coluna MANO PREISNER DE CASCAVEL: PARA PROFESSORES, NÃO TEM DINHEIRO!

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Os professores municipais de Cascavel tiveram uma desagradável surpresa ao receber a proposta de reajuste do Prefeito Paranhos: um belíssimo, redondo, sonoro ZERO!
A proposta do município foi apresentada ao Sindicato dos Professores pela secretária de Planejamento e Gestão, Vanilse da Silva Pohl, porque o prefeito não considerou prudente apresentar o índice cara a cara com os representantes dos educadores das nossas crianças.
Sete anos e meio de desmandos e gastos em áreas supérfluas exauriram os cofres do município. Centenas de cargos em comissão, com salários acima da média do funcionalismo concursado, preenchidos por cabos eleitorais indicados em parte por vereadores, diretores de entidades classistas, jornalistas influentes. Milhões e milhões gastos em promoção pessoal do prefeito, distribuídos a quem se dispusesse a vender a opinião do veículo de comunicação. Licitações de obras, exigidas com um tipo de material e recebidas com material inferior, que, quando flagradas, geraram devoluções parciais dos valores pagos debaixo dos panos. Muitos outros desmandos deixaram ambulâncias sem pneus para transportar nossos doentes, viaturas da Guarda Municipal sem combustível, falta de médicos, enfermeiras e medicamentos nas unidades de saúde do município. O medo de não poder pagar a folha do funcionalismo, após décadas de pontualidade absoluta, gerou um pânico tamanho que todos os imóveis do município, adquiridos por prefeitos sérios como Jacy Scanagatta, Pedro Muffato, Fidelcino Tolentino, Salazar Barreiros, Lisias Tomé e Edgar Bueno, foram colocados à venda, sem finalidade clara, sem avaliação, sem qualquer critério.
Essa pobre administração, sem casas populares; com 6.000 crianças sem creche impedindo suas mães de trabalhar; sem força para obrigar a Sanepar a limpar os córregos que cortam a cidade, como o Bezerra, na FAG; que assiste os números do IDEB, que mede o nível da educação básica, despencando a cada avaliação.
Sempre teve dinheiro, porém, para distribuir para a imprensa que dá sustentação ao Paranhos, contar aos cascavelenses que somos a segunda melhor cidade do Brasil, quando pesquisas sérias mostram que não estamos nem entre as 500 melhores, como a Gazeta do Povo mostrou domingo passado.
Sempre teve dinheiro para mais uma contratação de um cabinho eleitoral indicado por algum vereador. Tinha dinheiro para tentar comprar um imóvel de algum amigo em dificuldades, como o Atacado Liderança, superfaturado por 29 milhões, enquanto a APAE precisa vender pizza pra cobrir sua despesa do mês.
Agora, além de não ter dinheiro para um reajuste honesto aos professores e servidores da educação, o prefeito ainda se esconde e manda uma secretária ofender milhares de funcionários com oferta de reajuste zero. Vem troco pesado em outubro.
SE TÁ RUIM PRA VOCÊ…
…imagine pro Wisley, da Queijo Minas. Estava com 736 milhões na mão, era só pagar uma propininha daqui, um jabaculê dali, e sobraria um monte. Não tem mais venda de arroz, e ao invés de férias no Caribe pode passar um bom tempo batendo papo com a Polícia Federal. Tá que é só reclamação: “quem nasce pra Wisley não chega a Wesley…”.

SOBRA EMPREGO
No Oeste do Paraná, são comuns os cartazes de “Estamos Contratando” nas portas de estabelecimentos comerciais, especialmente de supermercados e cooperativas. Faltam trabalhadores em todos os setores, e trabalhadores com qualificação, muito mais. É artigo de luxo no país. O setor de formação de mão de obra qualificada está abandonado no Brasil. A última vez que o Governo do Paraná teve vontade política de qualificar nossos trabalhadores foi há 30 anos, quando o Secretário do Trabalho era o cascavelense Joni Varisco. Alguns frigoríficos de Cascavel têm hotéis inteiros alugados, permanentemente, para abrigar trabalhadores vindos das menores cidades, para suprir a demanda.
Se está assim num país com índices de crescimento pífios, economia fraca, como o Brasil, nos países desenvolvidos o problema é muito mais grave. A Alemanha aprovou, já em 2020, a Lei de Imigração Qualificada, que facilita a entrada de mão de obra para vários setores. O país financia as passagens, a estadia, enquanto o emigrante completa os cursos preparatórios para as várias profissões. A lei alemã é específica para Cientistas, Engenheiros, Arquitetos, Médicos, Enfermeiros, Dentistas, Veterinários, Educadores, Analistas de Software, Operários da Construção Civil e Mineração, Funcionários de Creches e Escolas, Cuidadores de Idosos, Gerentes de Serviços Financeiros. A Alemanha é só um exemplo: a escassez de trabalhadores afeta muitos países. Faltam professores no Texas, funcionários de hotéis na Itália e da saúde no Canadá. Por lá, as causas detectadas apontam principalmente para pós-Covid , que alterou as economias fortemente. No Brasil, além da economia, tem os Bolsas Família, Vale Gás, etc…

CAIXA PRETA: Todos conhecem a corrupção generalizada que existe no futebol brasileiro. Da poderosa e bilionária CBF, passando pelas federações estaduais e chegando às Ligas municipais, não existe uma só dessas associações que, investigada a fundo, não levasse para a cadeia a maioria dos dirigentes. Essa estrutura corrupta é sustentada pelos clubes, que conhecem a situação, mas fazem acordos para não sofrerem represálias, e porque sabem que não adianta espernear porque a maquina funciona assim mesmo, e vai continuar por todos os séculos dos séculos, amém.
Em quase todos os clubes, a situação é parecida. Dirigentes que pretendem se perpetuar, grupos que dividem o poder entre três ou quatro pessoas que controlam os votos, todos esses tristes personagens com dois pontos em comum: a falta de transparência e, pior que isso, a incompetência. A direção do Corinthians é a segunda mais vergonhosa do Brasil, só perdendo para aqueles crápulas do Flamengo, que até hoje não terminaram de indenizar com valores minimamente razoáveis os meninos do Ninho do Urubu. Estruturas gigantescas, que somadas recebem a paixão de mais de setenta milhões de brasileiros, mergulhadas em denúncias e malfeitos.
O Paraná tem uma rara exceção nessa raposada. O Mário Celso Petráglia assumiu o Atlético quebrado, com um campo de futebol com uma arquibancada precária, não dava pra chamar de estádio, um time horrível e devendo uma vela pra cada santo. Em poucos anos construiu um dos mais funcionais e bonitos estádios do Brasil, deixou o time campeão brasileiro, respeitado até hoje pelos adversários, e com a melhor situação financeira dentre todos os times do país. É o melhor dirigente esportivo da história do futebol brasileiro, em todos os tempos.
SPERAFICO
A assessoria do deputado Dilceu Sperafico informa que no segundo trimestre do ano o deputado destinou várias emendas para os municípios do Oeste. Os municípios menores, com dificuldades maiores, são tratados como prioridades.
Dilceu destinou, entre muitos outros, recursos de R$ 477.500,00 para recuperação e manutenção de estradas vicinais em Tupãssi. Para a saúde de Altônia, R$ 600.000,00 , e R$ 700.000,00 para a agricultura e para a saúde de Mercedes.
É um trabalho formiguinha: diariamente chegam informações de verbas para a região, num fluxo positivo que explica porque o Dilceu é o político que mais recebeu votos na história do Oeste.

HOMENAGEM DE EDUARDO GALEANO A PELÉ
Do livro Futebol ao Sol e à Sombra:
PELÉ: Cem canções falam seu nome. Aos 17 anos, foi campeão do mundo e rei do futebol. Não tinha 20 anos quando o governo do Brasil o declarou tesouro nacional e proibiu sua exportação. Ganhou três campeonatos mundiais com a Seleção Brasileira e dois com o Santos. Depois do seu gol número mil, continuou somando. Jogou mais de mil e trezentas partidas em oitenta países, e fez quase mil e trezentos gols. Uma vez, deteve uma guerra: Nigéria e Biafra fizeram uma trégua para vê-lo jogar. Vê-lo jogar valia uma trégua e muito mais. Quando saltava, subia no ar como se o ar fosse uma escada. Quando cobrava uma falta, os adversários que formavam a barreira queriam ficar de costas, de cara para a meta, para não perder o golaço. Tinha nascido em casa pobre, num povoado remoto, e chegou ao cume do poder e da fortuna, onde os negros tinham a entrada proibida. Fora das canchas, nunca doou um minuto de seu tempo e jamais uma moeda caiu de seu bolso. Mas os que tivemos a sorte de vê-lo jogar, recebemos dele oferendas de rara beleza: momentos desses tão dignos de imortalidade que a gente pode acreditar que a imortalidade existe.

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