AÉCIO NEVES VISITA CURITIBA E FALA DA MESQUINHARIA DO GOVERNO FEDERAL

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O GOVERNO FEDERAL VIROU AS COSTAS PARA O PARANÁ!
DISCURSO DE AÉCIO EM CURITIBA:
Pisando aqui em solo paranaense, pela primeira vez, após o segundo turno, quero agradecer imensamente ao povo paranaense por essa extraordinária e histórica votação. Quero agradecer a todo o povo paranaense por essa histórica votação que me deram, um demonstração enorme de confiança na capacidade que teremos, pois não sou eu apenas, é o grupo político que nós representamos, o setor da sociedade que nos apoia, que permitiu ao Brasil encontrar um novo caminho do desenvolvimento sustentável, ético na gestão da coisa pública, e vem trazendo de novo a eficiência também para a máquina. Quero, Beto Richa, cumprimentá-lo também pelo resultado que teve, a demonstração que teve mais uma vez da confiança da sua gente no seu trabalho e, desde já, ao lado do [deputado estadual Valdir] Rossoni, ao lado do Senador mais votado do Brasil, a votação do [senador reeleito] Alvaro [Dias] é, talvez, a demonstração mais clara de que o trabalho sério, coerente e corajoso é reconhecido. Você foi, ao longo de todo o seu mandato no Senado Federal, uma das mais corajosas e vibrantes, além de coerentes vozes da oposição. Eu agradeço o papel que você desempenhou dentro do nosso partido, nas oposições no Congresso Nacional, quando poucos ousavam combater esse governo, você não teve dúvida alguma em denunciar aquilo que os oposicionistas diziam que era meramente uma manobra política, como os desvios da Petrobrás, mas hoje, acho que os brasileiros envergonhados e indignados percebem naquilo que se transformou nossa maior empresa pública. Nós devemos muito a você.

Ao companheiro [senador eleito José] Serra, essa permanente e estimuladora companhia em toda nossa caminhada, também os meus cumprimentos, que aqui no Paraná, onde você também tem enorme prestígio, sua eleição em São Paulo também é a garantia de que a boa política começou já a vencer essas eleições.

A minha palavra antes de responder algumas perguntas é para dizer ao povo paranaense que além de todas as questões específicas e pontuais que já me foram trazidas, sobre as quais nós já conversamos no primeiro turno, eu serei o presidente da República que vai reconciliar o governo federal com o Estado do Paraná. Nenhum Estado brasileiro foi tão prejudicado pela visão mesquinha e menor da política quanto foi o Estado do Paraná. Se não fosse a coragem do Beto, a sua persistência, certamente os prejuízos teriam sido ainda maiores do que foram. E prejuízos com certeza como os atrasos dos financiamentos e, por consequência, os benefícios que eles trariam a sua gente. Terei em mente sempre a responsabilidade de correr atrás do tempo perdido e, portanto, nesses próximos quatro anos eu terei que fazê-los virarem oito. Portanto, nesses quatro anos o governo federal virou as costas para o Estado do Paraná, eu recuperarei nos próximos quatro anos. Vamos fazer, portanto, oito em quatro para que a população do Paraná tenha as suas demandas atendidas.

Sobre a relação com o PMDB

A minha relação são aquelas forças políticas que estão ao nosso entorno, não apenas políticas e partidárias, mas da sociedade brasileira. Estou extremamente honrado com os apoios que venho recebendo desde que o resultado oficial das urnas foi divulgado, foram inúmeros partidos políticos como o PSB – a começar por ele porque teve uma candidata à Presidência da República – passando pelo PPS, pelo PV, pelo PSC e por setores de outros partidos que se somaram aqueles que inicialmente estavam conosco. Ontem, vimos coroada essa nossa ação política com a chegada da candidata Marina Silva – ex-ministra, ex-senadora – cuja presença ao nosso lado, que eu aqui registro, corajosa, firme e patriótica, certamente soma muito. Não apenas na eleição, certamente também na eleição, mas no futuro que nós queremos construir para o Brasil. Nós vamos, sim, construir através da boa ação política a aliança necessária a dar sustentação ao nosso projeto de governo.

Não sou mais o candidato de um partido ou de uma aliança. Eu sou o candidato das mudanças necessárias. Eu sou o candidato da coragem para enfrentar a mentira, a infâmia e a calúnia que se transformaram parece que nas últimas e únicas armas de um governo que fracassou na condução da economia e deixará como legado inflação saindo de controle e recessão da economia. Fracassou na gestão do Estado. O Brasil é um cemitério de obras abandonadas e inacabadas com sobrepreços por toda parte, com denúncias sucessivas de desvios de propinas. E fracassou também na melhoria dos nossos indicadores sociais. Em qualquer ranking internacional respeitável, o Pisa, por exemplo, na educação, nós estamos nos últimos lugares. Na saúde pública, basta perguntar pros brasileiros, a tragédia que tem sido a saúde, o atendimento de saúde pública no Brasil. E aqui eu falo isso confortado pela presença de José Serra, o melhor ministro da Saúde que esse país já teve e responsável pelas boas ações que até hoje lembramos na área da saúde, porque, nesses últimos doze anos, não sei quantos, sete, oito até mais ministros da Saúde passaram e nenhuma marca efetiva ficou.

Fracassou na questão da segurança pública. O governo tem como meta uma terceirização de responsabilidades. Em todas as áreas. Na economia é a crise internacional, não importa que os nossos vizinhos que habitam o mesmo planeta estejam crescendo muito mais do que nós e, na segurança pública, a responsabilidade é dos Estados. No meu governo não será. No meu governo, segurança pública será responsabilidade também do governo federal e eu, pessoalmente, vou coordenar uma Política Nacional de Segurança, rompendo o contingenciamento dos recursos da área, cuidando efetivamente das nossas fronteiras, valorizando a Polícia Federal sucateada por esse governo, melhorando a qualidade também de investimentos nas nossas Forças Armadas, que precisam também ser fortalecidas e profissionalizadas, e aqui minha palavra também de respeito às nossas Forças Armadas, que poderão, no que diz respeito às nossas fronteiras, também ter um papel decisivo, por mudar a nossa relação com países vizinhos que contrabandeiam drogas ou matéria-prima de drogas para o Brasil, e com os governos fazem sobre isso uma vista grossa. Nós vamos cuidar tanto da questão efetiva quanto da questão repressiva, cuidando também de revisitar o nosso Código Penal. Meu governo será o governo da transformação. E eu venho hoje ao Paraná nessa condição. Vários partidos políticos estão aqui ao nosso lado, agradeço a todos eles. Aos prefeitos, aos vice-prefeitos, vereadores, lideranças políticas, aos parlamentares eleitos e não eleitos. Precisarei de todos pra vencer e pra governar, mas principalmente ao cidadão e à cidadã paranaense, pelo voto de confiança que tive, meu enorme agradecimento.

Sobre os debates com os presidenciáveis

O debate, o que é? É a oportunidade do confronto de ideias. Da minha parte será sempre propositivo. As pessoas querem ouvir o que cada candidato tem a dizer sobre o caminho para melhorar o emprego, o caminho para fazer com que a inflação seja efetivamente controlada, o caminho para a qualidade da saúde pública melhorar e para a criminalidade diminuir. Nós temos respostas para isso. Construímos um projeto para o Brasil, o nosso programa foi divulgado. Agora sou eu que digo: a candidata oficial não tem sequer um programa para apresentar para o Brasil. É um grande salto no escuro. Qual será sua política econômica se vencer? A reedição dessa que fracassou? Uma nova que desminta tudo o que foi feito até agora? Que caminho ela vai? Manter o intervencionismo na economia? Sinaliza de forma diferente para o mercado para que os investimentos voltem ao Brasil, será que ela tem capacidade para isso, de resgatar a credibilidade perdida no Brasil? Eu acho que não. Eu acho que perdeu. No que depender de mim, serei muito firme na defesa dos nossos projetos, mas, infelizmente, o que estamos assistindo no campo situacionista hoje, é uma candidata à beira de um ataque de nervos que infelizmente e indiretamente volta a fazer aquilo que foi sempre a principal arma do PT, não apenas contra mim, foi contra o Eduardo [Campos] e contra a Marina [Silva]. Mas comigo isso não vai pegar. Eu vou enfrentar o governo porque nós temos um projeto que é para o Brasil, e os brasileiros esperam isso de nós. Eu estou pronto para o debate, no que depender de mim propositivo e de alto nível.

Sobre o encontro com Marina Silva.

É possível que nós estejamos juntos esta semana. Não definimos ainda o dia. Falei com ela por telefone mais uma vez depois do evento e liguei pessoalmente para ela pra agradecer a clareza da sua manifestação. Para mim, acreditem nisso, os que me conhecem mais de perto sabem o que eu estou dizendo, ela me tocou fundo no meu coração porque não é um apoio eleitoral, uma manifestação formal, é uma decisão dela, obviamente não era consenso absoluto no seu entorno, mas é uma decisão dela, corajosa, a favor do Brasil. E o segundo turno o que é? É exatamente isso, quando forças políticas que têm projetos distintos, mas têm no objetivo maior o seu ponto de convergência, se somam. Eu estaria ao lado de Marina, não tenho a menor dúvida disso, se o resultado fosse diferente. Portanto eu recebo com muita humildade, mas com muita alegria, o gesto generoso da Marina, e tenho certeza de que a população brasileira saberá compreender a importância desse e de outros apoios que nós recebemos ao longo dessa caminhada.

Sobre o sentimento da população em relação ao atual governo.

Em parte é um Brasil cansado do baixo crescimento, das denúncias de corrupção que não cessam, cansado da ineficiência da máquina pública em todas as áreas. Eu acho que é uma sinalização clara que já se formava nessa eleição. A mudança venceu. O sentimento de mudança foi amplamente majoritário no primeiro turno. Talvez tenha sido esse, me permitam dizer, o único acerto das pesquisas de opinião que captavam já há algum tempo esse amplo sentimento de mudança na sociedade brasileira. Se você vir o resultado, mais de 60% da população votaram pela mudança. Cabe a mim agora ter a capacidade de expressar esse sentimento de mudança para que tenhamos o apoio, não por aqueles que têm simpatia pelo nosso partido ou que acompanharam nossa campanha, mas todos aqueles que têm um ponto de convergência – o cansaço absoluto, o repúdio a tudo isso que vem acontecendo no Brasil.

Sobre apoio de Marina Silva.

A forma como a Marina veio honra a boa política brasileira. Não pediu absolutamente nada, não se insinuou em absolutamente nada, em relação a cargos, ao espaço de governo. Algo muito maior que nós estamos fazendo. O nosso ponto de convergência é a compreensão que temos de que, para o Brasil, é absolutamente essencial encerrarmos esse ciclo de governo que aí está e introduzirmos o outro: o da meritocracia substitui o aparelhamento da máquina pública, onde uma nova visão de mundo muito mais pragmática em favor dos interesses do Brasil, da economia brasileira, dos empregos do Brasil substitua essa anacrônica e atrasada visão ideológica que conduz a nossa política externa. Onde nossas ações sociais tenham como objetivo a superação da pobreza e não a sua simples administração, como parece querer o PT. É nesse ponto que nos encontramos. Não estamos sequer pensando em como vai ser o governo. Eu não venci as eleições. Estou aqui hoje no Paraná pedindo apoio de cada um e de cada uma que estiveram conosco no primeiro turno e também daqueles que tiveram e daqueles outros que não chegaram conosco no primeiro turno, mas que querem a mudança. E vou até além, quero também o voto daqueles que eventualmente votaram na atual candidata e estão vendo que eles não têm mais condições de governar. Venham todos para fazermos um Brasil honrado, digno e eficiente para todos os brasileiros.

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