COLUNA MANO PRESNER: DEPOIS DE ANOS DE SUBMISSÃO, VEREADORES DE CASCAVEL QUEREM RESPEITO

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A Câmara Municipal de Cascavel abriu guerra aberta contra a administração do prefeito Paranhos. A crítica pesada sobre todos os setores da prefeitura surge de forma inesperada pela quase unanimidade negativa, e pela contundência dos pronunciamentos.

O único que poupou o prefeito foi o seu mais fiel escudeiro, o presidente Alécio Espínola, feito vereador e promovido a presidente da Câmara justamente pelo prefeito Paranhos. Fez críticas severas à administração, mas dirigiu essas críticas aos secretários. Não falou diretamente, mas quase, que eles estão no cargo, trabalhando de forma incompetente, por nomeação própria, sem que o culpado pela indicação fosse o prefeito. Tipo: “a equipe é ruim, mas o Paranhos não tem nada com isso…”.

Pausa. Na verdade, a equipe é muito boa. Mas nada pode fazer quando um prefeito sem noção de finanças públicas gasta muito, bem mais do que deveria, e aí a falta dos insumos mais básicos estoura neles. Fim da pausa.

Eu já vi muita coisa na política, mas algumas manifestações – nesta situação inimaginável a 90 dias, da prefeitura de uma das cidades mais ricas do país estar totalmente quebrada – são absurdamente ridículas.

Quem nomeia os secretários, diretores e todos os demais cargos “de confiança” é o prefeito. O sucesso do trabalho do secretariado é o sucesso do prefeito, o seu fracasso é culpa do prefeito. Se o leitor acha que o termo “ridículo” que usei, é exagerado, quero lembrar que nunca vi, nem vocês viram, um prefeito, como fez o Paranhos no caso das ambulâncias sem pneus, vir a público dizer que “alguém tem que fazer alguma coisa…”. Dizer que “está provada a falta de gerenciamento…”, quando ele, Paranhos, foi eleito para fazer alguma coisa, e para gerenciar bem as finanças do povo.

Mas se eu escrever sobre a falta de qualificação do Paranhos para administrar a fortuna que a prefeitura arrecada (já são quase DOIS BILHÕES DE DÓLARES em sete anos) é chover no molhado. Nunca administrou nada, pegou a prefeitura com muito dinheiro em caixa, todas as obras do BID pela metade, os recursos para o término dessas obras garantido, e simplesmente gastou milhões na imprensa para dizer que tudo era uma maravilha. Distribuiu favores e benesses a quem pedisse, para angariar – com sucesso, registre-se – simpatias e apoios.

Eu vou usar este espaço no jornal político mais lido do estado, o IMPACTO PR., circulando de forma impressa nos maiores municípios do estado, para falar dos que, cúmplices por vários anos, agora se rebelam com a falta de dinheiro, de atendimento e de respeito.

DEPOIS DE ANOS, QUEREM RESPEITO II

Refiro-me aos vereadores da base, que, com raras exceções, ficaram anos rastejando atrás do prestígio do prefeito, da caneta do prefeito que libera verbinhas e cargos, da ajuda que o prefeito negociava em prol dos vereadores em determinadas situações que, para espanto geral, saíram dos tradicionais subterrâneos e vieram a público através do empresário Chico Simeão.

Foram muito além da parceria política. Aprovaram coisas imorais, claramente nocivas à boa gestão, a troco de migalhas, de sobrinhas, enquanto os donos da bola enchiam as burras, acumulando patrimônio, subindo da classe média baixa para a condição de abastados, privilegiados financeiramente.

Os vereadores aprovaram a compra de imóveis por valor absurdamente superfaturado. Aprovaram a redução do tamanho das unidades imobiliárias, com loteamentos de terrenos com 100 m2, para atender ao prefeito e aos loteadores milionários. Aprovaram a venda, para tapar o rombo das contas da prefeitura, de TODOS os imóveis não construídos que pertencem ao povo de Cascavel. Aprovaram em tempo recorde o aumento também recorde do perímetro urbano, ao arrepio da lei, conforme o Ministério Público mostrou, ao barrar o aumento e proibir qualquer aprovação de projetos na área “nova”, na que foi acrescentada agora ao perímetro.

Em suma, os vereadores rastejavam, batiam palmas, faziam fila para tirar fotos com o prefeito que tinha aprovação popular. Esqueceram de fiscalizar as contas, contentes com as migalhas que caiam pela beirada da mesa, enquanto o seu chefe negociava mesas fartas com os espertos empresários, negociava estoque de lagosta para o resto da vida. Esqueceram os vereadores que tinham um ídolo de barro, um prefeito inexperiente em finanças, que gastava como se o mundo fosse acabar no outro dia, e não viram os vereadores que em breve não teria dinheiro para os pneus dos veículos, inclusive das ambulâncias. Que não teria gasolina, que os próprios veículos alugados seriam devolvidos por não ter como pagar o aluguel. Que não teria como tapar os buracos, não teria como levar segurança aos bairros, sem gasolina e pneu.

E agora, depois de anos de submissão vergonhosa, exposta, pública, quando o dinheiro acabou, e a própria folha de pagamentos está ameaçada, os vereadores querem respeito. Querem que os secretários municipais do Paranhos, que acompanharam os anos de rastejo, de cabeça baixa, de apoio às iniciativas certas e erradas do prefeito, os respeitem e atendam.

Esqueçam, amigos. Não tem dinheiro, não tem parceria com subordinados baratos, não tem mais aprovações que rendam migalhas. Ou vocês acham que os secretários jogam no lixo suas reivindicações por iniciativa própria?

Para terminar, uma notícia boa para vocês.

Tudo está gravado, em investigação. O Gaeco e o Gaema não agem sem provas. A mentira tem pressa, a verdade é paciente. Quem for inocente nessas histórias das aprovações, quem não recebeu as migalhas, quem não aprovou os projetos do Simeão para ter ajuda na campanha, quem votou contra, não terá qualquer problema.

JORNAL PRETO NO BRANCO- PODCAST BATENDO O GUIZO

Fundado há quatro anos, chegando perto da sua edição número 200, o Preto no Branco, jornal semanário (impresso, você pega nas mãos e lê, como antigamente, coisa boa!) é um dos xodós dos cascavelenses. Leitura leve, agradável, notas curtas, como a modernidade manda. O foco principal é a política local, e o seu principal editor é o jornalista Miguel Dias, profissional respeitado por todos os que o conhecem. Tive a honra de trabalhar com o Miguel em outros veículos, sou testemunha – desnecessária – da sua competência e da correção exemplar.

Semana passada estive no seu Podcast, o Batendo o Guizo, falando minhas bobagens por uma hora, e até agora estou surpreso com a repercussão. Várias pessoas me acessaram, parecia que eu tinha falado na CBN, com o José Roberto, ou com a galera do Jorge Guirado, na CATV, também com programas em que a população acredita.

O dono do Preto no Branco é o Leozinho Rigon, um dos diretores comerciais mais eficazes da região, com amplo acesso aos principais anunciantes do Oeste, o que garante ao jornal a receita necessária para avançar ainda mais na sua caminhada. Guardadas as proporções, eu diria que o Preto no Branco tem tanta influência no Oeste quanto o Impacto tem no Paraná.   

ELE SE ACHA

Dias atrás, referindo-se ao Paranhos, sem citar seu nome, o Jorge Guirado falou sobre a vaidade, a soberba que cega algumas pessoas, e faz com que essa pessoa passe dos seus limites, cometa erros infantis e acabe pondo os pés pelas mãos. Tipo falir uma prefeitura rica.

Eu comentei numa roda de amigos sobre essa espinafrada do Guirado, e um amigo me disse: você não sabe de nada. E contou:

-“Paranhos foi no meu bairro na quarta-feira, e foi recebido pelos funcionários da prefeitura. Aí um mais puxa-saco que os demais foi falando, todo feliz:

-Que alegria, Sr. Prefeito!!… Lindo dia, não?

-Paranhos, modesto:

-Sim, a gente faz o que pode …”

A NOSSA COOPAVEL

A Coopavel, aquela cooperativa de Cascavel que quando a gente olha só vê coisas boas, está para fechar a safra de trigo com números recordes. A menos de uma semana do final, a Coopavel deve receber um número próximo a 240 mil toneladas, com um aumento de mais de 27% em relação à safra do ano passado.

A melhor notícia é que o aumento da produtividade é a responsável pela sucessiva quebra de recordes, aqui no Oeste. “Enquanto a média nacional é de 2,9 mil quilos por hectare, aqui a média pode ficar perto de 6.000 quilos por hectare”, comemorou Dilvo Grolli, um dos mais incensados diretores do agronegócio nacional.

Acrescento que esses aumentos de produtividade, conseguidos com a competência dos nossos agricultores, têm participação importante das cooperativas estaduais, entre as quais a Coopavel é destaque, repetidamente.

Falando no Dilvo: Alexandre Curi, mais que provável candidato a governador pelo grupo do Ratinho, andou sondando, na sua passagem por Cascavel, algumas coisas relacionadas a um candidato a vice que ajudasse a popularizar sua candidatura no interior do estado, e que trouxesse credibilidade para atrair a totalidade do agronegócio. Não contem para ninguém.

GRAÇAS A DEUS: Ainda bem que a nossa querida Igreja Católica está quieta diante da decisão da ex-ministra do PT, a Rosa Weber, de autorizar o aborto de crianças. Seria uma incoerência ver agora bispos e cardeais criticando uma decisão de uma ex-ministra componente do seu grupo político. Fazem bem em ficar silentes, depois de tanto esforço para eleger um parceiro ideológico.

E A COPEL? Ainda bem que venderam a Copel. É muita decadência em tão pouco espaço de tempo. A empresa deteriorou, literalmente. Aqui na região Oeste de Cascavel, esta quarta,4, foi de arrepiar, sem energia, sem internet, sem telefone. Repeteco de todas as vezes que trovejou. Se a compradora for péssima só vai empatar. Piorar, impossível.

ISSO É LEALDADE: Já escrevi sobre a admiração que tenho pela Gleisi Hoffmann. Em especial por ter sido fiel ao seu companheiro Lula nos piores momentos da sua vida. Ela é tão leal que, na sexta-feira (06) da cirurgia do Lula, em solidariedade também fez uma cirurgia, sem qualquer necessidade. O Hamilton Serighelli, de Foz do Iguaçu, também. No mesmo dia. Isso é lealdade. Isso é ser parceiro.

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