O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou ao Supremo
Tribunal Federal a senadora Gleisi Hoffmann, do PT, e o marido dela, o
ex-ministro Paulo Bernardo. Eles são acusados de receber dinheiro desviado
da Petrobras.
Gleisi Hoffman, do PT, foi ministra da casa civil de Dilma Rousseff, entre
junho de 2011 e fevereiro de 2014. Voltou ao Senado, e faz parte do grupo
de defesa da presidente Dilma na comissão especial do impeachment que
aprovou na sexta-feira (6) o relatório recomendando a continuidade do
processo.
*link vídeo*
https://www.youtube.com/watch?v=VrLbJ7LjgAk&feature=youtu.be
O marido dela, Paulo Bernardo, ex-deputado do PT, foi ministro do
planejamento no governo Lula, e das comunicações, no primeiro governo Dilma.
Os dois são acusados de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, na
Operação Lava Jato.
De acordo com as investigações, eles teriam recebido propina de um R$ 1
milhão, desviados daPetrobras, e que seriam usados na campanha eleitoral de
Gleisi ao Senado, em 2010.
A senadora foi citada nas delações premiadas do doleiro Alberto Youssef e
do ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
Youssef contou aos investigadores que foi procurado por Ernesto Kugler
Rodrigues, empresário amigo de Gleisi e Paulo Bernardo, que pedia dinheiro
para a campanha de Gleisi. Kugler também foi denunciado.
Em fevereiro, um novo delator confirmou a história e deu mais detalhes.
Antônio Carlos Pieruccini disse ao ministério público e à polícia federal
que, em 2010, transportou R$ 1 milhão de são Paulo para Curitiba, a pedido
de Alberto Youssef.
O delator afirmou ainda que Youssef disse que o dinheiro seria usado para
financiar a campanha de Gleisi e que a conversa entre os dois ocorreu em
fevereiro ou março daquele ano.
Pieruccini explicou que – orientado por Youssef – entregou o dinheiro a uma
pessoa chamada Ernesto, em Curitiba. E que, a última parcela foi entregue
pouco antes da eleição, em agosto ou setembro de 2010.
O relator da lava jato aqui no Supremo Tribunal Federal, ministro teoria
Zavascki, vai levar a denúncia do procurador Rodrigo Janot para a segunda
turma do tribunal. Se os ministros aceitarem, Gleisi e Paulo Bernardo vão
ser tornar réus na ação penal. E aí começa uma nova fase do processo, com a
coleta de provas e testemunhos. Só depois disso, o Supremo vai julgar se
condena ou absolve os denunciados.
Os advogados de Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann negaram qualquer
irregularidade. Segundo eles, o ex-ministro não teve participação nos fatos
narrados.
Sobre Gleisi Hoffmann, os advogados disseram que as denúncias contra ela se
baseiam em especulações. E documentos do inquérito comprovam que a senadora
não solicitou, nem recebeu nenhum valor.
O empresário Ernesto Kugler não quis se manifestar.
*link matéria
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/05/pgr-denuncia-senadora-gleisi-hoffmann-e-paulo-bernardo.html