“Pegaram um criminoso, réu confesso, preso por abuso de menores, para me acusar sem nenhuma prova, coisa de bandido”, diz Richa
O governador Beto Richa (PSDB), em vídeo postado nas redes sociais, disse neste sábado, 16, que “o Paraná não aceita baixaria” sobre ps relatos do auditor fiscal Luiz Antonio de Souza, preso e acusado de participar de um esquema de pedofilia e exploração sexual, flagrado em corrupção ativa no desvio de recursos do Estado. “Nas últimas semanas, eu fui alvo de ataques de todos os tipos, mas agora passaram do limite. Pegaram um criminoso, réu confesso, preso por abuso de menores, para me acusar sem nenhuma prova, coisa de bandido”, disse Richa.
O auditor disse ao Ministério Público, em delação premiada, que a campanha de Richa recebeu cerca de R$ 2 milhões desviados do Estado. Souza e outros 14 auditores são acusados de cobrar propina de empresários e, em troca, reduzir ou até anular dívidas tributárias de empresas.
“O meu governo está sofrendo um campanha orquestrada, mas o Paraná não é bobo, sabe que há muitos interesses, principalmente políticos, tentando fazer um jogo sujo. Querem desviar o foco de problemas maiores, inventando acusações falsas”, disse Richa.
‘Guerra suja’ – Na mensagem, Beto Richa tranquilizou os paranaenses: “o Brasil vive a pior crise econômica dos últimos tempos, mas nós aqui seremos parte da solução. O governo não vai ficar de braços cruzados. A nossa resposta será trabalhar mais e melhor para que a crise do Brasil não engula o Paraná, que é terra de gente séria e trabalhadora”.
“Nós vamos enfrentar essa guerra suja com determinação, com a verdade e com respeito aos paranaenses. O Paraná não aceita baixaria”.
O secretário-geral do PSDB no Paraná, deputado Ademar Traiano, afirmou que as declarações do auditor não merecem credibilidade. “Parece estratégia da defesa para tentar a redução de pena de um cidadão que roubou do Estado e que ataca a honra do governador. A arrecadação da campanha foi feita dentro dos preceitos legais e aprovada pela Justiça.”
Contas aprovadas – Traiano, que também preside a Assembleia Legislativa, disse que o governo de Richa, que enfrenta crise econômica e onda de protestos e greves de servidores, está sendo alvo de campanha liderada pelo PT. “Eles estão buscando a desconstrução de governos de oposição para tirar a atenção sobre escândalos do governo federal.”
O PSDB-PR, em nota, refutou “de forma veemente as declarações” do auditor. “O partido ressalta ainda que todas as doações recebidas pelo partido na campanha eleitoral de 2014 ocorreram dentro da legalidade, sendo registradas e atestadas pelo Comitê Financeiro. As contas foram apresentadas e aprovadas integralmente pela Justiça Eleitoral”.
O presidente da JPSB, Edson Lau Filho, também aponta o que chama de “incongruências” no relato do auditor. “A primeira é que o esquema funciona, segundo a delação, há 30 anos e estranhamente pretende-se envolver somente o atual governo”, questiona.
O segundo ponto, segundo Lau Fillho, está nas palavras do promotor Jorge Barreto da Costa que diz o seguinte: “O que está na delação é uma das provas que precisa, obviamente, ser comprovada, ser corroborada por diligências, por outras investigações que já estão em andamento no Gaeco”. “Por que expor o governador se o próprio Gaeco confirma que há diligências e investigações em curso que precisam ser comprovadas?”, pergunta Lau Filho.
Olho
“Nós vamos enfrentar essa guerra suja com determinação, com a verdade e com respeito aos paranaenses. O Paraná não aceita baixaria”.
O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), disse neste sábado (16) que é “coisa de bandido” o relato do auditor da Receita estadual que acusa a campanha de reeleição tucana de ter sido abastecida por dinheiro desviado.
O auditor Luiz Antônio de Souza, preso em Londrina (PR), disse ao Ministério Público, em delação premiada, que a campanha de Richa recebeu cerca de R$ 2 milhões desviados do Estado.
Souza e outros 14 auditores e servidores públicos são acusados de cobrar propina de empresários e, em troca, reduzir ou até anular dívidas tributárias de empresas.
“O Paraná não é bobo e sabe que há muitos interesses, principalmente políticos, tentando fazer um jogo sujo. Querem desviar o foco de problemas maiores, inventando acusações falsas”, diz o governador tucano num vídeo gravado em seu apartamento e publicado no Facebook.
EXPLORAÇÃO SEXUAL
Sem citar nomes, Richa disse que seu governo está sofrendo uma campanha orquestrada e tem sido alvo de “ataques de todos os tipos”.
“Mas agora passaram dos limites. Pegaram um criminoso, réu confesso, preso por abuso de menores, para me acusar sem nenhuma prova. Coisa de bandido”, disse ele.
O auditor também é acusado pelo Ministério Público de exploração sexual de menores e foi preso em janeiro em um motel com uma menina de 15 anos. Souza admitiu a prática do crime.
O governador disse que vai enfrentar “essa guerra suja com determinação”. “O Brasil vive a pior crise econômica, mas nós aqui seremos parte da solução. O governo não vai ficar de braços cruzados. Nossa resposta será trabalhar mais, para que a crise não engula o Paraná, que é terra de gente séria”, diz Richa.
À Folha o secretário-geral do PSDB no Paraná, Ademar Traiano, afirmou que as declarações do auditor não merecem credibilidade.
“Parece estratégia da defesa para tentar a redução de pena de um cidadão que roubou do Estado e que ataca a honra do governador. A arrecadação da campanha foi feita dentro dos preceitos legais e aprovada pela Justiça.”
Traiano, que também preside a Assembleia Legislativa, disse que o governo de Richa, que enfrenta crise econômica e onda de protestos e greves de servidores, está sendo alvo de campanha liderada pelo PT. “Eles estão buscando a desconstrução de governos de oposição para tirar a atenção sobre escândalos do governo federal.”
DELAÇÃO
Segundo relato do auditor, o esquema no Paraná era comandado pelo então inspetor-geral de fiscalização da Receita, Márcio Albuquerque de Lima, também preso.
Na versão de Luiz Antônio de Souza, Márcio Lima agiria em nome de Luiz Abi Antoun, que se apresenta como primo de Richa e também já havia sido preso em outro caso.
O depoimento do auditor foi revelado pelo advogado Eduardo Duarte Ferreira, que assumiu sua defesa. Segundo ele, seu cliente contou aos promotores que, em fevereiro de 2014, foi a uma reunião com Lima na qual ficou estabelecido que o grupo deveria contribuir com R$ 2 milhões para a campanha de Richa.
No encontro, Lima teria dito estar cumprindo determinação de Antoun. O advogado disse ainda que Souza confirmou que o grupo de auditores achacava empresas devedoras do fisco estadual havia pelo menos dez anos.
O PSDB-PR divulgou nota negando as acusações.
fonte: Carlos Ohara, Folha de S. Paulo