A revelação desta briga interna foi publicada pelo Blog Politicamente, aonde os deputados da base aliada estão insatisfeitos e apostam numa atitude enérgica de Ratinho para “reenquadrar” os secretários. O que era tratado nos bastidores da Assembleia Legislativa como um resmungo, ganhou os holofotes e o microfone da tribuna da Casa na semana passada foi usado pelo líder do governo Ratinho Jr., deputado Hussein Bakri, subir o tom e exigir respeito e reciprocidade por parte de um grande número de secretários de Estado que insistem na prática de “driblar” os parlamentares para articular politicamente com prefeitos. A fala ganhou eco no plenário com o aparte de muitos deputados engrossando a reclamação, agora pública, contra secretários de Ratinho Jr. O pano de fundo desta insatisfação é a eleição de 2026, uma vez que mais de uma dezena dos secretários têm pretensões políticas. “Eles se reúnem com prefeitos e os deputados que representam o município sequer ficam sabendo”, disse um parlamentar. “Hoje mesmo, o secretário Beto Preto (Saúde) está em Ponta Grossa entregando mais de 60 veículos e convidou um ou outro deputado. E destes 60, 45 foram provenientes de emendas parlamentares”, esbravejou outro.
A reclamação é antiga e Ratinho já havia dado uma “enquadrada” no seu time de secretários. A questão, melhorou, é bem verdade, mas parece ter degringolado novamente. Deputados temem que a artimanha de alguns secretários se intensifique com a proximidade do pleito. Alguns nomes foram repetidamente citados pelos parlamentares: Márcio Nunes, do Turismo, Rogério Carboni, que é secretário do Desenvolvimento Social e Família do Paraná, além do subchefe da Casa Civil, Lucio Mauro Tasso, e Júnior Weiller — Superintendente Geral de Apoio aos Municípios. A lista de secretários é extensa, mas estes nomes foram os mais citados.
ORTEGA CHAMOU NA CHINCHA!
A repercussão da reclamação de Hussein foi grande e na terça-feira (25), no final do expediente, quando alguns secretários estavam batendo em retirada do Palácio Iguaçu, foram chamados para o 2º andar na sala do GGI (Gabinete de Gestão Integrada) comandada pelo chefe da Casa Civil, João Carlos Ortega. Ortega em nome do governador foi enfático ao afirmar que as coisas têm que ser para todos e que as coisas de agora em diante irão funcionar da seguinte forma “ou ajusta ou tá fora do governo” e os louros da vitória tem que ser para grupo em qualquer inauguração ou entrega dos recursos.