O presidente da Comissão de Obras Públicas, Transportes e Comunicação da Assembleia Legislativa, deputado Ney Leprevost (União), encaminhou um ofício à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) solicitando esclarecimentos sobre a segurança da aviação civil no Brasil. A iniciativa, de acordo com o parlamentar, visa reforçar a fiscalização do setor e garantir mais segurança aos passageiros.
No documento enviado à ANAC, Leprevost solicita informações detalhadas sobre a quantidade de controladores de voo disponíveis em cada aeroporto do país, os procedimentos de fiscalização das regras da aviação civil e comercial, e as causas dos 22 acidentes registrados em 2025.
“Não basta apenas modernizar os aeroportos. É fundamental garantir manutenção adequada e rigorosa fiscalização das aeronaves para aumentar a segurança dos passageiros”, afirma o deputado.
Números
Dados do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer), gerenciado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), revelam que, em 2024, ocorreram 175 acidentes aéreos no Brasil, resultando em 153 vítimas fatais. Somente nos dois primeiros meses de 2025, foram registrados 22 acidentes, com 10 mortes.
Segundo o Sipaer, desde 2015, o Brasil registrou 1.580 acidentes aéreos. Entre as principais causas estão falhas mecânicas (responsáveis por 20% dos casos), perda de controle em voo (303 ocorrências), excursão de pista (290 casos), perda de controle no solo (153 registros) e operação em baixa altitude (126 casos).
O levantamento também indica que aeronaves privadas lideram o ranking de acidentes nos últimos 14 meses, com 71 ocorrências e 54 mortes. Em seguida, aparecem os aviões agrícolas, com 68 acidentes e 13 vítimas fatais. Já a aviação comercial, apesar de registrar apenas dois acidentes no período, teve o maior número de vítimas fatais, impactado pela queda do avião da Voepass em Vinhedo (SP), que vitimou 62 pessoas em 9 de agosto de 2024.