Datafolha mostra empate técnico no segundo turno entre Aécio e Dilma

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Datafolha mostra empate técnico no segundo turno entre Aécio e Dilma

Queda da petista vem na esteira do agravamento da crise econômica e da alta da inflação
Pela primeira vez na atual campanha eleitoral, uma pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha, na quinta-feira, indicou empate técnico em uma simulação de turno da eleição presidencial entre o candidato da coligação Muda Brasil, Aécio Neves, e a presidente Dilma Roussef, candidata pelo PT, acendendo o sinal amarelo nas hostes petistas. O resultado consolida a tendência de crescimento de Aécio nas últimas pesquisas no rastro de uma safra de sofríveis dados econômicos para o governo. A intenção de votos do candidato do PSDB no segundo turno subiu para 40%, ante 39% registrados na pesquisa divulgada em 3 de julho. Dilma recuou de 46% para 44%.
“É mais uma pesquisa que aponta na direção do que teremos no segundo turno. Quanto mais ando pelo Brasil, me convenço de que o sentimento de mudança prevalecerá. É hora de trabalharmos e apresentarmos nossas propostas para que os brasileiros tomem a melhor decisão”, afirmou Aécio, ao comentar o resultado divulgado pelo Datafolha, o primeiro também após o encerramento da Copa do Mundo, com o vexame histórico da seleção brasileira.
A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal “Folha de S.Paulo”. No primeiro turno, Aécio manteve o mesmo percentual da pesquisa anterior, de 20%, mas Dilma recuou de 38%, no levantamento anterior, para 36%, denotando que as vaias e xingamentos que recebeu durante a Copa começam a saltar dos estádios para as ruas e o eleitorado, o que é muito ruim às suas pretensões de reeleição à essa altura da corrida eleitoral.
Os entrevistados também responderam sobre o desempenho do governo federal. A avaliação de ótimo e bom caiu de 35%, na primeira semana de julho, para 32%, agora. Entre os que acham o governo atual ruim e péssimo, houve um crescimento de 26% para 29%. O percentual de eleitores que consideram o governo regular se manteve em 38%, confirmando que a população não está nada satisfeita com as políticas públicas do Palácio do Planalto, pouco se importando, também, com os supostos legados que teriam sido deixados em benefício do país no pós-Copa.
O Datafolha ouviu 5.377 pessoas entre os dias 15 e 16 de julho. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.

DADOS RUINS. As notícias ruins no campo econômico não param de pipocar na imprensa para desespero dos petistas. O mais novo dado acaba de ser divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), pondo em xeque uma estatística que até então vinha sendo festivamente comemorada pelo governo, desde anos de Lula, todos os meses, a geração de empregos com carteira assinada.
Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), apenas 25.363 empregos com carteira assinada foram criados no mês de junho. O número é 79,5% inferior ao registrado no mesmo mês de 2013, sendo este o pior resultado do mês em 16 anos, um reflexo da estagnação do parque industrial, que não para de demitir, e do desaquecimento econômico em geral por causa da política de juros extorsivos posta em prática pelo Banco Central para combater a inflação.

De janeiro a junho de 2014, foram criados aproximadamente 600 mil empregos formais. A previsão para o segundo semestre é de que outras 400 mil vagas sejam abertas. Os salários de admissão tiveram aumento de 1,84% em relação a 2013, passando de R$ 1.152,73 para R$ 1.173,90. Tentando explicar o fenômeno, o ministro do Trabalho, Eduardo Cucolo, disse que, apesar de o setor de indústrias ter apresentado queda pelo terceiro mês consecutivo, o saldo do ano ainda é positivo. Mas o relatório mostra que o comércio registrou queda, mesmo sendo o mês da Copa.

O ministro revisou para baixo a previsão para o número de carteiras assinadas neste ano, que passou de 1,4 milhão para 1 milhão. Outros dados negativos na esteira da entressafra estão relacionados à inflação, que estourou o teto da meta de 6,50% em junho em 0,2% e às estimativas de instituições financeiras e analistas, que preveem um “pibinho” de menos de 1% no encerramento de 2014. Isso tudo, sem dúvida, é o retrato de um país virtualmente paralisado e atolado na burocracia e em um endividamento crescente, fazendo com que o desejo de mudança a cada dia se manifeste mais forte, como propõe Aécio.

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