A situação financeira da Prefeitura de Cascavel, deteriorada nos últimos quatro anos, começa a cobrar seu preço, nada barato. A realidade foi escondida da população, tendo os veículos de comunicação locais, regiamente pagos pelo Paranhos, recebido ordens de passar ao largo do tema. Até mesmo quando o ex-prefeito tentou vender TODOS os imóveis do povo, não edificados, a preço de banana, a mídia abordou o assunto. Vender para fazer o que com o dinheiro?…, nem mesmo essa questão básica foi discutida. A medida desesperada indicava que buscavam matar dois coelhos na mesma batida: cobrir o rombo das contas e ainda dar uma reforçada no “caixa de campanha”, apelido de propina.
Diversas áreas da administração sofrem as consequências dos descalabros. A herança recebida pelo Renato Silva não é das mais agradáveis, e serão necessários esforço e competência de toda a equipe para dar ao atual prefeito a condição de terminar seu mandato de cabeça erguida, não apenas na honestidade que se espera, mas também tendo cumprido boa parte do que prometeu na campanha.
PARA ANDAR NAS RUAS ESBURACADAS DO PARANHOS, PARECENDO A LUA, SOMENTE COMO ASTRONAUTA
Um dos pontos mais reclamados pela população, afora os tradicionais reclames da saúde, da educação medíocre dos últimos oito anos e da paralisação quase total da melhor clínica de recuperação de dependentes químicos, é a situação da estrutura viária urbana. A maioria absoluta das ruas e avenidas estão esburacadas, tipo queijo suíço, e o processo de piora é acelerado. A prefeitura, no momento, não tem a menor condição de efetuar as obras necessárias, por falta de dinheiro nos cofres do Paço, também esburacados pela farra de gastos com cabos eleitorais indicados pelos vereadores da gestão passada, pelo excesso de cargos “de confiança”, pelo exagero das “gratificações de função”, e pela “dedicação exclusiva”, forma encontrada pelo Paranhos para burlar a legislação e dar remunerações diferenciadas aos funcionários que rezavam na cartilha política do ex-prefeito.
O tempo voa, e sabe-se que os primeiros meses de uma gestão são decisivos para a população “julgar” se o prefeito atual é melhor ou pior que o anterior. Renato, na falta de recursos para consertar os desmandos recebidos, como o caos das ruas e avenidas, tem uma saída emergencial, não muito honesta, mas de eficácia comprovada: dobrar os valores da imprensa. Caso todos falem que está muito bem, que vai dar certo, cria-se um “feel good”, e a profecia fica auto realizável. O povo engole, pois tende a acreditar no que ouve e lê, sem muitos critérios de avaliação. Conheço pessoas que se julgam inteligentes que acham que é verdade que Cascavel é a segunda melhor cidade do Brasil.
FAG
Reconhecidamente um dos maiores orgulhos dos cascavelenses, a FAG inicia o ano neste mês de fevereiro com recorde de inscrições para os seus cursos, que cobrem todas as áreas do ensino superior. Fruto da vontade do empreendedor Assis Gurgacz e da Dona Nair, de retribuir a Cascavel o sucesso empresarial conquistado em décadas de trabalho duro, a FAG é a nossa maior matriz cultural, reconhecida nacionalmente pela excelência do aprendizado que seus alunos recebem, excelência esta confirmada pelas avaliações do MEC que em geral alcançam a nota máxima. A incorporação do Hospital São Lucas, há alguns anos – com os milionários investimentos que o Hospital recebeu – foi a cereja do bolo, completando um complexo educacional do mais alto nível.
O conjunto arquitetônico lindo, feito num momento de inspiração da NBC Arquitetos, por si só já encanta as pessoas que a visitam pela primeira vez, mas não é a sua maior virtude. A qualidade dos cursos brilha mais.
SHOW RURAL E O NOSSO IBRAIM FAIAD
A partir deste domingo os portões do Show Rural Coopavel, edição 37, abrem para a tradicional Missa Campal e permanecem recebendo visitantes até a próxima sexta-feira, 14. Mais de 300.000 pessoas são esperadas, e a expectativa é de movimentação de mais de UM BILHÃO DE DÓLARES na aquisição dos mais modernos equipamentos de produção de alimentos fabricados no mundo. É hora de aplaudir o Dilvo Grolli, o Rogério Rizzardi, e toda a equipe técnica da Coopavel que a cada ano apresenta um evento maior e melhor. É hora de rever e dar um carinhoso abraço no nosso estimado Ibraim Faiad, um dos responsáveis pelo estágio atual da Coopavel, que no passado, em épocas de vacas magras da nossa cooperativa, junto com o Salazar, o Dilvo, o então deputado estadual Mário Pereira, e muitos outros, tiraram a empresa de uma situação duríssima e alicerçaram uma das melhores empresas do agronegócio brasileiro.
Ibraim é conhecido nacionalmente no meio ruralista, mas poucas pessoas foram desse setor conhecem o trabalho realizado por ele em Brasília e nos governos estaduais na atração de verbas, na regulamentação da legislação que rege a agricultura, e na estruturação do setor cooperativo que é exemplo para o mundo. Ibraim é uma das nossas poucas unanimidades, e a cada evento recebe o carinho e o respeito dos cascavelenses. Claro que também vou lá dar um abraço no mestre Ibraim.
DILCEU SPERAFICO
Em artigo publicado esta semana, o deputado Sperafico denunciou o aumento dos brasileiros em situação de rua, que deu um triste salto em 2024, com significativo aumento em relação ao ano de 2023. Os números são assustadores: de 262.000 pessoas em 2023, passamos para 328.000 pessoas em dezembro de 2024, aumento de 25% de um ano para outro. Para ajudar na avaliação do desastre social, lembra o deputado que há 11 anos (2013) o país contabilizava 23.000 pessoas nas ruas, número 14 vezes menor que atualmente. Essas estatísticas foram coletadas pela Universidade Federal de Minas Gerais.
Em pleno recesso parlamentar, Sperafico atendeu centenas de lideranças do interior do Paraná, que procuravam na Câmara Federal ajuda para seus municípios. Corbélia e Toledo já receberam os comunicados oficiais de verbas chegando através de emendas parlamentares do Sperafico. No dia 14 de janeiro, Dilceu entregou R$ 5 milhões para o prefeito Mario Costenaro aplicar livremente, e no dia 15 foi a vez de Corbélia, com a entrega ao Tiago Stefanello de verbas para obras viárias no total de R$ 753.000,00.
E tem uns idiotas que acham que as emendas parlamentares são nocivas…
ENQUANTO ISSO NO JUDICIÁRIO…
…segue a luta para cassar todo o círculo mais próximo do Bolsonaro. A cassação da Deputada Carla Zambelli pelo TRE paulista representa a anulação da vontade política de 946.000 eleitores, além dos votos dos outros deputados federais “ajudados” pelos votos da Zambelli que podem ser afastados, como aconteceu no Paraná quando o Fernando Francischini (coincidentemente todos bolsonaristas declarados) foi afastado da Assembleia Legislativa juntamente com outros deputados estaduais do PL.
Não vai ficar nisso. Vêm aí mais cassações, até a dizimação da base bolsonarista.
Uma das esperanças da população voltar a eleger livremente o candidato de sua preferência é a atuação da nova OAB, renovada nos estados. Não é apenas a OAB-Paraná que mostra que submissão ao sistema não está nos seus planos. No Brasil todo, jovens advogados, mais sérios e menos pragmáticos – leia-se cínicos – que os antigos, mostram insatisfação com a desmoralização acelerada do Judiciário, clara e indesmentível.
A respeito da nova mentalidade, e da nova postura da classe dos advogados, sugiro que sejam bem guardadas as entrevistas do presidente da OAB-Paraná, recentemente empossado, Luiz Fernando Pereira, sobre o ativismo judicial do STF, e suas opiniões sobre as prisões daqueles pobres coitados do dia 08 de janeiro, condenados a penas maiores que autores confessos de crimes hediondos.
TRUMP E A ESTRATÉGIA MANJADA
Desde o início dos séculos, pessoas inteligentes escondem as suas pretensões quando começam uma negociação. Temos exemplos rotineiros o tempo todo. Por exemplo: aqui em Cascavel, o jovem Henrique Mecabô queria participar do Executivo municipal. Sabia que o Rento Silva tinha preferência do ex-prefeito, conhecia os detalhes da negociação. Aí saiu discursando como candidato a prefeito, quando pretendia na verdade um convite para vice do Renato. Deu certo.
Em outro nível de importância, o Trump é campeão nessa estratégia. Quer negociar um acordo para México e Canadá pararem de fazer vistas grossas às imigrações ilegais para os EUA, ajudando a policiar as fronteiras, faz o que? Anuncia um aumento pesado nas tarifas de importação de produtos com grande peso econômico, assustando os mercados desses países. Poucos dias depois, “concorda” em adiar as medidas tributárias, em troca de compromissos pesados relativos aos imigrantes ilegais. A história da ocupação por forças militares americanos do território palestino é mais uma que mostra como Trump age para conseguir resultados rápidos. Em breve a Palestina, por ação dos seus habitantes (que elegeram o Hamas) vai expurgar do seu território os terroristas, e a coisa vai dar uma melhorada por algum tempo. Paz verdadeira, duradoura, é uma utopia naquela região. Então, Trump toca o terror na população, recua e consegue o que quer, de forma mais rápida que pela diplomacia. É o popular “põe a vaca na sala”.
E eu, que tenho pavor de político que ensaia cada palavra, que só fala o que o povo quer ouvir, não tenho como desgostar do Trump. Autoritário até o limite da prepotência, nacionalista (ninguém vai desapropriar, leia-se roubar, refinarias dos EUA como fez o Maduro com a Petrobrás do Lula), arrojado, faz o gênero “meio louco” que acho melhor que esses bundas-moles covardes que obedecem às ordens do Alexandre de Moraes: “O Ramage eu não aceito para chefiar a Polícia Federal no Rio de Janeiro…”.