DELCÍDIO DO AMARAL DO PT É PRESO: Prisão é uma bomba no Planalto!

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A prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) caiu como uma bomba no
Palácio do Planalto. Os temores são múltiplos, não apenas pelo desastre de
imagem de ver o líder do governo no Senado preso acusado de bolar um plano
para tirar um suspeito de crime do país.

O líder do governo no Senado foi preso nesta quarta-feira (25) no âmbito da
Operação Lava Jato por tentar conturbar as investigações. Ele teria
oferecido uma mesada de R$ 50 mil ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró
para que ele não fechasse acordo de delação premiada com os investigadores.
Além disso, queria que Cerveró fugisse do país.

Antes de tudo, as condições da prisão do senador e do banqueiro André
Esteves. O governo avalia que o ministro Teori Zavascki, do Supremo
Tribunal Federal, não autorizaria operação de tal impacto se a
contrapartida não fosse forte o suficiente: não apenas o plano de fuga
oferecido a Nestor Cerveró, mas também a possibilidade de que a revelação
dele seja parte da negociação da delação premiada do ex-diretor da Área
Internacional da Petrobras.

Especulada e negada há meses, a delação de Cerveró, que agora foi fechada,
é um dos pesadelos do governismo e do petismo, mas não só, já que o
ex-diretor era uma indicação sustentada pelo PMDB –mais especificamente,
apesar das negativas, do grupo do presidente do Senado, Renan Calheiros
(AL), que oficialmente nega isso.

E há o senador preso. Delcídio, que adotou o “do” no sobrenome ano passado
por dica de uma numeróloga, é um dos políticos com melhor trânsito na área
de energia –foi rapidamente ministro do setor no governo Itamar Franco e
ocupou a diretoria de Gás da Petrobras. Mais que isso, tinha pés em todas
as canoas políticas relevantes.

Foi tucano e deixou o partido em 2001, aliando-se ao grupo do ex-governador
Zeca do PT (MS). No Senado desde o início do governo Lula, em 2003,
Delcídio ganhou fama de habilidoso operador político.

Agora, tudo isso pode voltar-se contra ele. A ser confirmado tudo o que se
diz nos meios judiciais nesta manhã em Brasília, Delcídio poderá se ver sem
mandato e na cadeia por um bom tempo, o que levaria à questão da delação
premiada.

Em um exercício de especulação, Delcídio poderia então falar sobre os
meandros de diversas negociações potencialmente danosas ao governo e ao PT.

Ele foi, por exemplo, presidente da CPI dos Correios (2005), que investigou
o mensalão –abundam insinuações, na oposição, de que ele ajudou a evitar a
citação ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva no texto final do
relator Osmar Serraglio (PMDB-PR). Ele sempre negou.

Além disso, Delcídio tinha a área internacional da Petrobras como uma de
seus campos de influência na estatal, sendo co-patrocinador da indicação de
Cerveró para a diretoria.

É sob esta área que ocorreu a obscura compra da refinaria de Pasadena
(EUA), sob investigação na Lava Jato e que esbarra em decisões do Conselho
de Administração da estatal, presidido então por Dilma Rousseff.

(foto: Ueslei Marcelino/Reuters)FONTE :*Igor Gielow*
*Folha de S. Paulo*//*link artigo*
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/11/1710790-dano-potencial-de-prisao-de-senador-petista-ao-governo-nao-e-so-de-imagem.shtml

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