Professores da oposição à atual direção da APP-Sindicato questionam o
atraso na prestação de contas da entidade referente ao ano de 2014 que,
segundo o estatuto, deveria ter sido publicado até o mês de março. No site
do sindicato, o último relatório é o de 2013, publicado há quase um ano e
meio. A responsável pela área de finanças do sindicato é a professora
Marlei Fernandes, líder das greves que tiraram em 2015 quase três meses de
aulas dos alunos paranaenses.
Segundo o documento de 2013, a APP teve naquele ano um orçamento de mais de
R$ 27 milhões, valor que supera o orçamento da maioria das cidades
paranaenses. A quase totalidade (R$ 25,5 milhões) veio da contribuição
obrigatória dos servidores públicos. Em 2015, este valor deve superar a
casa dos R$ 30 milhões por três motivos: o aumento no número de professores
contratados pelo Estado – o que aumenta a contribuição sindical prevista em
lei, independente do servidor ser sindicalizado ou não -, os reajustes
concedidos à categoria pelo governo e e também o aumento no valor da
própria contribuição daqueles que são sindicalizados.
No último relatório também há informações que mostram que o sindicato pagou
mais de R$ 2 milhões em benefícios a 17 dirigentes do sindicato. Só de
salários foram pagos R$ 3,6 milhões, valor referente a benefícios como
auxílios de moraria e alimentação e complementação de vencimentos. Mesmo
fora das escolas, a direção do sindicato e dos núcleos recebem regularmente
o salário do governo. Segundo o Portal da Transparência do Governo do
Paraná, a média salarial da direção da APP é de R$ 3,5 mil, valor que os
profissionais que trabalham 20 horas semanais recebem.
Ainda para a direção do sindicato constam pagamentos de R$ 358.833,84 em
auxílio alimentação, R$ 88.599,39 em auxílio moradia, R$ 583 mil com
locação e manutenção de veículos e R$ 71 mil para passagens aéreas. Os
números são totais e não há qualquer detalhamento dos gastos.
Nos gastos constam ainda repasses à CUT, braço sindical do PT: R$ 258.149,78
para a direção nacional da central e R$ 157.758,20 para a CUT Paraná. Outros
R$ 142.809 foram declarados como “doação sindical e movimentos sociais”.