Em assembleia realizada na noite desta segunda-feira, os motoristas e
cobradores decidiram paralisar as atividades a partir do dia 6 de fevereiro
(sábado) caso as empresas não paguem os salários em dia. De acordo com o
sindicato da categoria, a data limite para o depósito é dia 5 de fevereiro.
O presidente do Sindicato da categoria, Anderson Teixeira, esclarece que o
problema dos atrasos se arrasta desde o ano de 2012.
Isso já se tornou insustentável, insuportável aos trabalhadores que já
estão com suas vidas financeiras completamente endividadas com estes
atrasos, que foram constantes durante o ano de 2014 e 2015. Então nós
decidimos nesta assembleia e chegando a uma pauta minima de reajuste com o
objetivo de estancar este problema que temos hoje dentro do transporte
coletivo que são os atrasos. Então foi por isso que foi aberto um
indicativo de greve, caso o pagamento não seja efetuado conforme está
convencionado no 5° dia útil do mês, poderá ter greve no dia consecutivo.
Em um acordo de conciliação feito em dezembro do ano passado, o Tribunal
Regional do Trabalho prevê multa de R$ 30 por dia, por trabalhador, em caso
de atrasos. Durante a assembleia, os trabalhadores também definiram a
contraproposta de negociação para a Campanha Salarial 2016. Eles pedem 11%
de aumento nos salários, aumento do cartão alimentação para R$500,00 e
pagamento de abono salarial de R$388,50, em parcela única, que deve ser
depositada na volta das férias de cada trabalhador. Na semana passada, o
Sindimoc protocolou uma ação na Justiça do Trabalho, pedindo o bloqueio dos
repasses financeiros da Urbs e dos bancos.
Chegar ao ponto em que o trabalhador tem mensalmente seu salário parcelado,
não sendo pago, não tendo respeito na hora de trabalho em que ele trabalho,
eu acho que a grande falta de respeito, isso é um grande problema em que
vivemos hoje no transporte coletivo. Nós temos uma ação de bloqueio de bem,
solicitando todo o bloqueio do repasse da Urbs e dos empresários pra
justamente garantir o direito dos trabalhadores. Agora, se esta ação não
surtir efeito, não nos resta outra alternativa se não utilizarmos o meio da
greve.
A proposta feita pelos motoristas e cobradores deve ser encaminhada ainda
hoje (terça) para as empresas. O Sindicato das Empresas de Ônibus de
Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) informou que também deve
realizar uma assembleia para analisar a contraproposta apresentada pelos
trabalhadores. Além disso, o Sindicato esclarece que o aumento da tarifa
para R$ 3,70, divulgado na sexta-feira (29), é referente ao que é pago pelo
usuário ao embarcar nos ônibus. A tarifa técnica, o valor repassado às
empresas por passageiro, continua em R$ 3,27.
(foto: sindimoc)
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