Delatores confirmam doação para Gleisi

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O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa sustentou em
acareação com Alberto Youssef ontem, em Curitiba, que o ex-ministro de
Comunicação Paulo Bernardo solicitou R$ 1 milhão para o esquema de cartel e
corrupção na Petrobras. Peças centrais nas investigações da Operação Lava
Jato, os dois ficaram frente a frente por cerca de 10 horas para confrontar
versões conflitantes de suas delações premiadas, em relação ao envolvimento
de políticos. As informações são da Agência Estado.

Hoje, os dois vão detalhar o suposto pagamento de R$ 2 milhões a pedido do
ex-ministro Antônio Palocci em 2010. A Lava Jato apura se a beneficiária
foi a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2010.

Os dois farão acareação ainda amanhã e na quinta-feira, tratando de outros
pontos que não são convergentes entre as duas delações, como o envolvimento
do ex-ministro Edison Lobão, do PMDB.

Os três ex-ministros são alvos de inquéritos abertos a partir de março
dentro do conteúdo das delações premiadas fechadas por Costa e Youssef no
Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, os pedidos do procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, foram para abertura de inquérito contra Lobão
e a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) – suposta beneficiária do pedido feito
por Bernardo. No caso de Palocci, o STF remeteu o caso a Curitiba, onde foi
aberto inquérito.

A acareação é conduzida por um delegado da PF de Brasília, onde são
conduzidos os inquéritos sob a guarda da força-tarefa criada pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Os termos são colhidos no
âmbito dos inquéritos que sobrem no Supremo Tribunal Federal (STF),
envolvendo políticos, e que estão em fase inicial.

O ex-diretor e o doleiro são condenados da Lava Jato acusados de serem
braços do PP no esquema de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro na
Petrobras, entre 2004 e 2012 – com pagamentos acontecendo até 2014.

Costa cumpre prisão em regime domiciliar no Rio. Ele chegou por volta das
9h30 na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba – sede das
investigações da Lava Jato. Deve permanecer em um hotel de Curitiba,
durante a semana.

Em relação a Paulo Bernardo, os delatores apontam o pagamento de R$ 1
milhão para a campanha de 2010 da ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann
(PT-PR), que foi eleita senadora naquele ano. Bernardo, que é marido da
senadora, fez a solicitação.

Um dos pontos de divergência explicado foi o de quem efetivamente teria
entregue os valores pedidos por Paulo Bernardo. O doleiro não ter sido ele
pessoalmente o efetivador das entregas.

Paulo Bernardo não foi encontrado para comentar o assunto. Em outras
ocasiões, ele afirmou que “não pediu nem recebeu qualquer importância” do
doleiro Alberto Youssef. A senadora Gleisi Hoffmann tem sustentando que
desconhece Youssef e que “todas as doações constam na prestação de contas
aprovada pela Justiça Eleitoral.”

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