Alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal na Operação Acrônimo, a
Pepper Comunicação Interativa fez repasses à empresa LSI Solução em
Serviços Empresariais, alvo da Operação Lava Jato. A LSI pertence ao
ex-deputado André Vargas (ex-PT) e seus irmãos, suspeitos de terem
participado do esquema de corrupção da Petrobras. As informações são do
Estadão.
Os pagamentos constam nos autos dos inquéritos da 11.ª fase da Operação
Lava Jato, batizada de A Origem, deflagrada em abril deste ano. Nessa etapa
da Lava Jato, a Polícia Federal deflagrou um esquema de desvio de recursos
públicos operado principalmente pelos irmãos Vargas, envolvendo a agência
de publicidade Borghi/Lowe.
Nos documentos constam cinco pagamentos que foram efetuados pela Pepper à
LSI entre os anos de 2012 e 2013. No total, esses repasses somam R$ 98.865.
Além da Pepper, o documento mostra repasses feitos por diversas agências
que foram feitos em favor da LSI, a pedido da agência Borghi/Lowe. Apesar
de a Pepper aparecer na lista de empresas que efetuaram pagamento à LSI,
ela não é alvo da Lava Jato.
A Pepper nega que haja qualquer irregularidade nos pagamentos e diz que
eles foram efetuados após um pedido feito por email pela Borghi/Lowe,
empresa da qual a Pepper era subcontratada. A agência afirma ainda que a
subcontratação é prática comum no mercado publicitário e que esses
pagamentos são referentes a um “bônus de volume”, jargão utilizado para
designar pagamento de comissões entre agências.
“A Pepper foi contratada pela agência Borghi/Lowe para a realização de um
trabalho publicitário, em 2012. O trabalho gerou para a Borghi/Lowe uma
comissão legal e corriqueira no meio publicitário chamada bonificação por
volume (BV). A Pepper recebeu orientação, via email encaminhado pelo
escritório da Borghi/Lowe, em Brasília, para fazer o repasse do valor
devido para a empresa LSI Soluções em Serviços Empresariais Ltda, cuja
propriedade e ligações desconhecia”, diz em nota.
*Nova etapa.* A Pepper foi alvo de busca e apreensão realizada pela Polícia
Federal na quinta-feira, quando foi deflagrada a segunda etapa da Operação
Acrônimo, que tem como um de seus principais alvos o governador de Minas
Gerais, Fernando Pimentel (PT).
A suspeita é de que ele recebeu “vantagens indevidas” de Benedito
Rodrigues, o Bené, que chegou a ser preso na primeira fase da operação. O
ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), relator do
caso no Tribunal, autorizou ações nos escritórios da agência em Brasília,
São Paulo e no Rio de Janeiro. No total, 19 locais foram alvos de busca e
apreensão no Distrito Federal e em outros três Estados.
Investigadores suspeitam que a mulher de Pimentel, Carolina de Oliveira,
possa ser sócia oculta da Pepper. A informação é negada tanto pela empresa
quanto pela primeira-dama. Pimentel também tem negado as acusações.