fonte:Claudio Humberto—
Levantamento da empresa francesa de pesquisa Ipsos, realizado em São Paulo, Recife e Porto Alegre, entre 9 e 11 deste mês, revela dados alarmantes para o governo: 50% da população consideram a gestão de Dilma ruim ou péssima. A avaliação negativa de Dilma supera a positiva inclusive no Nordeste, onde ela teve grande votação. A pesquisa também aferiu o engajamento aos protestos de amanhã.
O percentual de pessoas que souberam dos protestos do dia 15 disparou nos dois últimos dias da pesquisa, subiu de 70% para 82%. A ladainha de que a crise atual se deve à crise econômica internacional não cola mais para 73% dos entrevistados. Nas motivações para o protesto aparecem: Corrupção (67%), Inflação (52%) e Impeachment (32%).
Dilma retém R$ 1,7 bi
da educação e atinge
o Fies e o Pronatec
O represamento de recursos do Ministério da Fazenda tem provocado forte impacto na educação. Em janeiro e fevereiro, a União segurou cerca de R$ 1,7 bilhão do setor. O levantamento foi feito pelo economista Mansueto Almeida. Pouco mais de R$ 1 bilhão foi retido do Fies e outros R$ 464 milhões do Pronatec. Quando comparado ao mesmo período do ano passado, as quedas na transferência foram de 50% e 58%, respectivamente. As escolas privadas de ensino já haviam indicado atrasos de valores do Pronatec e do Fies. No Fies, houve restrições para novos contratos e mudança no fluxo de pagamento. As informações são do Estadão
As universidades federais perderam R$ 173 milhões – queda de 34% – do dinheiro que é dirigido ao “funcionamento de instituições”. Outros R$ 53 milhões – corte de 33% – foram retidos dos investimentos em “reestruturação e expansão”. A interferência da Fazenda no MEC já era esperada, segundo Mansueto. “Mexeram em benefícios sociais, como o seguro-desemprego, restringiram investimentos em infraestrutura e precisam reduzir os gastos fixos do Estado. Uma hora chegaria na educação.” Os chamados gastos de custeio impactam a capacidade de o governo poupar. Em linguagem técnica, impedem que seja feito o superávit primário. O Fies, por sua vez, engorda a dívida pública. Segundo Mansueto, a educação deve ser prioridade, mas precisa de planejamento. “Todo mundo sabia, por exemplo, que o Fies precisava de ajuste, não havia controle nenhum.”