Reitor e outros 39 servidores da universidade recebem acima do teto constitucional .A resistência da UEM (Universidade Estadual de Maringá) em integrar ao sistema de gestão da folha de pagamento do Estado esconde os supersalários pagos na universidade. Há 40 servidores que recebem acima do teto constitucional (de R$ 33,7 mil), o que inclui o salário do reitor Mauro Baesso. Se não é pouco, baixa-se esse teto para acima de R$ 25 mil (são 81 servidores), acima de R$ 20 mil (448 servidores), acima de R$ 15 mil (1.042 servidores) e acima de R$ 10 mil (1.084 servidores).
A média salarial dos 4.133 servidores da UEM é de R$ 11,3 mil. A média salarial do trabalhador brasileiro oscila entre R$ 2,5 mil e R$ 3 mil. A folha de pagamento da universidade é R$ 46,7 milhões mensais – o que corresponde a 95% do seu orçamento, ou seja, do dinheiro repassado pelo Estado para a instituição. Com isso, falta recursos para obras, pesquisa, extensão, manutenção, reformas, entre outras demandas comum de uma escola do ensino superior no país.
Como a UEM esconde supersalários. É simples, parte dos servidores recebe um salário base e complementa seus ganhos na folha como série de auxílios e penduricalhos. Há exemplos no portal de transparência do Estado. uma agente universitária, que recebeu em dezembro R$ 71.802,72 (valores acrescidos de 13º salário e ou eventuais férias). Mas a mesma servidora recebeu R$ 115.368, 22 em agosto de 2017 de salários, o que inclui R$ 68.977,44 classificados como “valores retroativos”. Em setembro de 2017, a mesma servidora recebeu R$ 302.958,84 de salários (R$ 248.655,94 de valores retroativos).
Um médico, professor, recebeu R$ 65.197,18 de salários em dezembro por dois padrões. Um engenheiro percebeu R$ 26.958,88 como professor e mais R$ 37.801,70 como aposentado – a soma dos dois valores chega a R$ 64.760,58. Há casos em que salários se multiplicam com uma série de benefícios. Uma professora na área de enfermagem recebeu R$ 64.682,18 de salários em dezembro assim divididos: R$ 7.944, 60 (salário) + 9.833,52 (gratificações) + 11.294,47 (outros valores) e + 35.909,50 (13º).
Dois padrões – Há acumulo de cargos de professor e agente universitário. Um professor, por exemplo, recebeu R$ 49.442,38 de salário em dezembro e mais R$ 31.849,47 como agente universitário. E há servidores com dois padrões recebem mais que o teto constitucional. Outra situação não esclarecida é de servidores que acumulam salários com pensões. Em dezembro, uma professora recebeu R$ 45.638,60 de salários e mais R$ 15.048,28 de uma pensão e mais R$ 19.274,60 de outra pensão. Esse professora recebeu R$ 79.961.48 entre salários e duas pensões.
Os salários pagos na UEM se equivalem e até são maiores aos da universidades federais no País. Publicado na imprensa na semana passada, um recente estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) mostra que os salários anuais de professores de universidades federais são de US$ 40 mil (R$ 133,7 mil) em média. A média da universidade de Maringá (o que inclui agentes universitários e outras funções) é de R$ 135,6 anuais.
Os salários pagos a 448 servidores da UEM equivalem aos pagos na Noruega (US$ 73 mil), Finlândia (US$ 80 mil) e Suécia (US$ 81 mil). Nota-se ainda que os professores das universidades públicas recebem 135% mais do que os do setor privado. De acordo com dados do Censo 2015, um docente de universidade pública custa R$ 20.975,36 mensais para os cofres públicos, enquanto os professores do mesmo nível profissional na rede privada custam, em média, R$ 8.895,34.
Uma servidora da UEM recebeu recebeu R$ 302.958,84 de salários em setembro de 2017