Pronta desde dezembro de 2022, há três anos, a segunda ponte entre Brasil e Paraguai em Foz do Iguaçu finalmente será inaugurada e liberada para o tráfego de veículos.
Totalmente paga pela Itaipu Binacional, quando era Diretor-Geral o General Silva e Luna, a ponte não foi utilizada até hoje porque as obras complementares não foram feitas. Quem é o culpado? Vamos fazer uma rápida cronologia para chegarmos juntos a uma conclusão.
- A ideia da construção da segunda ponte em Foz do Iguaçu é antiga, evoluindo quando Itamar Franco assumiu a presidência, em 1992. Em 1993 um projeto ficou pronto, e no ano seguinte foi aprovado pelo Congresso. O tal projeto ficou engavetado por Lula e Dilma, e apenas na ideia com Michel Temer, que assumiu um país com as finanças esfaceladas por Dilma Rousseff.
- As diversas conversações sobre a ponte eram acompanhadas à distância pelo General Silva e Luna, que décadas depois assumiria a Diretoria Geral da Itaipu, e poderia – como efetivamente fez – tornar a ideia uma realidade. O general tinha uma diretriz imexível. Ao invés de pequenas obras em muitos municípios, investir em obras de infraestrutura pesada, que chamava de “legado permanente”.
- Silva e Luna aprovou uma verba de R$ 463 milhões para a ponte, chamada de Ponte da Integração. Nesse valor estavam embutidos R$ 130 milhões para obras complementares, como a Perimetral Leste (para ligação entre a Rodovia das Cataratas e a segunda ponte), construção da alfândega e obras menores. A gerencia dessa verba foi delegada ao governo do Paraná, via DER.
- Por algum estranho motivo, e sem questionamentos, as obras complementares não foram licitadas e executadas ao mesmo tempo em que a ponte evoluía. Resultado: o governo Bolsonaro terminou em dezembro de 2022, Silva e Luna já estava na Petrobrás ou em outro cargo, Lula assumiu e nomeou Ênio Verri com outra diretriz: obras sociais, como apoio aos indígenas, verbas milionárias ao MST, doações às ONGs. Que sempre viveram à custa do dinheiro governamental, etc…
- Para piorar, Lula não tinha nenhum interesse em inaugurar de imediato a ponte, que todos sabiam ser obra do governo Bolsonaro. Mandou dar um break nas obras complementares.
- A demora foi tão grande na utilização da ponte que deu tempo para parte do asfalto derreter, supostamente pelo forte calor de Foz do Iguaçu.
- O Governador Ratinho Junior, com algum atraso, ao ver que do governo Lula não viria nada, autorizou R$ 37 milhões para finalizar as já famosas obras complementares, e – aleluia, irmãos!! – Em dezembro deveremos ter alguns caminhões vazios cruzando a ponte, para um período de ajustes no tráfego.
- Faltou contar que o Paraguai também não fez sua parte, e as obras da Alfândega e da perimetral deverão ficar prontas em dezembro, se Deus ajudar. Existia uma lei proibindo o tráfego de caminhões carregados em Porto Franco, cidade paraguaia onde a ponte está, sabe-se lá por qual motivo.
- Claro que na inauguração o Lula vai vir criticar o antecessor, dizendo que se não fosse ele e o Ênio Verri a ponte iria apodrecer, “como tantas obras paralisadas pelo governo anterior…”.
- Ninguém se espante se o General Silva e Luna, responsável direto pela existência da ponte, hoje prefeito de Foz, não for convidado para a inauguração.

GENERAL LUNA E RATINHO JR.
TRANSITAR
Cascavelenses fazendo muitas críticas à atuação da Transitar. Poucas ações, ou, na melhor das hipóteses, pouca divulgação do que fazem. Nas duas últimas semanas, devem ter mexido na sincronização dos semáforos, para pior. Possivelmente algum estagiário foi o responsável. A Transitar, desde sua inoportuna criação (trocaram seis por meia dúzia a um custo milionário) vem apresentando problemas. Apesar dos esforços da bem-intencionada Simoni Soares, ex-presidente da autarquia, nunca justificou o elevado custo, sustentado por milhares de multas emitidas a cada mês. Depois da Simoni, o que estava longe do ideal piorou. O problema maior é a falta de transparência em relação às consequências da mudança ocorrida com a extinção da Cettrans: não é possível o acesso ao total das indenizações trabalhistas milionárias pagas aos funcionários que o Paranhos tentou tungar, demitindo bons funcionários estáveis e aplicando carga horária maior em outros, sem a remuneração correspondente. A própria criação da Companhia já é equivocada, ficando claro tratar-se apenas de uma tentativa de burlar a legislação, facilitando licitações, e permitindo abusos na concessão de gratificações de função, em especial na chamada “dedicação exclusiva”, uma aberração jurídica. É ótima para acomodar companheiros em cargos bem remunerados enquanto funcionários de carreira mais competentes ganham menos. A autarquia é mais uma herança pesada recebida pelo Renato Silva.
EM DEFESA DA NOIVA QUE O PADRE TRAÇOU

Na revolução dos costumes iniciada nos anos 60, cuja maior simbologia é a suposta queima de sutiãs em 1968, em protesto pela realização do concurso Miss América, onde feministas do Women’s Liberation Movement jogaram sutiãs no lixo em Atlantic City, as mulheres com inteira justiça avançaram na conquista de suas liberdades individuais. Igualdade de direitos em casa e no trabalho, liberdade sexual, entre outras mudanças importantes.
Pausa Machista. Eu só não gosto muito do primeiro homem que deixou sua mulher dirigir um carro. Deve ser reflexo da minha passagem pelo MMM- Movimento Machista Mineiro. Voltarei ao assunto. Fim da pausa machista.
Outra pausa. Na ocasião, só fiquei chateado com a queima das revistas de mulher pelada, tipo Playboy. Eram importantes aliadas nos nossos encontros com o personagem bíblico Onan. Fim da pausa.
Então, com esses avanços, tudo está certo? Nem pensar.
O preconceito contra as mulheres liberadas continua, e eventualmente surge quando menos se espera, e, mais que isso, vindo de algumas mulheres que não conseguiram se livrar dos seus retrógrados padrões morais. (Sociologia numa hora dessas?)
Vejam o caso da noivinha que foi flagrada namorando o Padre Luciano Simplício, em Nova Maringá, MT. Está sendo massacrada nas redes sociais, com milhares de pessoas, maioria mulheres, sentindo-se no direito de esculachar a moça. Vou opinar:
1-A mulher nem era casada. Noivado é fase extinta, coisa de caipiras.
2-Mesmo que fosse casada, caso tivesse vontade, poderia e deveria relacionar-se com quem escolhesse. Seja um padre, coroinha, ateu, amigo, vizinho, porque os tempos são outros. Tristes tempos em que uma mulher era chamada de vagabunda, biscate, por motivos como esse. Só faltou matarem a mulher para lavar a honra do “traído”.
3-A invasão da casa onde os dois namoravam é que deveria ser criminalizada. O pai do “noivo” liderou a invasão, arrombando uma casa que não lhe pertencia. As exposições das imagens da mulher são ainda mais criminosas, que direito tinham os canalhas puritanos de fazer isso?
4-Se a Igreja Católica decidir punir o padre por ter desrespeitado uma norma da disciplina eclesiástica, que o faça. Mas é uma norma que logo vai ser mudada, não é um dogma, ponto fundamental da fé, imutável. É mais uma bobagem de algum Papa que desmentiu a infalibilidade dos sucessores do apóstolo Pedro. Se o Padre Luciano merece alguma punição, que dizer de arcebispos e outros tipos de padres que abusaram de crianças, bem aqui na nossa Cascavel?
5- Da forma como se deu a conjunção de fatores, o ocorrido era inevitável. Um padre jovem, humano, uma piedosa devota, linda e saudável, no auge de sua ebulição hormonal (ficou bonito, não?), um “noivo” que viaja muito, não tinha saída, só rezar não enxugaria tanta lubrificação. Aí, quando o padre lançou um Roberto Carlos na orelhinha dela, “eu te darei o céu, meu bem…”, se foi o boi com a corda.
6-Falar em perdoar a mulher pelo namoro é um absurdo. Perdoar o que? Por ter exercido o direito de escolha, pelo qual milhões de mulheres lutaram no passado?
7-Para encerrar: o tal “perdão” é admitido pela Bíblia, claro que só para mulheres casadas. Para isso a primeira condição, a mais importante, é o arrependimento. Se a mulher quis dar para o padre, e o lance funcionou bem, sabem quando ela vai se arrepender? A história da execução moral deve encerrar-se por aqui. Só falta um promotor denunciar e enfiar na cadeia o pai e seus amigos invasores.
STF- GLEISI
A disputa para a nomeação do novo ministro do Lula no STF parece ter sido decidida rapidamente, sendo escolhido o Jorge Messias, atual Advogado-Geral da União. É o popular Bessias, aquele que a Dilma, na presidência, mandou levar ao Lula o seu decreto de nomeação em um ministério, para evitar a prisão decretada pelo Sérgio Moro, referendada por vários Desembargadores e pelo STF. Quase deu certo.
A pressão maior era pela nomeação de uma mulher. Nesse caso, eu torcia por uma candidata: Gleisi Hoffmann, guerreira, valente, e que alguns amigos que privavam da sua amizade me garantiam ser uma mulher honesta, que sempre viveu de forma modesta, condizente com o salário que recebia. Mas o motivo maior da minha admiração foi a lealdade que demonstrou ao seu líder Lula, no seu pior momento, quando ninguém dava um tostão furado pela volta do então presidiário ao poder. Sou muito fã de pessoas leais, presentes nos piores momentos. Quem demonstrou tamanha coragem ao defender o indefensável, porque não teria coragem de obedecer à Constituição, mesmo contra seus companheiros? Tomara que aconteça uma reviravolta, mesmo que com a nomeação de alguém do sexo masculino. Aí também tenho candidato, e dos bons. Depois eu conto.
EXEMPLO CHINÊS: O ex-ministro da Agricultura da China, Tang Renjian, foi condenado à morte por corrupção. Tang cobrou propina para liberar projetos, no total de 201 milhões de reais. Confessou, colaborou com a justiça, ajudou a recuperar boa parte do dinheiro. Com isso, espera converter a pena para prisão perpétua. Inveja da China.
AQUI NÃO: O vereador Fão do Bolsonaro apresentou moção de repúdio na Câmara de Cascavel contra o ministro Alexandre de Moraes, a quem acusa de atentar contra a democracia. “Ele não é bem-vindo em Cascavel, assim como todas as pessoas que atacam o sistema democrático. ” Fosse vereador, eu assinaria junto com o Fã.