Em discurso no Plenário, deputado Arilson Chiorato (PT) questiona aumento salarial de diretores do Porto de Paranaguá

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O deputado Arilson Chiorato (PT) denunciou nesta segunda-feira (20/05), ao fazer uso da tribuna, a incoerência fiscal do Governo do Paraná. Depois de votar favorável ao aumento de salários aos diretores da Copel, que chegou a R$ 300 mil, o Governo do Paraná aprovou adicional de insalubridade aos diretores do Porto de Paranaguá, aumentando os salários da diretoria em 40%. Os aumentos aos executivos acontecem no mesmo período em que os servidores da educação têm o reajuste acordado negado e acumulam perdas de 39%.

“O Porto de Paranaguá, um porto estratégico para o Brasil e a América do Sul, está sob a administração do Estado do Paraná. Dias atrás, a gestão Ratinho alterou a remuneração dos diretores do Porto de Paranaguá e, pasmem, criou um adicional de risco permitindo a elevação salarial em até 40%”, denunciou.

O parlamentar questionou quais seriam os riscos diários aos quais os diretores são expostos. “Porque, segundo as leis trabalhistas, o adicional de risco tem como fundamento remunerar os trabalhadores em compensação aos riscos à insalubridade, periculosidade e outras eventualidades existentes, de acordo com o artigo 14 da lei federal 4860 de 1965”, embasou o questionamento.

Segundo o deputado, com o adicional de periculosidade dado aos diretores do Porto de Paranaguá, em fevereiro, o salário bruto de um diretor que era de R$ 36.840 saltou, em abril de 2024, com a inclusão do adicional para R$ 74.085. “Diante disso, protocolamos um pedido por escrito para saber exatamente quais os perigoso os diretores do Porto de Paranaguá estão expostos. Quero pedir o apoio dos deputados aqui presentes para que a gente descubra esses fatos”, solicitou aos colegas.

O deputado Arilson lembrou que, recentemente, a diretoria da Copel também teve seus salários “corrigidos” com o mercado. Isso é uma brincadeira com o serviço público do Paraná, especialmente com os concursados que dão o melhor de si para fazer o estado funcionar. Eu disse aqui na semana passada: o governador trata a pão-de-ló os amigos, mas trata com desdém e ignorância os servidores públicos concursados do estado, que acumulam mais de 39% em perdas no tocante a reajuste salarial”, comparou.

“Aos amigos do porto, aos amigos da Copel, aos amigos que compõem o clube do vinho, está aí o sinal de gratidão, está aí o afago. E a pergunta que deixamos mais uma vez é: por que o tratamento tão diferenciado com os servidores públicos do Paraná? O que o governo tem contra os servidores do estado?”, questionou.

O deputado também relembrou o caso Copel. “Iam vender a Copel porque ia acabar com a mamata. Eu denunciei aqui dias atrás o aumento estrondoso, inclusive do presidente da Copel, o Pimentel, que vai ganhar quase R$ 300 mil. Mas iam acabar com a mamata porque, segundo o governador, não ia ter indicação política. Não tem indicação política? É só o irmão do candidato a prefeito de Curitiba indicado pelo próprio governador que está lá. Não é indicação política? O que temos aqui é uma clara concepção de desigualdade, um fato político motivado por um acúmulo ideológico que faz com que o servidor concursado, aquele trabalhador que dá o suor, fique desprestigiado”, observou.

“Esse governo tem lado, e não é o povo paranaense. Esse governo se aloca no Palácio do Iguaçu, mas ele queria mesmo era estar na B3, em São Paulo, na bolsa de valores, porque lá está quem ele ouve. Esse movimento do porto, esse movimento da Copel, esse movimento do pedágio só faz derreter a maquiagem escondida na propaganda eleitoral de tempos atrás. Tudo que prometeu aconteceu justamente ao contrário”, enfatizou.

O deputado encerrou sua fala com a seguinte pergunta: “governador, por que esse ódio aos servidores do estado do Paraná? Governador, por que não compreender que os servidores são a maior parte que fazem o estado funcionar?”.

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