COLUNA DE OGIER BUCHI: AVE CÂMARA FEDERAL

FREERE

Tenho certeza que a Câmara Federal viveu na terça feira (28) um momento auspicioso. Assim escrevo e com certeza, porque os votos em sede de procuração em branco que nós cidadãos depositamos em nome de nossos representantes foram honrados. Confesso que tenho ojeriza da prática de deputado federal despachante de dinheiro de impostos, que picotado é devolvido ao cidadão em forma de emenda parlamentar.

Deputado legisla e fiscaliza por designío constitucional, e não é pago e eleito para ser despachante!

Pois bem, nesta gloriosa terça feira cumpriram os deputados sua missão!

OS FATOS

Várias questões de absoluto interesse da cidadania estavam na pauta da terça, e por esta razão a Nação prestou atenção mais do que nunca no Congresso e nos seus representantes. Fato inquestionável que a prática da censura em consórcio do Executivo e de seu parceiro o Supremo Tribunal, estava em julgamento após veto de Lulle no projeto das “fake News”. Mas o Congresso fez mais. Muito mais, pois manteve proibição a doação de dinheiro do trabalhador para financiar aborto e mudança de sexo.

O importante nesta etapa é que a casa legislativa cumpriu sua missão, e enquadrou o Executivo. Nós sabemos que a judicialização da questão acontecerá, e o Supremo tende a intervir na forma que o tem feito habitualmente legislando em evidente desvio de função.

A SOLUÇÃO

A solução é endurecer de forma cidadã com o presidente do Senado, o “Aspargo”, e exigir a tramitação dos inúmeros processos de impedimento contra Ministros do Supremo. Daí segue o baile!

E, por evidente, a responsabilidade é de todos nós, porquanto a melhor expressão da prática democrática está no interesse coletivo que há de ser manifestado e, sobretudo, assumido.

DEMOROU

Claro que me rejubilo com o que acabo de escrever, mas não posso deixar de lembrar a todos que há um interregno de quase dois anos para que, finalmente, a manifestação tão esperada tenha ocorrido.

De fato, como o preço da liberdade é a eterna vigilância, cabe a todos nós primeiro aplaudir o nosso representante legislativo se ele se houve bem. E, em segundo lugar, para lembrá-lo de que estamos de olho no trabalho parlamentar.

VOANDO

E o sonho da busca pela Presidência da República, começa a deixar o campo onírico para tomar forma e praticidade. A incursão do Governador do Paraná pelos meios de comunicação paulistanos foi uma postura de “adviser”. O grupo de comunicação do Governador, incentivado pela repercussão de sua atuação em terras de Tio Sam, entendeu que a hora era agora. Estou entre aqueles que sempre teve esperança, de ver um político paranaense realmente candidato a Presidente da República; mas aqui me refiro realmente a uma candidatura tratada como deve ser neste caso, a saber: com seriedade, objetividade e profissionalismo.

Sempre que toco no assunto, me lembram que já tivemos candidatos anteriormente Afonso Camargo e Álvaro Dias. Em ambos os casos, as candidaturas padeceram de suporte, planejamento e profissionalismo – o resultado é que dois políticos de alta qualidade deixaram de ser competitivos e sofreram consequências.

Desta feita, me parece que o jovem político começa sua jornada a tempo e modo, e com a necessária racionalidade. 

O QUE EU VI

                   O Governador do Paraná visitou dois diferentes espaços de mídia nacional, sobre os quais a seguir me manifesto.

No primeiro deles, ao lado do por mim admirado Emílio Surita, navegou no macio e expôs sua reconhecida simpatia pessoal. O resultado, portanto, longe de dar “pânico”, trouxe muitos dividendos para a incipiente jornada.

Em relação ao Canal Livre da Band, que tem a baliza do competente e histórico petista Fernando Mitre a forma de abordagem foi outra, e me parece que o Governador plantou sua mensagem com eficiência e argúcia. Com efeito, delimitou uma linha do tempo, e nisto reside minha principal análise: Carlos Massa Júnior lembrou que as lideranças que ora ocupam posições no Brasil, são todas oriundas dos anos 40 e/ou 50, e de forma cirúrgica, enfatizou que o Brasil precisa de um ar muito, mas muito mais jovem que o que ora respira.

Achei como estratégia de comunicação, brilhante. Todavia, não posso deixar de fazer justiça ao que se ora pratica no meu estado, o Paraná, em que a simbiose entre o jovem e o experiente se configura com a presença do meu amigo Darci Piana.

AS ESCOLAS

Se existe uma questão que me seduz, é a discussão sobre educação. Estou entre aqueles que realmente acreditam que um homem só será livre se for o elaborador de suas decisões, escolhas, e estratégia de vida, que só será possível para o cidadão com acesso à educação e à informação.

Portanto, sempre estarei entre aqueles que apoiam todo governante preocupado com o processo educacional. As pesquisas são claras e indesmentíveis no que tange ao fato de que ainda existem analfabetos no Paraná em 2024 – o que é indesculpável. Como indesculpável seria o Governo não estar preocupado com a qualidade da relação entre a escola, o aluno e a comunidade.

Oferecer à cidadania um modelo de estabelecimento escolar, com a gerência administrativa de responsabilidade privada, e à atividade pedagógica mantida sob a responsabilidade do Estado, é buscar a modernidade nas relações entre Estado e Administrados.

Parabenizo o Governo do Paraná, por democraticamente oferecer à cidadania a chance de optar. Esclareço que apesar do repúdio – para mim, absolutamente inexplicável – da APP Sindicato, o modelo oferecido merece ser visitado e a tentativa de sua implantação é totalmente válida. Estou entre aqueles que entendem que o professor é o profissional mais importante entre todos. Afinal, é dele a sagrada e insubstituível tarefa de educar. Não me parece crível que todos os professores devam ser vocacionados para a atividade administrativa, que é a responsabilidade inerente à gestão física da escola.

Portanto, separar funções não me parece, nem de longe, uma agressão à liberdade do professor – pelo contrário, soergue sua sagrada missão de educar.

Compreendo, obviamente, a rejeição da proposta por indivíduos que se dedicam não à atividade de ensinar, mas sim de militar na área dos sindicatos. Estes, convenhamos, já de há muito deixaram a sala de aula!

ELEIÇÕES MUNICIPAIS

Mais uma semana em que as pesquisas consolidam uma disputa em sede de segundo turno na Capital. É um consenso entre os institutos de que a liderança é ocupada por Eduardo Pimentel, e que Luciano Ducci o segue, não só de perto, mas em termos de consolidação de candidatura. O PT, através de sua ditatorial decisão, impôs apoio a Luciano, que deve ter como seu vice em sede de primeira leitura o pedetista Goura, figura simpaticíssima que teve relevante papel na eleição anterior.

Há que lembrar sempre da candidatura de Ney Leprevost, que passa por processo de consolidação, pois muito embora ele tenha inegável capilaridade, a indústria de boataria permanente sempre coloca em xeque a veracidade da sua presença na disputa.

Respeito os nomes citados dos ex-governadores “Beto e Beto”, face às suas consolidadas trajetórias. Nesta etapa, me parece que as dúvidas mais enfatizadas são aquelas referentes aos possíveis candidatos a vice, no caso específico de Eduardo. Pessoalmente, entendo que o mês de junho será dedicado às costuras e a definição deverá ocorrer após composição entre os dois Palácios – o do Iguaçu e o 29 de Março.

Confesso que esta é a única dúvida que ainda tenho. Quero saber que papel está reservado, e para quem.

ORAÇÃO DE OGIER BUCHI:

 Senhor, deu uma abençoada em Brasília nesta semana. Não esqueça do Rio Grande do Sul! Amém.

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