticos da Sudacred, após reclamações de clientes.