ESCRACHO! “CAMPANHA DE DESAFOROS COM FALTA DE ARGUMENTOS”

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Da parte deles foi uma campanha de propostas, sem agressões aos adversários. Ao contrário, de parte da oposição, com algumas exceções, a campanha municipal em Curitiba se pautou por desaforos e maledicências contra o alcaide. Seu estilo de comportamento que sempre irritou os adversários, mas que cada vez mais o aproxima dos populares, com um jeitão risonho e até poético, irritou ainda mais alguns adversários. E a campanha do desaforo desandou em algumas manifestações onde ficou claro estarem embutidos motivos de contrariedade de outros tempos, seja de modo pessoal ou por orientação marqueteira cuja vingança deu com os burros na água. Pimentel, com um sorriso jovem e de esperança que espalha simpatias e conquista cada vez mais um eleitorado próprio, somou com Greca e contribuiu de forma decisiva para uma vitória arrasadora. Quem desistiu de concorrer contra o alcaide anteviu o vexame e fugiu em tempo de uma desmoralização política ainda maior do que a decepção deixada quando abandonaram a disputa. Vitória de Greca e Pimentel, foi incontestável.

Se a Justiça Eleitoral agir com todo rigor, examinando revelações e denúncias que explodiram no transcorrer da recente campanha eleitoral, tem gente que pode ir para a cadeia por escandaloso gasto na mão grande, isto é, por debaixo dos panos e sem explicações convincentes. Tanto que candidatos a prefeito e vereadores botaram a boca no trombone contra uns e outros, envolvendo partidos cuja distribuição de recursos entre os disputantes foi feita de maneira bastante duvidosa. Gastos com a campanha precisam de um exame apurado a fim de que não pairem dúvidas quanto a real utilização dos recursos do Fundo Partidário. Muitos filiados e candidatos nunca souberam quanto veio para os diretórios regionais e municipais, recursos oriundos de um Fundo Partidário que mais uma vez deixou brechas para uns e outros que foram privilegiados. A Justiça Eleitoral precisa ir a fundo para sanar todas as dúvidas que alguns malandros políticos, mais uma vez, deixaram serem levantadas nesta campanha.

Dentre as muitas suspeitas levantadas durante esta campanha, o PSL, partido que cresceu com Bolsonaro foi para o espaço nesta eleição, deixou muitas dúvidas que precisam sejam esclarecidas, principalmente entre candidatos a vereador em Curitiba, muitos dos quais levantaram suspeitas em relação ao comportamento de coordenadores como Marquinhos Magalhães e Gustavo Kfouri, que caíram na boca de uns e outros inconformados com algumas generosidades e desculpas esfarrapadas feitas na hora da distribuição dos recursos da campanha. Suspeitas que talvez possam ter ocorrido também com outros partidos, onde aliados levantaram dúvidas quanto ao que lhes foi destinado para a campanha.

Pela imagem política que deixou, muitas vezes confundida na imagem com a líder petista Gleisi Hoffmann, a candidata a prefeita pelo Podemos, Caroline Arns, mostrou com seus 22.360 votos, ter bagagem para enfrentar em 2022 uma campanha para deputada, federal ou estadual. Boas propostas e uma desenvoltura nas ruas que mostrou simpatia, além de transmitir confiança ao eleitorado. Mostrou ser uma força política para o futuro e que certamente confirmou a herança de Flávio Arns. Uma revelação do Podemos para as eleições de 2022.

Foi uma eleição atípica não apenas por conta da pandemia. Ela ficou marcada por uma abstenção, mais votos nulos e brancos que superaram as expectativas. Ficou embutido entre os argumentos que levaram a este afastamento do eleitorado das urnas, ou no seu espírito de revolta, um recado para a desmoralização da classe política nos últimos tempos. Desde a última eleição, em 2018, quando mudanças importantes foram registradas, situações várias foram se sucedendo deixando o eleitor em clima de suspeição, motivo para que não tivesse maior interesse em comparecer às urnas, ou escolher um candidato, preferindo o voto nulo ou branco. São questões que os partidos devem levar em consideração a fim de que busquem mudar o comportamento eleitoral para 2022. Este clima de descrédito não pode continuar pois a eleição faz parte como combustível de nossa democracia.

Por conveniência, ou seja qual for à desculpa, a grande verdade é que os debates não fizeram falta nesta eleição. As próprias redes de televisão se sentiram desestimuladas a promover uma programação deste tipo, e foram deixando os debates em segundo plano nesta campanha recém encerrada. Claro que uns e outros sentiram faltam, principalmente pelo fato de que os favoritos não tiveram uma oportunidade frente a frente para um debate de idéias capaz de convencer o eleitorado sobre determinados projetos, Ficou claro, mais uma vez, que debate com muitos candidatos se tornam inócuos e fora dos verdadeiros propósitos de uma campanha eleitoral. Em 2020 os debates não fizeram falta.

Uma disputa feminina que certamente motiva um final de campanha eleitoral em Ponta Grossa no mais alto estilo. Sem agressões do passado e baseada na intuição feminina, a disputa será mais entre seus apoiadores, respectivamente Jocelito Canto e Marcelo Rangel. O prestígio conquistado no passado e que lhe rendeu inclusive eleição para deputado, vai ser colocado mais uma vez em prática neste pleito que foi para o segundo turno. Vale à pena conferir esta disputa entre Mabel Canto e Elisabeth Schmidt, em Ponta Grossa.

Rodrigo Maia, liderança do DEM, passou a se preocupar depois desta eleição municipal em que o partido se saiu muito bem, com vistas às eleições presidenciais em 2022. Embora tendo interesse pessoal em disputar a sucessão de Bolsonaro, o deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara, já está pensando em atrair Luciano Hulk para promover o DEM na campanha presidencial. Quanto a Sergio Moro não quer nem ouvir falar, principalmente na tentativa de atrair o mesmo junto com Hulk pensando numa chapa imbatível, segundo a oposição.

Tirou o P de partido e imaginou que a pequena mudança ajudaria numa reformulação de imagem, principalmente em relação à disputa municipal em Curitiba, O partido vinha capengando há algum tempo e sem Requião imaginou que poderia sobreviver com maior vantagem em 2020. Ledo engano. Nesta eleição o partido conseguiu apenas uma cadeira na Câmara Municipal, conquista através Noêmia Rocha, que foi reeleita. Decepção geral e prova de que para 2022 precisa se reciclar se quer mesmo mudar para voltar a ocupar os antigos espaços eleitorais em nossa capital e no Estado. Por enquanto, a mudança da sigla tirando o P e afastando Requião e sua influência em nada ajudou o partido.

Uma lembrança do passado e que se tornou motivo para projeção política de dois dos seus integrantes; Paulo Martins e Denian Couto. O primeiro virou deputado federal e o segundo se elegeu neste último pleito vereador em Curitiba pelo PODEMOS. Ruth Bolognese e Ogier Buchi não conquistaram mandatos políticos. Ela, com o apelido de “Serpente Ruiva”, ainda tentou por algum tempo se manter na mídia, mas acabou desaparecendo. Ogier Buchi, por sua vez, depois de algumas tentativas em campanhas políticas, desistiu de campanhas e permanece na carreira de advogado e no setor das comunicações, tendo na última disputa eleitoral incentivado o filho, Octávio, que não conseguiu se eleger. Denian Couto e Paulo Martins, foram os únicos a colher resultados depois do Jornal da Massa.

Mais dois profissionais da área da comunicação foram eleitos no pleito do último domingo. Herivelto Oliveira, que é atualmente vereador, foi reeleito depois de ter assumido como suplente, ganhando agora uma eleição que foi das mais disputadas. O jornalista Márcio Barros, foi mais um profissional da área que o eleitorado resolveu colocar como seu representante na Câmara Municipal, imaginando que no legislativo possam ter o mesmo desempenho popular que conquistaram via televisão.

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