Baixa produtividade é entrave para o Brasil competir, diz CNI

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Dirigentes da CNI (Confederação Nacional da Indústria) consideram a baixa produtividade um dos principais entraves ao aumento da competitividade da economia brasileira. Os representantes da entidade comentaram os resultados da pesquisa Competitividade Brasil, divulgada nesta semana e que mostra o país no penúltimo lugar em um ranking de 18 países. As informações são da Agência Brasil.

O Brasil superou apenas a Argentina em uma lista de países escolhidos por suas semelhanças com a economia brasileira, seja pelo nível de renda parecido ou por competirem com os mesmos produtos no mercado externo. O país demonstrou o pior desempenho em custo e disponibilidade de capital. No entanto, para a CNI, os problemas para custear e achar mão de obra também merecem destaque. O Brasil ocupou o décimo primeiro lugar na avaliação desse quesito.

O gerente executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, diz que a mão de obra mais cara está ligada também à baixa produtividade, ou seja, reduzida capacidade de produzir com eficiência.O problema é a baixa produtividade. Nesta edição da pesquisa, a gente ficou no vermelho em crescimento da força de trabalho [conceito associado às pessoas disponíveis com capacidade para serem empregadas] e isso nos fez cair várias posições, comentou.

Fonseca afrmou que o aumento da produtividade passa pela melhoria da educação. Em termos de solução, vários fatores dificultam. A educação é um deles. A baixa qualidade da educação dificulta que os trabalhadores consigam absorver novas tecnologias, em um mundo em que a tecnologia muda muito rápido. Ou seja, o aprendizado tem que ser rápido e isso é difícil, declarou.

Curiosamente, a educação foi o quesito em que o Brasil ficou mais bem posicionado no ranking: ocupou o nono lugar, entre 15 países com informações disponíveis sobre o assunto. O principal motivo foi o subfator gastos com educação, no qual o país fgura em quarto lugar. Os representantes da CNI acreditam que isso reforça o entendimento de que gastos altos não significam educação de qualidade, já que apesar dos investimentos elevados o país ocupou posições baixas em quesitos como qualidade e disseminação da educação, respectivamente 12º e décimo lugares. Se eu só manter o gasto e não tiver resultado, eu acabo não tendo competitividade. O grande investimento na educação tem que ser na questão da gestão, disse Renato da Fonseca.

Quando comparamos o desempenho de diversos estados em relação a gastos na educação, é surpreendente observarmos que, nos que têm os melhores resultados, não necessariamente a associação é perfeita em termos de gastos. Estados do Nordeste mostram desempenhos superiores aos do Sul e Sudeste, acrescentou o diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Fernandes.

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