Reinaugurado com pompa em dezembro de 2012, o novo Mercado Municipal de Curitiba ainda não foi totalmente pago pela prefeitura. A Gazeta do Povo teve acesso a documentos internos que indicam atraso de R$ 711 mil referentes às obras de reforma. A gestão municipal admite a dívida, mas afirma que ela se refere a pendências solucionadas somente no primeiro trimestre deste ano. As informações são de Raphael Marchiori.
A obra completa do Mercado Municipal custou R$ 6 milhões, sendo R$ 2 milhões provenientes do Ministério da Agricultura. A reforma ampliou a área construída do local de 12 mil para 18 mil metros quadrados, além de ter modernizado restaurantes e lanchonetes. A modernização também visava ampliar a capacidade do local para 80 mil visitantes por semana – antes eram 36 mil pessoas.
As intervenções no local começaram no primeiro semestre de 2010, durante a gestão do ex-prefeito Luciano Ducci (PSB). Elas foram entregues à população em dezembro de 2012, quando o último pleito municipal já estava definido a favor do então oposicionista Gustavo Fruet (PDT).
De acordo com a Secretaria Municipal de Abastecimento, a dívida de R$ 711 mil com a construtora se refere a parcelas das obras realizadas antes de 2013 – ou seja, durante a gestão Ducci. Seriam valores não formalizados e nem empenhados, que incluíam serviços não realizados e outros que exigiam reparos.
A reportagem, entretanto, teve acesso a um ofício do dia 14 de maio deste ano destinado ao secretário municipal de Obras Públicas, Sérgio Luiz Antoniasse. Nele, o engenheiro Luiz Carlos Rodrigues, diretor do Departamento de Edificações, afirma que a obra deveria ter sido paralisada se a empresa fosse esperar sair as ordens de serviço. Mas que isso não teria ocorrido por uma solicitação da própria prefeitura.
“Atendendo às solicitações da Administração Municipal e levando-se em consideração a morosidade de todo o processo, este Departamento entendeu, em comum acordo, ser prioritário manter o ritmo das obras ao invés de paralisá-las”, diz trecho do documento.
Apesar de relativizar o atraso no pagamento, a prefeitura afirmou, em nota, que já enviou pedido de complementação de verbas à Câmara para efetuar esse pagamento residual. “A previsão é de que o pagamento seja efetuado em uma única parcela ainda neste ano”, afirma o texto.
Justiça obriga Fruet a pagar R$ 3 milhões para servidores
A justiça determinou ao prefeito Gustavo Fruet (PDT) que pague uma dívida de R$ 3 milhões com empresas que prestam serviços de limpeza e conservação para cidade. Desde julho, os trabalhadores estão sem receber os salários. A liminar solicitada pelo Siemaco garantiu o arresto de R$ 3,3 milhões, medida cautelar que “sequestra” o dinheiro n a conta da prefeitura, queira Fruet ou não. Com informações da rádio CBN de Curitiba.
O número de trabalhadores prejudicados chegaria a 400, informou o presidente do Siemaco, Manassés Oliveira. A dívida do executivo municipal com as 4 companhias seria de 5 milhões de reais. Segundo ele, as companhias estão prestes a quebrar. A decisão saiu depois de um protesto de trabalhadores de empresas que não recebem os repasses da Prefeitura desde julho. Durante parte da tarde, os manifestantes mantiveram bloqueadas as quatro pistas da Avenida Cândido de Abreu, no trecho em frente à Prefeitura.
Participaram do protesto cerca de 100 funcionários das empresas contratadas pela Prefeitura: Nicons Comércio de Plantas, Ajardini Paisagismo, Urbanística Ambiência, e Ecsam Serviços Ambientais.
Os trabalhadores, que fazem coleta vegetal, roçada e manutenção do horto florestal e Passeio Público, alegam atraso nos salários por inadimplência do governo municipal. Os créditos que estão pendentes pela Prefeitura desde o mês de julho deverão ser depositados em até 48 horas.