Há uma tese em andamento que corre pelos bastidores de Brasília, pelas rodas políticas, pelos editoriais independentes e pelos especialistas que não têm medo de dizer o que muitos apenas insinuam: o Supremo Tribunal Federal estaria executando, passo a passo, o projeto político que o governo Lula (PT), jamais assumiria oficialmente em público — eliminar seus dois principais adversários nos últimos anos. Um na política e outro do judiciário, que o deixou na cadeia por 583 dias, para a perpetuação do poder por mais alguns anos.
Primeiro alvo: Jair Bolsonaro.
Uma suposta tentativa de golpe com inquéritos, operações, decisões monocráticas, interpretações expansivas da lei — tudo embalado na narrativa de “salvar a democracia”. Hoje, Bolsonaro está preso com 27 anos de sentença e inelegível até 2060. Para alguns, isso não basta: fala-se abertamente sobre perseguição maior em uma cela na Papuda e lhe causar um constrangimento bem maior. Para outros, o cerco judicial passou do ponto e virou instrumento político de eliminar um adversário que poderia incomodar o PT em 2026 nas eleições presidenciais.
Agora, segundo alvo: Sérgio Moro.
O ex-juiz da Lava Jato — o homem que enfrentou o sistema — virou o próximo obstáculo no calendário eleitoral. E como se derruba um obstáculo? Com armações ilimitadas, investigações, buscas e apreensões, que soam menos como busca pela verdade e mais como revanche institucional cuidadosamente coreografada. A frase dita por Lula em entrevista “ QUERO FODER O MORO”, está em pleno andamento.
A ida da Polícia Federal à 13ª Vara Federal de Curitiba, na quarta-feira (03) — o berço da Lava Jato — foi vista por muitos como o primeiro ensaio dessa segunda eliminação. A busca por documentos antigos, autorizada por um ex-militante do PT, o Dias Toffoli, reacendeu a sensação de que o Judiciário está vasculhando o passado de Moro não para esclarecer nada, mas para encontrar algo — qualquer coisa — que possa minar seu futuro político com cassação e até a prisão.
E assim se alimenta a tese que ecoa pelo país:
O STF não estaria apenas julgando; estaria jogando.
E jogando pesado, porque não se deve descartar Deltan Dallagnol, que também já está inelegível, cassado pelos mesmos ministros, só que dentro do Tribunal Superior Eleitoral.
Não falta quem enxergue nesse movimento uma tentativa de cumprir uma “tarefa antiga”, ás vésperas de um ano eleitoral com uma cobrança silenciosa, dita por Lula no auge das disputas políticas com Moro.
Para muitos analistas, a promessa de revanche está em plena execução — só que agora com toga, caneta e liminar.
É claro que o Supremo nega qualquer interferência política. E é claro que o governo não admite qualquer influência sobre a Corte. Mas, para uma parte crescente da sociedade, essas negativas já soam como formalidades protocolares de um teatro em que todos sabem quem está no palco e quem está nas coxias dando as direções.
No fim, a pergunta que muitos fazem, mas poucos têm coragem de escrever, é simples:
O STF virou tribunal ou virou instrumento?
Justiça ou estratégia?
Porque, se essa tese estiver minimamente correta, o Brasil não está diante de um “Estado Democrático de Direito” — mas de um Estado Democrático de Direção, no qual as decisões não nascem apenas da lei, mas da conveniência.
Até quando vamos suportar esta ditadura da toga vergonhosa nesse país?
A DIREÇÃO
