Em seu acordo de delação premiada, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS)
citou líderes petistas no Senado, além da cúpula do PMDB. As informações
são de Márcio Falcão e Aguirre Talento na Folha de S. Paulo
Segundo o senador, “Fundo Consist”, era quem financiava despesas do mandato
da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). A empresa teria atuado no desvio de
recursos de empréstimos consignados do Ministério do Planejamento –que era
comandado pelo marido da senadora, o ex-ministro Paulo Bernardo.
“Que é de notório conhecimento sua relação com a empresa Consist, sendo que
a empresa acompanha o casal Bernardo e Gleisi desde a época em que foram
secretários do então governador do MS, Zeca do PT. Que a Consist, sempre
atuou como braço financeiro dos mesmos, e como mantenedora das despesas do
mandato da senadora Gleisi, nos últimos anos. Que existem provas
incontestáveis sobre isso.”, afirmou o petista aos investigadores.
“Ainda, que acredita que se deve dar atenção especial para o período em que
Gleisi foi diretora financeira de Itaipu, quando vários “claims” de obras
passaram pelas suas mãos. O mesmo vale para as concessões do Porto de
Santos quando a mesma, como chefe da Casa Civil teve atuação decisiva na
definição das áreas leiloadas. Ressalte-se que o operador de Gleisi sempre
foi o seu marido Paulo Bernardo, sendo que na visão do depoente, e um dos
melhores captadores de recursos do PT”, completou.
“Ainda, cabe destacar que Gleisi tinha estreito relacionamento com outros
petistas, como José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, e Carlos
Gabas, ex-ministro da Previdência.
*OUTRAS MENÇÕES*
Há menções sobre o senador Humberto Costa (PT-PE), que ficou com a
liderança do governo no Senado depois que Delcídio acabou preso no ano
passado acusado de tentar atrapalhar as investigações da Lava Jato.
“Que o depoente sabe que o Senador agiu com desenvoltura na Refinaria de
SUAPE (PE). Que foi parceiro, entre outras empresas, da White Martins, que
sempre contribuiu decisivamente para suas campanhas. Tem como operador o
empresário pernambucano Mario Beltrão. Que sua proximidade com Paulo
Roberto Costa [ex-diretor da Petrobras] era conhecida. ”
Gleisi e Humberto Costa já são alvos de inquérito no Supremo Tribunal
Federal que investigam se tiveram participação no esquema de corrupção da
Petrobras, mas os senadores negam envolvimento.
A senadora é investigada ainda no Supremo pelas suspeitas em relação a
Consist, mas o caso está com o ministro Dias Toffoli porque os ministros do
Supremo entenderam que não havia conexão com a Lava Jato.
“Fundo Consist”, empresa que teria atuado no desvio de recursos de
empréstimos consignados do Ministério do Planejamento -que era comandado
pelo marido da senadora, o ex-ministro Paulo Bernardo.
e acordo com os investigadores, “parte expressiva da remuneração da
Consist, cerca de 9,6% do faturamento líquido, foi repassada, a Gonçalves,
em Curitiba, que, por sua vez, utilizou esses mesmos recursos para
pagamentos associados à senadora Gleisi Hoffmann”.
Entre as despesas pagas com esses recursos estariam um débito de R$
1.344,51, a título de pagamento de multa relacionada ao nome da própria
senadora, e débitos relacionados a Zeno Minuzzo e Hernany Bruno
Mascarenhas, pessoas ligadas a ela, segundo a autoridade policial.
Em um dos lançamentos de débito junto ao nome de Hernany consta a anotação
“salário motorista – cheque 828”, enquanto no outro, “Diversos PT, PB,
Gleisi”.
Para a Polícia Federal, Mascarenhas prestaria serviços de motorista à
senadora, enquanto Zeno Minuzzo teria sido secretário de finanças do
Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores.
Para acobertar os repasses, o escritório teria prestado um ou outro serviço
à Consist, mas aparentemente incompatíveis com a remuneração de cerca de R$
7 milhões.
(foto: divulgação)
*link matéria*
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/03/1750119-empresa-acusada-de-desvio-bancou-despesas-de-gleisi-diz-delcidio.shtml