Depois de tudo, o PT ainda quer conduzir a caravana da esquerda, da oposição, do centro*

gleisi santa e lula santo

Onde se lê: A esquerda precisa sair do isolamento e se unir para as eleições de 2020 e 2022, leia-se: Os partidos de esquerda só terão espaço se libertarem-se do PT. Lula e seu partido se mantêm agarrados à cabeça de chapa. É como se o protagonismo fosse um inflexível destino. As informações são de Rosângela Bittar no Estadão.

O PT, ainda agora, depois de tudo, quer conduzir a caravana da esquerda, da oposição, do centro e de quem mais esteve e estiver disposto a fazer o que seu mestre mandar. Uma volta ao cenário da primeira eleição de Lula.

É contra isso, o absolutismo político, ainda que suicida, que deixa pelo caminho candidatos de cara nova, ou políticos experientes abertos a novos projetos cuja passagem o PT impede, que se aplica o atual movimento do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).

Não só dele, mas também do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), do governador da Bahia, Rui Costa (PT), do governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e outros de antes e de agora.

Dino chamou a atenção pela intensa investida em conversas políticas com quem está na onda: a esquerda, o centro e o PT. Esteve com Luciano Huck, que avalia candidatura presidencial, foi ao Instituto Lula, vinha de encontros com o DEM, deu entrevistas clamando por união de todos. Ao mesmo tempo, Wellington Dias reverberou a convocação da qual Rui Costa já tinha se disposto a participar.

Então é um movimento de governadores do Nordeste? Não. São políticos aliados do PT tentando furar o bloqueio e a rigidez mórbida do partido. Eles não têm força para liderar um projeto nacional. Especialmente Flávio Dino, que está num partido pequeno, não tem base no Congresso nem instrumentos para construir um desejo de amplo alcance.

São todos governadores que não podem mais pleitear a reeleição pois estão no segundo mandato. Mas têm futuro: querem fazer o sucessor, continuar mantendo o nome em evidência para uma candidatura ao Senado, talvez, e recusam a obediência cega à hegemonia petista.

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