A sanção da lei que isenta do Imposto de Renda os salários de até R$ 5 mil trouxe um recado claro sobre a prioridade do governo: valorizar quem vive do trabalho. Mas foram os dois compromissos anunciados durante o ato – o fim da cobrança de impostos sobre a PLR e a revisão da escala 6×1 com redução da jornada de trabalho – que provocaram forte repercussão no movimento sindical.
A FENASCON, que representa trabalhadores de setores fundamentais para o funcionamento das cidades, recebeu a sinalização como um avanço político relevante, mas reforçou que nada está garantido.
PLR integral: “Quem produz merece receber sem desconto”
A proposta de isentar a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de tributação pode representar mais renda, valorização e reconhecimento para quem ajuda a manter empresas ativas e lucrativas.
“A PLR é resultado direto do esforço de quem trabalha. Esse valor precisa chegar limpo às mãos do trabalhador, sem ser reduzido pelo sistema tributário”, afirma o presidente da Fenascon.
Escala 6×1: uma regra de 1943 sob revisão
Também ganhou destaque a defesa pelo fim do regime 6×1, que obriga o trabalhador a cumprir seis dias de jornada para descansar apenas um, realidade criticada por especialistas e entidades sindicais por impactar saúde física e mental.
A proposta prevê redução progressiva da jornada e modernização das relações de trabalho, adequando o Brasil a padrões internacionais.
“Exigir seis dias de trabalho para apenas um de descanso é o retrato de um país que cobra produtividade sem garantir bem-estar. O trabalhador é ser humano, não engrenagem”, reforça o dirigente sindical.
Presidente da Fenascon, Paulo Rossi faz alerta e impacta:
“O governo pode anunciar. O Congresso pode debater. Mas só o trabalhador organizado pode conquistar. Porque direito não é presente — é reconhecimento. E reconhecimento se conquista com mobilização.”
E conclui com contundência:
“Não vamos assistir de longe. Vamos agir. Se é para mudar a história, o sindicato estará na primeira fila.”
Mobilização agora é estratégica
A Fenascon já iniciou tratativas para coordenar ações entre sindicatos filiados, ampliando o diálogo com autoridades e parlamentares. A orientação é clara: informar a categoria, levar o debate aos locais de trabalho e preparar o terreno para que as medidas avancem sem retrocessos.
A entidade avalia o momento como histórico, mas exige unidade: “Se o Brasil quer crescer, precisa reconhecer quem constrói esse país todos os dias. A Fenascon vai transformar promessa em lei, e lei em dignidade”, conclui o presidente.