“A saúde continua como prioridade no Paraná”

GOVERNADOR ENTREGA EQUIPAMENTOS DE SAÚDE PARA MUNICÍPIOS.

Em 2016, a saúde do Paraná terá seu maior orçamento da história – R$ 4,5
bilhões – com R$ 150,7 milhões do que 2015. Com a ampliação dos recursos no
setor, o Estado fará um concurso público para contratação de 2,1 mil
profissionais na área. “A saúde continua como prioridade no Paraná”, diz o
secretário Michele Caputo Neto.

Michele Caputo adianta ainda que mesmo com o atraso e falta de repasses do
governo federal ao Paraná, o Estado cumpriu com os compromissos em 2015.
Na entrevista a seguir, Caputo Neto fala do combate ao mosquito Aedes
aegypti, e do oio aos hospitais filantrópicos e dos desafios para 2016.

*O ano passado foi difícil para os estados, por conta da crise nacional.
Como a saúde do Paraná fechou o ano de 2015?Michele Caputo –* Foi um
primeiro semestre bastante difícil, mas por conta dos ajustes financeiros e
das providências que o Estado adotou, a Secretaria de Saúde conseguiu
honrar grande parte dos compromissos. O segundo semestre teve maior
tranquilidade. Por exemplo, estamos em dia com os Samu. O Paraná coloca 25%
de apoio aos consórcios que movem o serviço móvel de urgência em todo o
Estado. Antes de 2011, nenhum Samu regional funcionava e só 14 municípios
contavam com esse tipo serviço. Hoje, passam de 300 cidades atendidas e, em
2016, teremos quase toda a população do Paraná coberta pelo serviço. Além
disso, no fim de 2015, o Estado investiu R$ 2 milhões a mais no Samu das
regiões Noroeste, que tem sede em Umuarama e atende 85 municípios (mais de
1 milhão de pessoas), e Oeste, com sede em Cascavel e que atende cerca de
800 mil pessoas, de 43 municípios da região.

*A maior preocupação neste momento é com a dengue e outras doenças
transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Como o Governo do Paraná tem
trabalhado nesse combate?Michele Caputo -* O Paraná é o único estado que
repassa recursos do tesouro estadual para a área da vigilância em saúde,
responsável pelo enfrentamento da dengue, zika e chikungunya e o combate ao
Aedes aegypti. Através do programa Vigiasus, o Estado destinou recursos
para que os municípios pudessem aplicar na vigilância sanitária,
responsável pela inspeção de produtos e empresas da saúde, saúde do
trabalhador, vigilância epidemiológica, entre outras ações para proteção da
saúde dos paranaenses.

*Há uma dificuldade no acesso a cirurgias eletivas em todo o País. No
Paraná, como está o andamento dos mutirões lançados em setembro?Michele
Caputo -* A área de cirurgias eletivas tem gargalos em várias
especialidades no país inteiro. No Paraná, o governador Beto Richa liberou,
inicialmente, R$ 33 milhões para o mutirão paranaense de cirurgias
eletivas. Ainda serão destinados mais R$ 13 milhões. O mutirão começou em
setembro de 2015 e tem um ano para ser feito. Normalmente eram feitas em
torno de 15 mil cirurgias ao ano e, com o mutirão paranaense, se estimou
inicialmente 30 mil procedimentos. Vamos conseguir mais do que isso. A
projeção é de 50 mil cirurgias em um ano de mutirão. Não vamos conseguir
resolver tudo, mas em algumas possibilidades podemos zerar filas. Como a da
oftalmologia, no caso da catarata, é possível reduzir drasticamente.

*Como foram os investimentos em transporte sanitário?Michele Caputo -* O
Estado destinou mais de R$ 68 milhões para que os municípios adquirissem
veículos para o transporte de pacientes. Cada prefeitura pôde determinar
qual seria sua necessidade – se a compra de ambulância, van, veículos
pequenos ou até mesmo ônibus. Foram destinadas cotas de R$ 120 mil ou R$
240 mil e praticamente todos os municípios foram atendidos. Além disso, com
os investimentos feitos em 2015, já começaram a chegar mais 150 ambulâncias
adquiridas pela Secretaria da Saúde, que serão distribuídas conforme o
critério técnico, para os municípios.

*Os hospitais filantrópicos têm recebido uma atenção especial neste
governo?Michele Caputo -* Só o Paraná e São Paulo têm uma política
organizada para investir em hospitais filantrópicos. Em cinco anos do
programa HospSus, o Estado já colocou R$ 261 milhões para o custeio e R$
118 milhões em equipamentos e obras nos hospitais. Em quatro anos ampliamos
em 50% a oferta de leitos de UTI e, com isso, foi possível ter um impacto
positivo na redução da morte materna e infantil. Além dos investimentos nos
hospitais, o Paraná está colocando R$ 50 milhões para equipar unidades
básicas de saúde. Somente para obras dessas unidades, já foram destinados
às prefeituras quase R$ 500 milhões.

*Na captação de órgãos o Paraná é destaque. Pode-se dizer que o transporte
aéreo no Estado tem auxiliado neste e em outros procedimentos?Michele
Caputo – *É importante registrar o transporte aéreo, a estruturação feita
nas UTIs e a capacitação de profissionais. Além disso, temos mais de 100
empresas, supermercados e clubes de serviço, que participam deste grande
trabalho de conscientização sobre a doação de órgãos. Nós crescemos mais de
300% em comparação a 2010. Outra melhora foi na eficiência do sistema,
principalmente o transporte aéreo. O helicóptero que está em atuação em
Cascavel, serviço lançado pelo governador Beto Richa em 2013, já fez o
transporte de número 500.

*E para 2016, qual a previsão do orçamento para Saúde no Estado?Michele
Caputo -* Neste ano, o orçamento tem R$ 150,7 milhões a mais do que 2015.
No total, serão R$ 4,5 bilhões. Um dado importante é que conseguimos,
graças à recuperação do estado e do ajuste fiscal, a realização e
antecipação do concurso público, que já está em andamento. A intenção é
lançar o edital até março para contratação de 2.144 profissionais.

*Em relação ao Governo Federal, os repasses já estão dentro da programação?
Como está a situação?Michele Caputo -* O Paraná, no início de 2015, deveria
ter recebido mais de R$ 500 milhões do governo federal. Não é só uma divida
para a Secretaria da Saúde. São dívidas para o consórcio do Samu, para a
área de saúde mental, para hospitais e prestadores de serviço e para os
municípios. Então, são dívidas de ações realizadas no Estado e que têm
portarias federais pactuadas. No caso de medicamentos, por exemplo, o
Paraná é obrigado a comprar por demanda judicial, o juiz despacha e temos
que buscar o ressarcimento. Mas, até agora, não recebemos nada. A população
não pode esperar, o governo federal tem que fazer a sua parte. Nós
esperamos ser ressarcidos do montante que foi transferido aos municípios e
que, por direito, é do Estado do Paraná.

*“Hoje passam de 300 cidades atendidas e em 2016, teremos quase toda a
população do Paraná coberta pelo Samu”.
“O Paraná deveria ter recebido mais
de R$ 500 milhões do governo federal”“Neste ano, o orçamento tem R$ 150,7
milhões a mais do que 2015. No total, serão R$ 4,5 bilhões”“Em cinco anos,
o Estado já colocou R$ 261 milhões para o custeio e R$ 118 milhões em
equipamentos e obras nos hospitais”*

(fotos: Pedro Ribas/ANPr)

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