CHORO E VELA : DEPOIMENTO DE RICARDO HOFFMANN NA POLÍCIA FEDERAL

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Primo de Gleisi chora em depoimento e diz que dinheiro desviado abasteceu André Vargas//
O primo distante da senadora Gleisi Hoffmann (PT), o publicitário Ricardo
Hoffmann chorou ontem (quarta-feira, 12) no depoimento prestado ao juiz
Sergio Moro. Preso desde abril na Lava Jato, Hoffmann disse que os repasses
feitos a empresas ligadas ao ex-deputado André Vargas (ex-PT) funcionaram
como uma “doação de campanha”. Com informações da Folha de S. Paulo.

“Eu não lembro se ele (Vargas) disse que tinha dívidas de campanha ou iria
concorrer, mas perguntou se tinha condições de a agência ajudar”,
contou. Hoffmann
era diretor da agência Borghi Lowe, que detinha as contas de publicidade da
Caixa Econômica Federal e do Ministério da Saúde.

O primo de Gleisi é réu numa ação penal, acusado de ter repassado R$ 1,1
milhão a empresas ligadas a Vargas entre 2010 e 2014. O publicitário
responde a um processo sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e
organização criminosa, assim como o ex-deputado.

Segundo Hoffmann, o dinheiro veio do bônus de desempenho dos contratos com
a Caixa e o Ministério da Saúde. Eles foram direcionados a Vargas diante da
impossibilidade de a agência fazer doações oficiais de campanha.

Hoffmann, porém, não soube dizer por que a agência pagou as vantagens ao
ex-deputado. Ele nega que Vargas tenha influenciado a escolha da Borghi
Lowe nas licitações –como sustenta o Ministério Público Federal na denúncia.

“Não foi uma decisão minha [fazer os repasses]. O presidente e o
vice-presidente [da Borghi Lowe] é que decidiram”, declarou, em referência
a José Borghi e Valdir Barbosa, respectivamente.

O publicitário, que chegou a chorar em frente ao juiz Sergio Moro, reclamou
de sua situação. “É difícil ver o acionista e o empresário soltos, nem
acusados foram, e eu aqui. Eles disseram que era uma atribuição minha. Que
era Brasília, que eu precisava cuidar de Brasília.”

Hoffmann também tentou fazer um acordo de delação premiada com a
Procuradoria, mas as tratativas naufragaram após três encontros, quando o
Ministério Público Federal informou não ter interesse nas informações do
publicitário.

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