O dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, relatou em sua delação premiada
que o ministro Edinho Silva fez um pedido inicial de R$ 20 milhões para a
campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014, segundo fontes
com acesso às investigações. O valor foi considerado elevado pelo
empreiteiro, que concordou com uma doação de R$ 10 milhões. No fim, o
repasse foi de R$ 7,5 milhões, conforme os registros no TSE. As informações
são d’O Globo.
Edinho era tesoureiro da campanha de Dilma e hoje exerce o cargo de
ministro da Secretaria de Comunicação Social. Por conta da citação na
delação de Pessoa e do pedido de investigação formulado pela PGR, o
ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava-Jato no STF,
determinou a abertura de inquérito para investigar Edinho. Ele é, agora,
formalmente investigado por conta das suspeitas levantadas pelo delator.
Nas conversas com Edinho, segundo Pessoa, o então tesoureiro teria lembrado
dos contratos da UTC na Petrobras, como forma de assegurar a doação à
campanha de Dilma. Uma suposta origem ilegal dos recursos é o foco da
investigação aberta no STF.
O então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, teria orientado Pessoa a se
encontrar com Edinho para tratar das doações à campanha de Dilma, ainda
segundo o empresário. O dono da UTC acertou uma doação de R$ 10 milhões –
R$ 5 milhões no primeiro turno e R$ 5 milhões no segundo turno.
Os registros do TSE mostram que a campanha de Dilma recebeu R$ 7,5 milhões:
duas transferências eletrônicas de R$ 2,5 milhões cada, em 5 e 27 de agosto
de 2014 (antes do primeiro turno), e mais R$ 2,5 milhões, em 22 de outubro
(antes do segundo turno). Os R$ 2,5 milhões restante