Não bastassem as tentativas, barradas pelo Ministério Público e possivelmente pelo Judiciário, mas ainda não totalmente afastadas, de venda de TODOS os imóveis não edificados pertencentes à população de Cascavel, uma outra prática menor, mas igualmente prejudicial, está sendo tentada pelo nosso politiqueiro prefeito. Agora, a Câmara – felizmente menos escrava, menos submissa – analisa a doação de um imóvel de alto valor, nas imediações da Prefeitura, para o CRECI-Conselho Regional dos Corretores de Imóveis.
Esse tipo de doação, para entidades privadas, de interesse apenas dos profissionais autônomos que são diretamente interessados na sua existência, é típica de autoridades que não têm qualquer pudor em presentear possíveis apoiadores, com patrimônio que não lhes pertence.
O Creci tem recursos suficientes para não precisar de dinheiro público para construir uma sede própria. O milionário mercado imobiliário de Cascavel garante receita a esses profissionais, em nível superior à maioria das outras cidades do mesmo porte.
No passado, um prefeito, meu amigo pessoal, efetivou a doação de um terreno do povo para a construção da sede própria da OAB, vejam só, entidade privada que interessa apenas à abastada classe dos advogados, que são milhares em Cascavel. Sempre que o vejo faço questão de lembrá-lo dessa ação, que ele reconhece como um erro coletivo: seu, dos vereadores que aprovaram e dos órgãos fiscalizadores que não tomaram providência na ocasião. Vale milhões, não tanto quanto esse que o Paranhos pretende doar aos corretores. Espera-se que a Câmara, que tenta afastar-se da desmoralização que vinha sofrendo pela aprovação de todos os erros absurdos cometidos pelo prefeito, cumpra sua missão de defender o patrimônio do povo, invertendo sua atuação para lá de vergonhosa dos últimos anos.
Enquanto essas doações milionárias acontecem, falta dinheiro para coisas importantes. Por exemplo: a APAE, como outras, merecedora de todos os recursos necessários, de todo o apoio do poder público para continuar sua atuação fundamental, precisa vender pizzas para cobrir suas despesas.
E O TERRENO DA POLÍCIA FEDERAL?

O Brasil inteiro reclama da má distribuição dos recursos do imposto, caro e não devolvido como deveria, pago pelos brasileiros.
Todos discursam sobre a injustiça representada pela concentração de recursos em Brasília e nos governos estaduais, quando os problemas se encontram nos municípios onde moramos. Na hora de fazer alguma coisa, o que se vê é como se os ricos fossem os municípios.
Em Cascavel, foi feita no passado uma doação de uma quadra ao lado da prefeitura, para a construção, acreditem, da Delegacia da Polícia Federal. Isso aí: uma Delegacia, com celas, viaturas saindo em alta velocidade, polícia, armas, e tudo o mais, em plena Avenida Brasil, e no terreno mais valorizado da cidade.
A doação seria anulada caso a União (coitada, precisa terreno nosso) não construísse a obra em 10 anos. Quando venceu o prazo, Paranhos renovou a doação por mais 10 anos, a vencer a breve, sem nem projeto ou intenção de construção da inoportuna obra (pela localização errada) ser conhecido/a.
Essa doação é emblemática, mostra o padrão dos governantes locais: enquanto discursam sobre a concentração de recursos em Brasília, fazem doações como esse terreno pra Polícia Federal, que vale por baixo Vinte Milhões de Reais.
Todos estão omissos, calados. Prefeitura, Câmara, entidades de classe, imprensa, etc…
EM BAIXA- PESQUISA DO GOVERNO ESTADUAL
Com seis anos de índices elevados nas pesquisas, o prefeito Paranhos nadou de braçada junto à opinião pública, e essa aprovação refletiu em quase todos os setores da vida do cascavelense. O povo só recebia notícias boas da imprensa comprada, as instituições foram cooptadas, empresários aplaudiam um prefeito flexível, sem muita observância às regras, a Câmara humilhou-se aprovando coisas absurdas, e todos achavam que tudo estava certo. Até o Ministério Público e o Judiciário andaram passando pano em algumas situações de flagrante irregularidade. Erros eram ignorados, jogados para baixo do tapete.
Com a falência da Prefeitura anunciada, que exigiu até a tentativa de vender tudo que era do povo, os serviços apodreceram. Mesmo com a arrecadação maior, este ano, que no ano passado, o dinheiro desapareceu, e a chiadeira é grande nos bairros mais carentes.
Pesquisa do governo do estado, para avaliação do governador, mostra que nas classes A e B o prestígio do Paranhos continua muito alto, inalterado. Nas camadas populares o desgaste é enorme. A dúvida é se o prefeito, sem dinheiro, vai conseguir estancar a fuga dos eleitores ou se vai consertar o estrago político. E com a caneta já meio vazia, pelo final do mandato.
Não tenho porque dar palpite, mas se eu fosse o Paranhos triplicava a verba da imprensa para segurar o rojão até o fim do mandato.
CURTAS
UNIOESTE: A vitória da chapa liderada pelo atual Reitor Alexandre Weber, na Unioeste, foi um alívio para todos os que gostam da nossa Universidade. Obra que contou com o esforço de muitos homens de bem do Oeste, prefeitos, autoridades estaduais, e que teve a sua consolidação no final de 1994, quando o governador Mário Pereira mandou um cheque para a construção das sedes dos campus em todas as cidades onde a Unioeste atuava, a universidade não poderia sofrer um retrocesso com a vitória do grupelho anterior que só trouxe prejuízos à imagem e ao desenvolvimento da instituição. Por mais alguns anos, e espero que sejam muitos mesmo, a Unioeste está livre do Cascá e seus asseclas.
REPUBLICANOS VAI COM RENATO SILVA: Conforme os leitores desta coluna já tinham conhecimento há vários meses, o Republicanos decidiu que o candidato do partido a prefeito de Cascavel será o empresário Renato Silva. O deputado Márcio Pacheco, aliado firme e leal do Ratinho Júnior, não teve a reciprocidade que esperava e está estudando como vai reagir à pancada. Márcio também fazia parte do grupo de apoio do prefeito Paranhos, que decidiu apoiar o Renato, deixando de lado o Márcio Pacheco, o Gugu Bueno e os demais apoiadores que tinham a pretensão de disputar a prefeitura. As informações do deputado, em nota oficial, dizem que ele já iniciou conversas com outros partidos, mas sua candidatura é irreversível, até pela boa posição nas sondagens eleitorais.
ALFREDO KAEFFER
Caso algum dia eu tivesse um problema mental e decidisse me candidatar a um cargo público, o primeiro apoio que eu procuraria seria o do Alfredo Kaeffer. Ex-deputado, empresário arrojado, visionário, Alfredo faz, na minha opinião, muita falta ao setor político do oeste do Paraná.
Nos últimos anos, Alfredo vem passando por dificuldades financeiras nas suas empresas, mas com alegria informo que as notícias que chegam, sobre a retomada quase normal das atividades do seu grupo, são muito boas.
Torço muito pelo Alfredo, criador de riquezas e de empregos. Espero vê-lo em breve com força total nos negócios e na política, porque nesse setor ele também tem muito a contribuir.
MARCELO PICCOLI
O advogado Marcelo Piccoli, de tradicional família cascavelense, mudou-se para o município vizinho de Santa Teresa do Oeste, há alguns anos.
Como legítimo herdeiro genético do seu pai Luiz Piccoli, e da Shirlei, amigos estimados que nos deixaram precocemente, Marcelo entrou na vida pública por lá, e é um dos vereadores mais atuantes e brigões do município que é um filho bem-sucedido de Cascavel.
No início de outubro, uma pesquisa eleitoral, de um dos nossos mais respeitados institutos, o SDS Pesquisas, trouxe uma sondagem oficial sobre a disputa da prefeitura, no próximo ano, mostrando o Marcelo com uma larga vantagem sobre o segundo colocado. A notícia é ótima para Santa Teresa, porque o enorme potencial de crescimento da cidade, se entregue a um prefeito da competência do Marcelo, certamente resultaria em muitos benefícios para nossa jovem vizinha.
Árvore boa dá bons frutos.
SPERAFICO COM BOLSONARO NA FRENTE DA AGRICULTURA
Esta semana, no lançamento de um evento intitulado Nova Frente parlamentar Invasão Zero, os deputados receberam um convidado importante, ex-presidente Jair Bolsonaro, que durante seu mandato sempre manifestou apoio e respeito ao agronegócio. Apoio recíproco, registre-se, e quem sabe agora aumentado diante do temor generalizado dos proprietários rurais diante da posição do novo governo petista de prestígio às invasões do MST e da tentativa do Lula de vetar a aprovação da Câmara e do Senado do marco temporal que regula de forma moderada e realista a demarcação das reservas indígenas.
O presidente foi recepcionado por diversos parlamentares, entre eles o maior representante do agronegócio do Oeste, deputado Dilceu Sperafico, no início do seu sétimo mandato.
Na ocasião, Dilceu reiterou seu trabalho para derrubar o veto do presidente Lula na questão do marco temporal, e falou sobre suas ações em relação ao recém-criado movimento da Frente Parlamentar, intitulado Invasão Zero.
Dilceu é um parlamentar coerente, e seus compromissos com seu eleitorado são cumpridos fielmente. É um dos apoiadores da prorrogação da desoneração tributária, aprovada na Câmara nesta terça-feira,24, e que tramita em regime de urgência no Senado, possivelmente aprovada quando esta edição do Impacto chegar ao leitor.
Na quarta-feira (25), Dilceu usou o microfone da tribuna da Câmara para se manifestar em relação à possibilidade, levantada pelo governo federal, de importação de tilápia do Vietnã. “Após a ameaça da importação de leite, que ameaça a produção nacional, agora essa nova preocupação com a tilápia vietnamita, que prejudicaria brutalmente o agro do Oeste do Paraná…”, disse Dilceu.