O candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, criticou duramente, nesta quarta-feira (01/10), as denúncias de uso político dos Correios pela campanha do PT e afirmou que o governo federal, a cúpula do PT e a direção da empresa estatal cometeram crime que deve ser investigado.
Aécio ressaltou que a entrega de correspondência de adversários do PT que disputam as eleições não foram feitas pelos Correios. E classificou o episódio como “estarrecedor”, que soma ao aparelhamento que a gestão da presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff, já fez na Petrobras.
“É absolutamente grave, estarrecedor o que nós estamos assistindo nessa campanha, agora no meu Estado de Minas Gerais. Depois das denúncias, feitas por uma liderança do PT, de que os Correios estavam privilegiando a candidata oficial, agora recebemos denúncias nessas últimas 24 horas de que os Correios em Minas Gerais, durante toda a campanha, não cumpriram com a sua responsabilidade. Cometeram um crime, e não enviaram as correspondências da nossa campanha, seja do nosso candidato [ao governo mineiro pelo PSDB] Pimenta da Veiga, seja da nossa candidatura presidencial”, afirmou Aécio em Mogi das Cruzes (SP).
O caso
O episódio do uso dos Correios pelo PT foi revelado pela imprensa, que teve acesso à gravação em vídeo de uma reunião da campanha petista com a participação de dirigentes dos Correios em Minas Gerais e o deputado estadual Durval Ângelo (PT-MG). O parlamentar petista diz aos participantes que a presidente Dilma e o candidato ao governo de Minas pelo PT, Fernando Pimentel, só conseguiram “capilaridade” da campanha no Estado porque “tem dedo forte dos petistas dos Correios”.
Nas suas afirmações, Ângelo ressaltou que: “Se hoje nós temos a capilaridade da campanha do Pimentel e da Dilma em toda Minas Gerais, isso é graças a essa equipe dos Correios”. O encontro ocorreu com a presença do presidente dos Correios, Wagner Pinheiro. No trecho do vídeo, o deputado estadual também diz que o esforço dos petistas dos Correios será compensado com a reeleição de Dilma e a vitória de Pimentel.
Inimaginável
Para Aécio, o uso da empresa pelo PT chega a uma situação inimaginável e mostra um partido que não respeita adversários. “Era inimaginável, para nós, que se chegasse a esse ponto: colocar uma empresa secular, patrimônio dos brasileiros, a serviço de uma campanha eleitoral. Quem diz isso é um dos principais líderes do PT no Estado [de Minas], sem saber que estava sendo gravado. Ele assume que, se a candidata estava tendo os resultados que estava tendo em Minas Gerais, devia isso aos Correios”, destacou ele.
O candidato afirmou que, após a denúncia, a Coligação Muda Brasil investigou e chegou à conclusão de que os Correios não enviaram a correspondência da aliança durante a campanha. “Isso é inaceitável, isso é vergonhoso, isso é criminoso. O PT não tem mais autoridade moral para continuar governando o Brasil. Não basta o que fizeram com a Petrobras, não basta o que estão fazendo com o Estado brasileiro. Agora, os Correios. Uma empresa secular, respeitada por todos os brasileiros, se submete ao comando do PT”, criticou.
Segundo ele, a coligação vai entrar na Justiça com uma ação para responsabilizar criminalmente desde o ministro responsável pela área – o ministro das Comunicações – até o presidente dos Correios e os superintendentes que participaram do episódio.
“Nós queremos a criminalização de todos os responsáveis, infelizmente, por essa ação perversa de um partido que não respeita a democracia, um partido que não respeita os adversários, um partido que quer vencer no grito. E não vai vencer no grito, quem vai vencer as eleições somos nós, para reorganizar o Estado brasileiro, profissionalizar as nossas empresas e recolocá-las no caminho do serviço à população, ao cidadão e não a um projeto de poder”, concluiu Aécio.