Apesar do corte de gastos em nome do ajuste fiscal atingir diversas áreas estratégicas do governo, a presidente Dilma Rousseff, pressionada pelo PT, sancionou ontem, sem vetos, dentro do Orçamento Geral da União a verba do fundo partidário — três vezes maior neste ano – de R$ 867,56 milhões. As informações são d’O Globo.
O aumento da verba para o fundo foi incluído pelo relator do Orçamento, senador Romero Jucá (PMDB-RR), sob o argumento de que valeria como um teste para a tese do financiamento público de campanhas eleitorais, defendida pelo PT em sua proposta de reforma política. Mas, o próprio PMDB – que é favorável às doações de empresas -passou a pedir publicamente que Dilma vetasse a ampliação e que mantivesse os valores de 2014: R$ 289,56 milhões. Os peemedebistas alegavam que os recursos triplicados para o fundo poderiam prejudicar o ajuste fiscal defendido pelo governo.
Segundo fontes do governo, o corte deverá ser de R$ 70 bilhões — um meio termo entre o que quer a equipe econômica e o que deseja o núcleo político. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defende um corte de R$ 80 bilhões, para cumprir a meta do superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) deste ano — 1,2% do PIB. A área política quer um corte entre R$ 50 bilhões a R$ 60 bilhões, valor que atingiria investimentos do PAC e projetos sociais, mas não paralisaria a máquina pública.